Alguém aí
Me acorda por favor
E diz que isso é só um sonho que passou
Que ela vai voltar agora
Que ela nunca foi emboraAndrew Collins
Pouco depois do almoço eu já estava em meu escritório quando meu celular começou a tocar, sem nem ver a identificação antes, atendi.
- Alô?
- Andrew Collins? - uma voz masculina desconhecida perguntou.
- Sim, sou eu! - confirmei.
- Tem um cara bêbado aqui no meu bar sem condições nenhuma de sair daqui, preciso que alguém o busque e ele pediu pra ser você - tirei o celular do ouvido e acendi a tela, vendo o nome de Thomas estampado na ligação.
- Me passa o endereço daí - peguei um papel e anotei o endereço.
Assim que desliguei, entrei na caminhonete e fui em direção ao bar.
Não era nem duas da tarde e meu amigo já estava bêbado? O que havia acontecido? Senti um clima estranho durante o almoço, Carol estava aqui com a Manuela, mas achei que fosse algo normal, mesmo Carol aparentando não estar muito bem. Agora eu tenho a certeza de que algo aconteceu.
Depois de muita poeira e um pouco de asfalto, cheguei ao endereço, estacionei ao lado da caminhonete do meu amigo e entrei no bar. Logo de cara pude ver ele deitado no balcão, cantarolando algum country que eu não consegui identificar enquanto o barman observava do outro lado do balcão de braços cruzados. Me aproximei e cumprimentei o cara do outro lado, me sentei ao lado do meu amigo e suspirei.
- Já tinha esquecido de como você canta mal! - ele se assustou e se virou para mim.
- Eu só não sou o maior cantor de country porque as pessoas não tem bom gosto - ele disse embolando algumas palavras.
- Claro! - eu ri - O que aconteceu? São duas da tarde e você não consegue parar em pé - ele se levantou do balcão e encheu o copo com whisky.
- Acho que vou ficar solteiro - ele riu e suspirei.
- O que você aprontou? - apoiei meu braço no balcão e cobri meu rosto com as mãos.
- Carol tá grávida! - ele virou a dose e começou a encher o copo de novo.
- Sua mulher tá grávida e você tá bêbado? Sinceramente Thomas eu não sei porque eu sou seu amigo! - controlei minha vontade de soca-lo.
- Ela não quer o bebê, nunca quis, não sei o que ela vai fazer, eu quero muito ser pai, vejo como você é feliz tendo uma família, mas sei que se depender dela eu não vou ter - ele virou mais uma dose e quando ia servir outra eu tirei a garrafa de sua mão.
- Chega de bebida por hoje! - entreguei a garrafa para o barman e pedi a conta - Carol estava lá em casa, aparentemente muito abalada, agora entendo o porque.
- Abalada? - ele riu - Ela não quer o bebê deixou bem claro isso, não tem porque estar abalada!
- Ela está grávida Thomas! Independente de se isso é bom ou ruim ela está abalada!
- Ela pode tirar o meu filho, o filho que eu tanto quero, se tem alguém abalado com essa história sou eu! - respirei fundo.
- Vamos embora, quando você estiver sóbrio a gente conversa! - paguei a conta e puxei Thomas pelo braço até o carro.
- Eu posso ir sozinho, não precisa de babá! - ele disse tropeçando nos próprios pés.
- E eu sou o batman - revirei os olhos - Entra logo na caminhonete antes que eu te jogue na carroceria e te leve pra casa amarrado lá em cima!
- O meu eu babado gosta mais de você quando você também está bêbado! - ele disse tentando subir na caminhonete.
- Eu gostava mais de você quando você não sabia falar! - bati a porta e entrei do outro lado.
Assim que entramos na estrada de terra, Thomas dormiu, soltei um suspiro, peguei o celular e liguei pra Carol.
- O que foi Andrew? - ela perguntou assim que atendeu.
- Sua educação é contagiante! - respondi - Ainda está na minha casa?
- Não, tô na casa da minha amiga legal que infelizmente é a sua mulher...
- Vou jogar seu marido do carro em movimento se você continuar falando assim comigo! - falei sério.
- O que? - ela perguntou surpresa.
- Thomas está bêbado e babando no banco da minha caminhonete, estou levando ele pra aí, depois que ele tomar um banho frio e melhorar, acho que vocês precisam conversar...
- Ok! - ela respondeu, nos despedimos e eu desliguei.
Cheguei no haras, ajudei Carol a dar um banho frio em Thomas e deixei eles a sós para conversarem. Manu não estava em casa, Carol disse que ela foi pra cidade comprar umas coisas mas logo voltaria.
Fui pro quarto de Luke e Rosa estava cuidado dele, dispensei ela e sai com ele dar uma volta pelo haras.
Passamos pelo lago, pelo gado, pelos potros e por fim, fomos para as baias, paramos em frente ao Duque, comecei a fazer carinho em seu rosto enquanto ele cheirava Luke, que o olhava encantando, sua mãozinha pequena tocou o focinho do cavalo baio e eu sorri.
- Amanhã, se sua mãe deixar, podemos montar nele, o que acha? - olhei para o bebê em meus braços e ele sorriu - Você vai ser um grande cowboy!
Continuamos ali conversando com Duque, até que o chefe dos seguranças entrou no barracão desesperado.
- Senhor Andrew, ainda bem que te achei! - ele disse dando passos largos em minha direção.
- O que aconteceu? - apertei meu filho em meus braços, tendo um mal pressentimento.
- A dona Manuela... - meu coração parou de bater no mesmo instante - Cercaram ela quando ela estava voltando da cidade, mataram os seguranças e ela desapareceu!
- O que? - perguntei assustado.
- Os seguranças fizeram contato antes, disseram que foram cercados, mas quando chegamos só haviam os nossos carros, os corpos e a caminhonete da sua esposa, já avisamos a polícia e todas as medidas estão sendo tomadas...
Parei de ouvir o que ele dizia. Dei alguns passos para trás e encarei meu filho em meu colo. Isso não podia estar acontecendo, isso tinha que ser um pesadelo, não pode ser, não pode ser!
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Apaixonado na Veterinária
RomanceAlmas gêmeas realmente existem ou os opostos se atraem? É possível alguém largar tudo que mais ama por um amor e viver o felizes para sempre? Quando Andrew percebe o erro que foi ter largado tudo por uma patricinha, ele volta para o seu querido Tex...