Por fim, a encontrei.

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Firandir sentou-se em seu trono, seus cabelos estavam muito longos, chegando a baixo de seu quadril, o que fazia com que ele usasse apenas tranças em seu dia a dia.

As rebeliões em seu reino tinham ficado piores, o povo exigia sua saída, e que um novo rei fosse colocado em seu lugar, um mortal, nascido dentro do reino, que fosse digno da lealdade deles. O que era engraçado, a maioria dos nobres não estavam interessados no bem do reino e de seus moradores, e nem tinham o conhecimento milenar que ele possuía. Como eles poderiam cogitar colocar outro em seu lugar?

- Meu senhor. – chamou Merryc. O homem era o único, além de Bran, que ainda era fiel a ele.

- Sim, Merryc?

- Não parece bem. Algo o incomoda?

- Não gosto de manter Dralyth e Alatahir nas masmorras. – ele confessou, pensando na bruxa e no filho de Agalardiel.

- Precisamos, ela envenenou sua filha. – disse o homem se aproximando, e tocou em seu ombro.

O toque lhe deu um pouco de confiança em seus próprios pensamentos, mas ainda assim sentia que não deveria continuar com isso. Brienne não era feliz, e com a perda de sua mãe, ela tinha ficado muito reclusa. Felizmente Dralyth conseguiu convence-la a enfrentar o luto.

- Convenceu a princesa a fazer muitas coisas. – o homem garantiu. – não duvido que tenha sido ela a lançar um feitiço na rainha para tira-la do caminho.

Firandir o encarou, a raiva ferveu dentro de seu corpo, não poderia admitir que alguém a acusasse dessa forma, nem mesmo Merryc que tinha sido um bom amigo por tanto tempo.

- Minha esposa faleceu de uma enfermidade. Não pode acusar Dralyth dessa forma, você nem a conhece! – ele ralhou. – nem se quer gosta dela, vejo como a olha.

O guerreiro se moveu, sentando-se a sua frente e segurando suas mãos, seus olhos pretos se moveram tentando ver se alguém os escutava, então baixou o tom de voz.

- Eu vejo como ela sempre o olhou, meu senhor. Ela o deseja, por isso nunca a aprovei. Não respeitou a rainha, se aproximou de sua filha, do senhor. De sua família. – ele a acusou. – não vê que tudo começou a dar errado depois que ela entrou em sua vida novamente? Você a conhece melhor do que eu. Será que esse sentimento que ela nutri pelo senhor, não é uma obsessão tão forte que faria qualquer coisa para tê-lo?

Firandir pensou, tentando entender se ela seria capaz de fazer algo assim. Sua Dralyth, seria tão baixa ao ponto de matar uma mortal? Ela sempre esteve ao seu lado, nunca antes tinha sido cruel por causa dele, tinha sido paciente e compreensiva, na verdade nunca tinha exigido nada mais do que ele poderia lhe oferecer.

- Eles são traidores, meu senhor.

Ele olhou para Merryc, tentando entender porque ele tinha insistido em manter Dralyth e Alathair presos. Entendia que era grave ambos terem sequestrado a filha de um rei, mas ainda assim, entendia que Brienne não iria embora se esse não fosse seu desejo, e se casar com Legolas? Não era uma coisa ruim de todo. Apesar de odiar pensar que teria que estar vinculado a família de Oropher.

- Meu senhor, ainda duvida de mim?

- Não. – ele se levantou. – nunca duvidaria Merryc.

- Mas deveria.

Merryc sorriu amplamente quando os soldados invadiram a sala do trono, cercando-o por todos os lados, empunhando suas espadas. Firandir queria gritar, desferir alguns golpes e não deixar que um traidor conquistasse o trono.

O segredo da princesa.Onde histórias criam vida. Descubra agora