Richard: Escolhas.

72 - Giulya.

Hoje faz 1 mês que eu estou presa, por enquanto, ainda em no Rio, mas boatos que serei transferida para outro Estado, mais desespero me bate, nunca me imaginei nessa situação.

Anos atrás quando eu fui chamada na delegacia pela primeira vez, eu não tenho dúvidas que eu deveria ter ficado presa e que teve dedo do Riquelme pra mim não ficar, só queria que ele estivesse aqui.

Cadeia não é lugar pra ninguém, eu sempre escutei falarem isso mas nunca imaginei que seria tanta verdade, aqui dentro a realidade é completamente diferente do que falam lá fora, a nossa vida pra quem não torce por nós, não vale nada aqui.

Eu tenho uma moral maneira, isso me deixa bem mais tranquila, a vantagem de fazer teu nome é esse, todo mundo sabe quem sou eu, todo mundo me respeita.

Minha preocupação é o meu filho, pouco eu sei de como ele está e se ainda está no Rio, a Carina me mandou algumas coisas, me escreveu uma carta mas nada que ela possa falar, qualquer coisa aqui dentro me prejudica, é tudo muito sigiloso.

Meu segundo julgamento é hoje, minha advogada está fazendo o possível e o impossível já que está tudo bem óbvio que eles NÃO tem provas suficientes para me manter aqui.

— Fica tranquila, vai dar tudo certo!!! Só fale tudo aquilo que combinamos ok? — ela falou do meu lado, concordei

— Qual é a probabilidade de ganharmos? — perguntei baixo

— Todas! Já é causa ganha, Giulya — ela falou séria

Eu soava frio e minhas mãos tremiam a cada palavra daquele juiz, minha mente estava um nó, meu coração parecendo sair pela boca, minha advogada rebatendo tudo, apresentando provas e nada, nada pra eles era válido!

— Você foi convocada a comparecer a delegacia anos atrás, foi por qual motivo, senhorita? — um cara da equipe da Victoria perguntou-me

— Associação ao tráfico de drogas, mas fui liberada por falta de provas! — falei firme, sustentando o olhar dele

— Então, a associação ao tráfico é um caso pertinente? — debochou

— Meritíssimo, ele está induzindo a vítima! — minha advogada falou levantando-se

— Posso reformular! Você é envolvida com o tráfico de drogas a anos então? Visto que, foi primeira dama do falecido Riquelme Silva, RK, Rick, um dos mais perigosos e agora o seu filho, Richard Silva está seguindo para o mesmo....— ele falou rápido sendo interrompido pelo juiz, meu rosto esquentou

— Sem mais perguntas senhor Gustavo, você está tentando ofender a réu! — o juiz falou alto, me deixando aliviada — Suas últimas palavras, senhorita! — disse para mim

— Eu sempre tive o meu dinheiro, comecei a trabalhar aos 15 fazendo unha e até 2 anos atrás eu ainda tinha meu salão, que hoje está alugado, vendi roupa, trabalhei em shopping, o meu envolvimento com o Riquelme nunca me proporcionou luxo algum, eu não sou Santa, já errei muito na vida, mas eu tenho total convicção de que EU nunca tive envolvimento algum com o tráfico, tudo que eu fiz e faço até hoje, eu de nada me arrependo, eu vivi uma história de amor e loucura ao mesmo tempo com o Riquelme, mas ele nunca me induziu a nada, por ao contrário, sempre me deixou de fora dos negócios dele! O caminho que meu filho escolheu depois dos 18 anos, não me compete mais, eu fiz o meu papel com ele até chegar a maioridade, eu dei conselhos, fiz tudo que estava ao meu alcance, mas cada um escolhe o caminho que acha correto, eu não tenho absolutamente nenhuma culpa nisso, independente das escolhas dele, ele ainda é meu filho, e eu sempre serei leal à ele.— falei sentindo meus olhos arderem, todo mundo me olhava

As horas foram passando, eu dei minha defesa, eles pediram um intervalo de mais 30 minutos, minha mãe me olhava preocupada sentada bem distante de mim, nunca desejei que ela passasse por isso, que constrangimento. 

— Giulya Alves Silva está sendo absolvida por falta de provas concretas! — o juiz falou batendo o martelo

Livre! A justiça tarda mas não falha, eu sou inocente, eu sempre soube disso, quem conhece a minha história sabe que eu sempre corri atrás do meu, sempre amei o Riquelme mas nunca o luxo que ele tinha, eu sempre fui batalhadora do meu sucesso.

O olhar da Victória encontrou o meu e a vontade de falar pra todos ali, presentes, quão cobra aquela garota é me tomou, ela armou isso tudo, ela fez a cama, deitou e rolou com aquele papo de que estava tentando ajudar.

Fui interrompida dos meus pensamentos com o corpo da minha mãe se chocando contra o meu, a advogada ria feliz e eu em êxtase.

Oh Lili!

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