25 - Ana Clara.

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A bebida antes dela te bater, ela te humilha! Nunca mais eu bebo na minha vida, não quero mais essa loucura pra mim não, Deus me livre.

Tô dois dias com uma ressaca fudida e um incômodo no peito, uma sensação ruim, não sei é porque o Richard quase não tá parando em casa e isso tá me deixando incomodada pra caralho ou se é só surtação da minha cabeça.

— Você é muito boba! Eu fico até impressionada — Miriam falou sentada no sofá

— Boba por qual motivo? É o trabalho dele, mona — revirei os olhos— Não vou ficar sufocando ele também não — Ela riu

— Aí, Ana Clara, se manca! Richard é dono, tu acha que ele tem tanto trabalho assim — concordei

— Tu tem umas ideias, se manca você, não é por que ele é dono que ele fica só sentado mandando não, mona! — neguei com a cabeça e olhei pra televisão de plasma, novinha

—  É cada uma, as vezes eu acho que você que não quer enxergar hein! — encarei ela que mexia no celular — Cheio de mulher desconhecida aí, em plena segunda teu bofe saindo do nada, mal parou em casa, tava lá no pagode ontem, ele, a mãe, a tia, a PRIMA e tu bêbada dentro de casa! — negou com a cabeça e me encarou — Começa a ter postura de fiel, irmã! Tu é PRIMEIRA DAMA, começa agir como uma — levantei uma sobrancelha e ri

Odeio que opinem na minha vida, mas a Miriam tá certa, ela é minha parceira pra caralho, quando é pra falar, fala mesmo e pra mim amizade é isso.

Richard tá afastado, mal parou em casa, não atende e nem responde minhas ligações, tô fingindo que tá tudo bem, pra não gerar mais brigas entre a gente.

Nós brigamos mas fica tudo bem depois, depois que crescemos, temos em mente que tudo passa e tudo passa mesmo.

— Tá querendo dizer o que com isso, Miriam? Ele faz o que ele quiser, confio nele e pra mim isso basta, aonde ele tá e quem tá no mesmo ambiente não me interessa não — levantei puta e fui pra cozinha, ela veio atrás

— Tô falando que você tá muito boba, amiga! Vamo querer ter atitude né — bebi um copo d'água e me virei para ela

— É talvez você esteja certa mesmo — escutei a porta da sala abrir e o Richard passar rápido e nós fomos para sala

— Vou me adiantar, amiga! Ainda trabalho amanhã, aproveita que ele chegou — ela falou pegando a bolsa dela e o Richard saiu do quarto com uma mochila nas costas, passou direto pra cozinha, nem um boa noite deu, Miriam me encarou meio assim e eu revirei os olhos

— Vai lá, mais tarde tu me liga — me despedi dela, bati a porta com força e fui atrás dele — Você tava aonde até uma hora dessa da noite? — perguntei cruzando os braços

— Ocupado! — falou sem me encarar, mexendo na geladeira

— Ocupado com que? — ele não respondeu, bateu a porta da geladeira com força e continuou de costas para mim — Richard, eu tô falando com você! — falei magoada, odeio ser ignorada

— Qual é a tua? Geral comentando que tu tava rendendo pro baile todo depois que eu fui embora! — se virou para mim, puto, a expressão fechada, ele bufavava

— Eu? Quem te falou isso? — perguntei séria, dando um passo pra trás

— Quem? Quem? — ele riu se apoiando na bancada da cozinha — Geral, Ana Clara! — veio na minha direção — Tu quer me botar como corno nessa porra? Tem até vídeo de tu dançando, na maior putaria, maior insinuação  de sexo nas tuas danças, qual foi? — perguntou em cima de mim

— Geral é muita gente, Richard! Você acha que eu sou maluca de render pra AMIGO seu? Tá maluco? — falei rápido sentindo meu coração apertar — Quem te falou isso que te envenenar contra mim, só pode, gravando vídeo, maldade mesmo — me virei pra sair e ele me segurou me puxando de novo, me virando com força

— Eu sei de tudo, tu fez por quê sabia que ia chegar no meu ouvido! Qual foi? Fala na minha cara po, tem alguma coisa aqui dentro de casa te incomodando? Virou piranha agora? Querendo chamar a atenção de geral — perguntou olhando dentro dos meus olhos, tudo tremeu dentro de mim e uma vontade de chorar me bateu

— ME RESPEITA! — gritei empurrando ele pelos ombros — Eu tenho direito de dançar como eu quiser, você tá nessa guerra ridícula comigo por causa de fofoca — ele negou com a cabeça

— Tu gosta de falar dos outros mas quando é contigo tu quer surtar! — minhas lágrimas desceram — Tu cai muito na vacilação, tô legal de você — pegou a mochila em cima da mesa

— Deve ser por quê você me dá motivos né? — debochei sem conseguir me controlar, ele negou com a cabeça

— Você só vai parar de bater neurose com essa porra, quando eu meter o pé! — falou passando por mim com tudo

Joguei todos os copos que estavam em cima da mesa no chão, o barulho de vidro ecoou na cozinha, as lágrimas desceram com força, nunca briguei tanto com o Richard como eu ando brigando, que ódio.

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Richard: Escolhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora