Richard: Escolhas.

13 - Ana Clara.

Termino de arrumar minhas roupas no guarda roupa e me olho no espelho, tá acabada, desde cedo numa correria que só mas pelo menos tá tudo do jeito que eu quero.

Passei o dia inteiro pensando no que aconteceu esses dias, uma sensação ruim no peito, chorei praticamente o dia todo, parece que do nada tudo vai acontecer de novo.

Todo mundo comentando sobre a Fabiana ter sido expulsa, gente, que situação horrível, esse povo quer caçar chifre na cabeça de cavalo, dá nisso.

— Você deveria sair um pouco, esfriar a cabeça, pensar no que aconteceu só vai te deixar pra baixo — Giulya falou, ela veio me ajudar na mudança

— Tô bem, foi só o susto e agora mais ainda né? Tô morrendo de medo, essa mona desse fake aí, perigoso demais o que ela fez — ela concordou — Se eu for presa, nem sei — neguei com a cabeça 

— Já estive na sua situação, Ana! Sei bem como é isso. — riu sem graça com o olhar triste — Mas, confia, nada vai acontecer com você não. —  concordei limpando o rosto

— Obrigada, sogra! — me levantei indo para sala sendo acompanhada por ela

— Eu vou indo, tenho que descer pra pista hoje ainda — falou pegando a bolsa em cima do sofá — Qualquer coisa você me liga, saiba que eu tô aqui pra tudo — segurou minha mão

— Obrigada, de verdade! — abraço ela, assim que ela sai eu fecho a porta

Pego uma blusa e um short, tomo um banho e Richard entra no quarto, todo sério, joga a mochila em cima da cama e me encara.

— Queria tá te falando isso não. — falou rápido — Mas acho melhor tu fazer as pazes com tua mãe, tá ligado? — fecho a cara

— Que? como assim? Do nada? — questiono pendurando a toalha — Fala Richard! Tô entendendo nada. — ele senta na cama

— Não sei po, só acho isso só — desvia o olhar do meu, vou até ele e sento do lado

— Tá com medo de me prenderem? Fala a verdade cara! Eu não vou ficar sozinha não! A última coisa que eu quero é envolver meus pais nisso. — ele nega com a cabeça

— Tua mãe me procurou, Ana Clara! — levantou — Foi lá na boca, falou vários bagulhos pra mim, acha que tu não fala com ela por causa de mim — fechou mais o rosto — Mas eu não tenho nada a ver com teus problemas em casa não, eles que viraram as costas pra tu — meu coração apertou

— Amor, eu vou lá falar com ela, calma! — ele negou

— Tô calmo po, só não sou otário pra escutar certas coisas quieto — concordei 

Terminei de me arrumar e prendo só o cabelo, ele me deixou de moto na rua da minha mãe, meu coração acelerou só de pensar.

Não sei nem se estou preparada para essa conversar, pra escutar um EU AVISEI bem grande na minha cara, meu medo é esse, bati na porta e meu pai abriu, a surpresa no rosto dele era tanta que eu fiquei sem reação.

— Quem é? — minha mãe perguntou atrás dele, quando ela me viu, a reação foi a mesma — Entra, Ana Clara! — falou dando passagem para eu entrar

— Quanto tempo! — meu pai falou sentando no sofá, do mesmo jeito de sempre, sempre frio e observador

— O Richard me disse que a senhora procurou ele — falei parada perto da porta, qualquer coisa eu saio corredo

— Eu soube o que aconteceu! — ela falou forçando um sorriso — Mas, ele me garantiu que você está bem e FELIZ — debochou

— Mãe! Acho que não precisamos agir assim — nego com a cabeça — Eu amo o Richard, amo a vida que eu levo com ele e...— ela me interrompeu

— Se retire da minha casa então! — minha garganta apertou e as lágrimas começaram a descer — Por um tempo eu achei que você estava cega, iludida com isso tudo. Mas se você gosta de viver assim — apontou para porta — Volte quando estiver arrependida. — falou séria

Abri a porta engolindo todas as palavras a seco, as lágrimas deixando minha visão embaçada, afinal, pra que eu vim?

Fui caminhando até a minha rua, agora, um pouco longe da casa dos meus pais, assim que cheguei próximo a minha entrada avistei o Richard já vindo na minha direção de moto.

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