Uma noiva traidora.

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Legolas despertou no meio da noite com uma pressão no peito. Em primeiro momento, não conseguiu identificar seu desconforto, até sua mente acalmar, e perceber que era Elion. Quando criança não gostava de dormir com o ellon, porque ele era espaçoso e tomava toda a cama, assim como os cobertores, mas ainda assim nunca se recusava a passar uma noite na casa dos seus amigos.

Isso mudou quando Elion cresceu. O príncipe desconfiava de que foi quando seu amigo percebeu que era diferente. Ele se recusou a dormir na casa deles, e se recusou a chama-los para passar a noite em sua casa. Legolas achava que ele iria ficar um pouco distante como Alathair e Tauriel tinham ficado, mas muito pelo contrário, ele tinha se tornado mais protetor.

Legolas não se importava em dividir sua cama com ellon, nem mesmo que ele se aproximasse, ele sabia que seu amigo não o via dessa forma. Mas Elion parecia se incomodar em estar por perto, parecia constrangido por sentir o que sentia.

- Elis. – ele chamou, sua voz não chegava a ser nem mesmo um sussurro no silencioso quarto.

Ele pensou em Brienne, que deveria estar vestida com uma camisola lisa e fina, deitada entre seus lençóis, aqueles cachos loiros espalhados sobre seus travesseiros. O que ele não daria para vê-la dessa forma.

- Elis, meu braço.

Elion se levantou de súbito, batendo a cabeça contra a cabeceira da cama, soltando um gemido de dor. Seus cabelos bagunçados enquanto esfregava o local.

- O que? – o ellon chiou ainda sonolento.

- Você estava deitado em cima do meu braço.

- Oh. – o ellon o encarou desconcertado. – desculpe.

Legolas se levantou, e pegou o robe para cobrir o corpo, antes de movimentar seu braço.

- Você está pesado. – ele zombou. – vou na cozinha, você quer algo?

- Não, obrigado.

O príncipe saiu do quarto, e passou diante de seus aposentos, havia uma luz saindo por debaixo da porta, fazendo o príncipe se aproximar da porta para ouvir os sons.

- Eu entendi, mas não sei o que aconteceu hoje mais cedo. – disse Brienne, sua voz abafada, parecendo preocupa, ou com receio de ser ouvida.

- Precisamos nos apressar. Seja o que for que tenha acontecido, vai fazer com que o rei nos expulse. – disse Helmund. – não posso deixar que firam você, Brie.

- Ninguém vai me ferir. Nós precisamos esperar por Dralyth.

- A bruxa é traiçoeira, aposto que deve estar seduzindo seu pai para ganhar a coroa.

- Não fale isso dela!

- Hora mais é verdade. – resmungou o mortal. – ela sempre rondou Firandir, e também o pai de Legolas. Aquela mulher escolhe bem os homens que podem possuí-la.

- Por acaso isso é um defeito? – ralhou a princesa. – nós podemos e devemos decidir com quem dormiremos. Se eu não pensasse como Dralyth, você não me teria, da forma que teve.

Legolas queria invadir o quarto e cometer um crime, mas tentou se agarrar ao bom senso. Afinal, a princesa não lhe pertencia, e podeira dormir com quem quisesse. 

- Eu sei, amor, me perdoe. Não foi minha intenção dizer isso. – ele sussurrou, e Legolas ouviu o sons de um abraço e um beijo.

- Não, Helmund. – a princesa pediu. – você nem deveria estar aqui, Bran pode estar nos vigiando.

- Ele não está.

- Hel...

- Tudo bem, eu irei. Mas não vou abrir mão de verificar seu estado todas as noites, estamos entendidos?

O segredo da princesa.Onde histórias criam vida. Descubra agora