Você não pode ama-lo!

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Brienne observou seu pai sentar-se desanimado. Seu olhar era perdido, enquanto passava os dedos sobre as pontas de seus cabelos, arrancando no processo alguns fios.

- Papai?

Firandir respirou fundo, mas continuou perdido em seus pensamentos. Os dedos frenéticos enquanto estragava o cumprimento perfeito dos fios. Brienne se atacou diante dele é segurou suas mãos, trazendo-as para seu rosto, onde beijou e depois descansou-a sobre suas bochechas.

- O que aconteceu? – ela sussurrou, sabendo que o elfo lhe escutaria.

Seus olhos cinzas se concentraram nela, e um sorriso suave se formou em seus lábios, e as lágrimas se acumularam, turvando a visão linda que era sua menina preocupada com seu bem estar.

- Infelizmente algo grave.

- O senhor pode me contar?

- A equipe de busca encontrou um corpo. Eles acreditam que Dralyth tenha sido executada por Merric.

- Realmente? – ela questionou, surpresa com a notícia.

- Diante das circunstâncias é muito mais provável que seja. Sinto muito, docinho, sei que a admirava.

- Não posso acreditar, pai – ela sussurrou. – ela era tão forte! E corajosa!

- Todos nós somos suscetíveis a morte, princesa, a diferença é que podemos renascer em Aman.

- Então ela vai ficar bem? – ela questionou esperançosa.

- Creio que sim. Mas sua morte não deixa de ser tão dolorosa.

Brienne se levantou, deixando que seu pai a embalasse em seus braços. Ele beijou seu rosto a manteve próximo do coração, acariciando seus cabelos. Depois de um momento em silêncio pensando na bruxa, seu pai questionou:

- Você acha que sou um pai ruim?

- Não, pai. O senhor foi o melhor. – ela sorriu, acariciando as pontas dos cabelos dele.

- Não me compare a corte. – ele engoliu em seco. – me compare a Taelin, ou a Thranduil. Acha que sou um bom pai como Eles?

Brienne ruborizou enquanto tentava entender o que seu pai sentia nesse momento. Ela descansou o rosto em seu ombro enquanto admirava seus olhos prateados. Seu pai era um elfo muito bonito, e sua mãe sempre foi ciumenta. Mas os dois não eram carinhosos, suas demonstrações de amor e carinho eram raras, mas existiam.

- O senhor não deveria se comparar a eles. Cada um de vocês é diferente, o rei élfico demonstra seu amor com proteção, Taelin demonstra seu amor sendo carinhoso. E o senhor sendo cuidadoso. Só porque não me beija, ou não mata ninguém em meu nome, não quer dizer que não me ama, e nem que seja um pai ruim. Ela sorriu. – sinto o seu amor, sem que me diga, vejo sua proteção e seu cuidado, sem que se altere. Vejo e sinto seu carinho, sem que o senhor precise demonstrar. Eu o amo Papai, e sei que me ama também.

- Você tem o coração muito brando, docinho. – ele respondeu com um sorriso.

(...)

Brienne ainda sentisse arrasada, não conseguia parar de pensar na culpa que tinha na morre de Dralyth. Se não tivesse fugido de casa, a bruxa não teria lhe protegido, não precisaria ser presa, e não estaria em perigo.

Soltando um suspiro frustrado, observou Rachel e uma serva élficas organizarem sua roupa recém lavada. Entre elas tinha um tecido de um azul escuro forte, e alguns detalhes em prata, nunca antes tinha visto algo assim em seus pertences. Então pegou o material macio e estendeu para ver o que era. Sua voz ficou presa na garganta ao observar a pequena roupa de bebê. Não caberia uma criança recém nascida, mas ficaria linda quando o bebê tivesse mais de três meses. O perfume suave vinha do tecido, fazendo seus olhos lacrimejar ao sentir todas as emoções embaralhadas.

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