51 - Melody.

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— Aí mãe, tá ardendo — murmurei sentindo ela encostar o algodão no meu joelho machucado

— Eu vou lá, ah eu vou sim! Vou enfiar a porrada nessa piranha — ela falou com o rosto fechado — Que porra é essa de juntar na minha filha? NA MINHA FILHA? DUVIDO! NINGUÉM BATE NÃO — gritou indo para cozinha

— Te avisei não avisei? É foda, porra! Quando eu trouxe aquele cara aqui e ele me passou a visão que ainda tava com ela, que você ficava sim com ele, já sabia que uma hora ou outra ia dar uma merda — meu pai falou parando na porta da sala — Vou acionar ele po, tu virou saco de pancadas agora? Achei que esse cara já tava ligado com quem ele tava se envolvendo. — nego com a cabeça e suspiro

— Não fico mais com ele anos luz! Ele até com a Thais tava andando, eu tô fora....— falo suspirando alto, que inferno — Não entendi essa de hoje mas já é uma briga prometida, uma hora ou outra a corna ia chegar em cima de mim, ela só tava esperando a oportunidade — ele me encara

— Andando com quem, repete aí — meu pai falou me encarando

— Com a Thais ué! — balancei o ombro indiferente, ele negou com a cabeça — Sabe que ele é macho divo, não pode ver um buraco que tá metendo! — falou me arrependemos em seguida

— Cismou com filha minha esse menor, caralho! — passou a mão no rosto, estressado — Tu me respeita, tá doidona? Falando um bagulho desse na minha frente? — perguntou sentando no sofá — Ele vai ter que vir na minha direção po, mandar ele segurar a mulher dele, tu tá me dizendo que num tava tendo nada né não? — concordei — Então, nós vai resolver essa porra de igual pra igual po, na covardia é fácil, o brabo num é ele? Vai ser com ele que eu vou resolver po — minha mãe me deu um copo d'água

— Quem vai lá resolver vai ser EUUUU! De mulher pra mulher, vamos ver se ela tem disposição — minha mãe falou séria — E nem me olha assim, Rafael! Tô morta não, o pau vai achar ela — concordei

— Que ódio! Odeio fazer papel de OTARIA! — passo a mão no rosto e boto o copo no chão — Richard tava la nem pra voltar comigo, não olhou nem na minha cara — meu pai me olhou sem entender minha indignação — Me chama, e nem pra me defender! — nego com a cabeça

— E aí? Não entendi po, ele mandou me passar visão do ocorrido e eu dei a ordem, fez a parte dele, tu foi pra lá com ele? Tu e ele? — levantou ainda me encarando — Fizeram alguma coisa contigo? Te encostaram? — neguei — Isso que importa pra mim po, agora essa briga aí, é assunto pra resolver — suspirei

Tô cheia de ódio e ainda consegui sair machucada dessa briguinha, não sei mais o que tá me dando raiva, se é a briga ou atitude do Richard, bofe escroto.

Kalled ainda queria que eu ficasse lá para conversar com ele, nem se eu fosse louca né? Pica de mel, quer todo mundo e acha que vai ter todo mundo, vergonha alheia.

Vai ser cobrado ele e a mulherzinha surtada dele, só pra deixarem de abuso, num é ela quem diz que não tem medo de ninguém???? Eu quero ver isso de perto, o que ela fez comigo foi pura sacanagem.

Na covardia é fácil querer me juntar, quero ver no cara a cara só eu e ela, a disposição da valentona, a fielzona braba mas cheia de chifres, bate nas amantes e continua com o safado, vai entender né.

Só de raiva dá vontade de comer o marido dela de novo, pra ela APRENDER a não entrar no meu caminho, essas mulheres tem uma mania de ficar me dando o macho delas, depois que eu pego elas querem surtar, eu hein.

— Tô falando que é melhor a Melody fazer uma viagem, dar um tempo disso aqui! — minha mãe falou quebrando o silêncio, meu pai tirou a atenção do celular e encarou ela

— Não começa, Carina! Já te disse que isso tá fora de cogitação — ele falou cortando ela

— A Melody só tá andando pra trás aqui, nenhum progresso, não botei filha no mundo pra ficar passando por essas situações não — ela falou sentada do meu lado — Eu sei MUITO bem como é essa fama que tão botando em cima da minha filha e eu sei que o que EU passei, sinceramente! — concordei, Carininha era A BRABA

— Te entendo po mas já te falei que ela vivendo longe é pior — meu pai falou abaixando a guarda — O que tu acha Melody? — perguntou chamando minha atenção

— Não acho nada....eu tenho meu trabalho, minha vida, não posso ir embora assim, do nada! — falei séria pensativa, sei lá sabe

Eles ficaram se olhando, como se conversasem pelo olhar e eu quietinha ali, com mil e um pensamentos na cabeça.

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Richard: Escolhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora