Capítulo 03

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Ah, se Deus me desse
A chance de trocar tudo por onde eu ando
Só pernilongo enchia o saco
O sinal seria fraco
Mas a paz seria mato
Sou terra em chão de asfalto

Manuela Freitas

Finalmente eu estava fazendo as malas para ir embora daquele hotel, nada contra, é muito confortável e tal, mas eu preciso do meu espaço, que eu realmente possa chamar de meu. Não que eu vá ter a minha casa própria, mas acredito que não vou sair tão cedo do haras, então vou poder me sentir em casa.

Drake não gostou muito da idéia, mas eu preciso desse emprego, não fui criada pra depender de homem, muito menos ser a dona de casa que ele tanto sonha. Nós discutimos bastante, mas eu disse que iria e ele não podia me impedir, felicidade não é exatamente o que definiria ele agora, mas ele vai ter que aceitar.

Acelerei minha linda princesinha vermelha até a fazenda, era umas sete e meia da manhã quando eu parei em frente a grande sede do haras, procurei por Andrew e para a minha surpresa ele já estava cuidando dos cavalos, então deixei minhas malas na caminhonete e fui ao seu encontro.

Concordo com meu noivo que pode ser perigoso eu morar sozinha com um cowboy desconhecido, mas depois que eu conheci Rosa, esse medo foi embora. Ela parecia ser bem cuidadosa e maternal, não deixaria uma pobre garotinha em perigo, poderia relaxar e aproveitar meu novo emprego.

Como se desse pra relaxar perto daquele pedaço de mal caminho.

Ok, eu sei, eu estou com uma aliança no dedo, mas não estou cega! É impossível não imaginar aquela barba preta roçando a minha pele, não dá pra simplesmente não reparar que ele é um dos cowboys mais gostosos que eu já vi. Ele é diferente de Drake, seus músculos não são de academia e sim do trabalho duro com os cavalos, o que o torna ainda mais sexy. Também é impossível disfarçar que não reparei os olhares dele sob mim, mas como eu já disse, eu sou noiva e tenho que parar com esses pensamentos pecaminosos.

Falando no cowboy...

Encontrei ele em um dos piquetes próximo a casa, ele lavava o grande cocho de água dos animais dali, enquanto os cachorros os cercavam e observavam atentamente todos os movimentos ao seu redor, principalmente minha chegada. Pirata, o bluhiller correu em minha direção abanando o rabo e pulou em minhas pernas pedindo carinho, já Maya a redhiller continuou me observando receosa, eu teria que trabalhar duro pra conquistar sua confiança.

- Bom dia! - me aproximei e sorri assim que Pirata se afastou.

- Bom dia! - Andrew respondeu um pouco ofegante.

- Se todos os criadores de cavalo mantesem os cochos de água limpos igual você faz, provavelmente os veterinários teriam bem menos problemas - brinquei tentando puxar assunto.

- Se eu manter os cochos limpos eu posso te demitir? - ele perguntou meio sério, e meu coração acelerou.

- Eu disse provavelmente e bem menos problemas, não que os veterinários seriam extintos! - um belo começo Manuela, parabéns.

- Certo! - ele sorriu de canto. Pelomenos ele não levou a sério a história da demissão, seria o auge logo no primeiro dia.

- Vou trabalhar e vou te deixar trabalhar em paz, se precisar de alguma coisa é só me chamar, vou estar na minha sala organizando as coisas - encaixei minhas mãos nos bolsos de trás do meu jeans tentando disfarçar meu nervosismo, era tudo muito novo.

- Também estou a sua disposição caso precise de algo.

Sorri sem dentes e fui até a minha sala, eu tinha muito o que fazer, o antigo veterinário deixou aquilo uma bagunça e eu não sei trabalhar em um ambiente assim.

Apaixonado na VeterináriaOnde histórias criam vida. Descubra agora