17 - Ana Clara.

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— Me escuta cara, porra, tu é foda, namoral — Richard falou sentado na cama — Vai ficar caindo em intriga de piranha mesmo? — revirei os olhos, piranha essa que ele dá confiança né

— Me deixa quieta — pedi séria ajeitando umas almofadas

— Te deixar quieta não po, tu vai dormir com ódio no coração, cheia de rancor de mim po — neguei com a cabeça

— Richard, eu já sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer! — ele levantou boladinho, tá vermelho, cheio de explicações  — Tava só esperando, mas não tem problema não! Eu vou caçar meu rumo, melhor do que passar por certas coisas — veio na minha direção

— Amor, para de falar besteira po — segurou meu rosto — Eu te levo lá po, tu fala com ela, maldade nenhuma, ela mandou essa porra aí pra me fuder — me deu um selinho meio seco

— Não quero falar com ninguém, quem me deve explicações dessa porra é VOCÊ que é meu marido! — empurrei ele e me afastei — Eu não aceito traição, Richard! Não aceito. — minha garganta apertou

— Caralho, puta que pariu! — jogou o boné na cama — Que traição cara? Tá me acusando de um bagulho que tu nem acredita! — falou alto

Sai de lá deixando ele sozinho surtando no quarto, uma angústia horrível, que saco! Eu sinto as coisas cara, sabia que uma hora ou outra essa barbie falsificada ia me arrumar uma, mal amada, gosta de fazer inferno no relacionamento dos outros.

E o Richard é muito sonso, se não rolou nada que que ele foi fazer lá também? Tomar no cu, quer me fazer de boba.

Vejo tanta menina se permitindo à isso, eu não aceito, nem que eu tenha que voltar pra casa dos meus pais, aqui eu não fico aturando chifre.

— Bora deitar, bora cara! — ele falou me chamando da porta do corredor

— Não quero deitar! — cruzei os braços e continuei sentada no sofá, de cara virada pra ele

— Qual foi, Ana Clara, tu vai mesmo creditar nessa porra? Que que tu quer que eu faça, eu te provo, sou inocente po — segurei o riso, tá todo nervosinho

— Dá licença, Richard! Me deixa em paz! — ele negou com a cabeça

— Jae mano, jae, vou me adiantar, ficar esquentando cabeça com acusação sem fundamento não. — pegou as coisas dele e saiu

Deitei na cama bem plena, a consciência dele que tem que pesar, não a minha, ele que lute com os pensamentos dele, fez merda, agora atura.

Acordo por volta das 9h30 com uma barulheira horrível no quarto, Richard andava pra lá e pra cá, arrumando alguma coisa.

Fiquei quietinha sondando ele botar uma cesta e um buquê em cima da cômoda, minha vontade foi rir, mas quando eu falei que a consciência pesa, é disso aí que eu to falando, pesa tanto que eles fazem até coisas que não estão acostumados.

— Humm, bom dia! — sentei na cama, ele me olhou assustado

— Bom dia amor — veio me dar um beijo mas eu levantei desviando

Peguei uma roupa no guarda roupa e fui pro banheiro tomar um banho, tem hora que meu trabalho me faz uma falta, essa vida de desocupada não é pra mim.

— Aí, comprei pra tu — ele falou quando eu entrei no quarto de novo

— Valeu! — falei sem encarar, gostoso assim, sem camisa, todo tristinho, mas não me engana não!

— Nossa, só isso? Valeu? — fez drama entrando na minha frente

— Obrigada! Mudei a palavra, gostou? — debochei pegando a cesta, sem dar um pingo de confiança pra ele  — Tô morrendo de fome!!! — sentei na cama

— Caraca, Ana Clara, que isso! Vai me dar essa trava assim mesmo? — perguntou sério, ignorei — Qual foi, tô falando contigo garota — insistiu, segurei o riso — Fiz nada po, que isso, maior maldade essa negação de voz — falou boladinho saindo do quarto

Gargalhei alto e comi abessa, vontade de falar um: ah Richard vai lutar um pouquinho com tua cara de sonso que eu to legal.

🐦 - Clara 🌼:
Melhor bom dia💏💖

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Richard: Escolhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora