— Calma aí, calma aí, PORRA MELODY — gritei quando ela encostou algum bagulho gelado em cima do meu ferimento, minha barriga contraiu
— Cala boca, deixa eu limpar — falou rindo, segurando meu pulso quando eu tentei afastar a mão dela — Macho fraco, eu hein — revirou os olhos ainda rindo
— Tá ardendo pra caralho essa porra! Tomar no cu — fechei a cara e olhei pro teto vendo estrelas literalmente, ardência do caralho
— Richard, para de drama e deixa ela limpar o ferimento, deixa de ser desesperado — minha mãe falou de algum canto da casa, fechei os olhos e respirei fundo
Tentei me controlar o máximo enquanto ela terminava de limpar meu tiro de raspão na barriga, mal ela acabou e eu já fui levantando.
— Tenho que ir — peguei o fuzil em pé no sofá, minha mãe me encarou preocupada
— Ir pra onde? Tá maluco? — neguei com a cabeça e botei o boné
— Passar em casa para ver a Ana Clara e ir pra reunião — o rosto da Melody mudou e ela foi pra cozinha
— Toma cuidado, meu amor! Por favor — minha mãe falou me abraçando, cheia de cuidados
— Vai pra casa, desce pra pista, te quero aqui não, leva geral junto — falei sério — Bagulho tá doido, ainda mais tu com essa história de tá sendo seguida, desce! — ela concordou
— Mãe te ama muito — beijei a testa dela
— Eu que te amo, vou mandar 3 menor com vocês jae — falei soltando ela e pegando a chave da moto
Dali mesmo eu já cai em casa, cheguei lá e a Ana Clara já veio me abraçando, chorando pra caralho, maior desespero.
— Que foi porra? Fizeram alguma coisa com você? — segurei o rosto dela com as duas mãos, olho vermelho de tanto chorar, ela negou com a cabeça — Olha pra mim, amor, que foi? Fala! — ela abriu os olhos me encarando
— Tava preocupada, só isso! Meu coração tá apertado! Tô me sentindo desesperada — neguei com a cabeça dando um selinho nela — Não me deixa mais sem notícias não, por favor — concordei
— Desculpa, eu tô bem po, fica tranquila — abracei ela pelos ombros
— Eu tentei te ligar várias e várias vezes, o que tava acontecendo? — andei pro quarto e ela veio atrás
— Tomamos um baque, mas se liga — joguei umas mochilas em cima da cama — Tu vai descer com a minha mãe, não te quero aqui correndo risco, vai tu, ela, minha madrinha e a Melody lá pro apê dela — botei umas coisas dentro da mochila — Arruma tuas coisas, tu vai vazar com ela AGORA — ela me encarou
— Mas... — interrompi negando com a cabeça
— Sem mas, só vai, sei o que eu tô fazendo! — botei a mochila nas costas e me aproximei dela — Confia em mim? — perguntei segurando o rosto dela, ela concordou — Vai que vai dar tudo certo, te amo! — dei um selinho nela
— Amo você! — falou me abraçando apertado
Mandei uma mensagem pra minha mãe do celular dela, avisando que era pra passar pra pegar ela, ela respondeu com um Ok, fico até mais tranquilo quanto mais longe elas ficarem daqui, melhor pra geral, não sabemos qual é desses caras.
Gosto nem de imaginar ninguém mexendo com a minha família, fico cego, cabeça mil, tô estressado e esse machucado ardendo pra caralho, cheguei na principal com meus seguranças e já tava geral.
— Melody falou que eles vieram atrás do Nego, o cara falou em vingança — falei sério, sentado na cadeira — Mas não tô ligado de onde eles é, não sei por quê essa porra agora — acendo um cigarro
— São os caras que nós invadimos, foi a invasão que rendeu a morte do teu pai, assim como legado aqui foi passado pra tu, lá foi passado pro filho do cara que eu cancelei — Nego falou sério, tá pensativo pra caralho, cara de preocupado
— Eles não vieram fracos, o bagulho é esse, ninguém aqui vai ceder não! — Maiquin falou encostado no muro
— Tem terror com nós não, deixa eles vim — Orochi falou rindo — Ko pra quem? Nós tá nessa vida pra bater de frente com o que vier po — concordei
— O problema é acionar mídia, vários terror, quando a mídia vem, os cuzão também, aí fode, tá ligado — Miller disse deitado em um sofá
– A guerra já tá declarada, mandar vir reforço e não arregar — falei soltando a fumaça — Fica tranquilo que em tu ninguém vai chegar não — botei a mão no ombro dele — Tu é um pai pra mim, pra te matarem, vai ter que me matar primeiro — ele concordou — Tu honrou meu pai e eu vou te honrar.
— Já fiz a conexão, os manos do LN vai vir, Gael me passou a visão, pela manhã — Charles falou com a perna toda enfaixada, concordei
— Agora é ficar na expectativa, qualquer coisa pode estourar — me levantei soltando a fumaça
Nossa sorte é que tava geral da antiga aí, geram veio batendo de frente junto com nós, os caras tão coroa mas tão no brilho ainda, tão no ouro, ninguém fraquejou.
Liguei meu celular, me encostando no muro, encarando a vista, chuva fraca, vários pensamento, duas chamadas perdidas de um número desconhecido.
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Richard: Escolhas.
Teen Fiction(Extensão do livro Delírios, 1° e 2° TEMPORADA DISPONÍVEIS EM MEU PERFIL) Após a morte de seu pai, vítima de uma traição que ocorreu dentro de sua comunidade, deixando a marca de ser um dos maiores traficantes do RJ, o legado é passado para Richard...