O segredo da princesa.

Uma perda.

Legolas foi até a sala de jogos. Brienne estava sentada em uma poltrona, tinha um livro no colo, mas seus olhos estavam fixos no Jardim e no céu azul do verão.

Ela parecia um sonho, com o vestido élfico verde, e seus cabelos dourados completamente soltos. Seus lábios vermelhos se apertaram, e seus dedos acariciaram lentamente as páginas, em uma carícia suave e sensual. O príncipe se apertou, invejando a atenção dada ao livro, desejando estar com ela.

- Brienne. – ele sussurrou, tocando seu pulso para que ela o notasse.

A princesa voltou os olhos para ele. Já cheios de lágrimas contidas, ela sorriu suavemente antes de abraça-lo. O rosto encaixado em seu pescoço, os braços envoltos em seus ombros.

- Você está bem? – ele gesticulou contra seu rosto, antes de plantar um beijo suave em sua pele morna.

- Eu não sei. – ela respondeu. – não quero pensar no futuro que se estende diante de mim.

- Eu vou dar um jeito.

- Você não precisa resolver todos os meus problemas, Legolas, estou onde estou por escolha minha. – ela sussurrou com a voz embargada, envolvendo seu rosto com suas mãos delicadas.

- Você quer desistir de mim? – o príncipe questionou, observando seus olhos claros, úmidos com as lágrimas.

- Eu não quero. Mas eu sou um problema, que você não precisa obter. As vezes nós não podemos fugir do destino. – ela suspirou. – Eu conheci o amor, e lhe agradeço por você ter podido me ensinar sobre isso.

Seus olhos agora no nível dos seus, os narizes ao ponto de se tocar. Suas respirações sincronizadas. Ele não pode deixar de observar os lábios perfeitos, nem a maneira suave com que seu corpo se encaixava ao seu.

- Eu? – Legolas questionou enquanto secava suas lágrimas, envolvendo um dos braços em sua cintura estreita.

- Você. – ela sussurrou. – Eu vejo em seu olhar, e na maneira como trata seus amigos, a Tauriel, o seu pai. Até mesmo a mim. Você tem essa áurea incandescente que brilha e é quente como o sol. Não consigo ver maldade ou mentiras em seu coração. É muito bonito.

Legolas segurou a parte de trás de seu pescoço, trazendo seus lábios para ele. Suas bocas se encaixaram, dançando suavemente conforme a música de amor cantada por seus corpos. Era um momento que desejou que nunca acabasse, que pudessem provar a si mesmos que era amor o que os unia, que era algo que não poderiam esquecer jamais. Suas línguas faziam e provocavam amor uma a outra, deslizando e se entrelaçando, unindo seus corpos da única maneira que poderiam.

Quando seus pulmões pediram por ar, eles se afastaram, descansando a fronte um contra o outro, as respirações atrapalhadas se misturando. Legolas pode sentir seu corpo vibrar com o desejo provocado, a vontade de mantê-la assim tão colada a ele para sempre. Seus olhos também inundaram com lágrimas não derramadas, o desejo puro de um amor que estava tão fora de alcance.

- Brienne, eu amaria a você e ao seu filho se me permitisse. Não quero deixa-la ir, quando tenho certeza que nenhum outro irá ama-la como a amo. – ele sussurrou com desespero, abraçando seu corpo trêmulo junto ao seu.

- Eu não mereço nada disso. – a princesa sussurrou, acariciando seu maxilar de leve enquanto seus olhos agora escuros de desejo, se concentravam em seus lábios.

- O amor não vem do merecimento. Você não é uma pessoa ruim, seu coração não é negro. Todos nós erramos Brienne, até mesmo os seres imortais.

A princesa sorriu, voltando a abraçá-lo. Legolas se sentou na poltrona, aninhando o corpo dela em seu colo. Apreciando o calor e pensando em como poderia convencer Firandir de que se amavam, e que ele podia ser o suficiente para sua filha e seu neto.