08 - Ana Clara.

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*ALERTA GATILHO: O capítulo contém cenas que podem gerar desconforto ao ler.

Me encolho mais embaixo da cama pra me proteger quando o barulho de tiro mais alto fica, mais próximo, lágrimas rolam pelo meu rosto e mais medo eu sinto.

Um desespero me cortando por dentro, olho a hora do meu celular 00h20, nunca vi operação nesse horário, isso é muito raro.

Barulho na porta, alguém bateu na porta com força, olho para o chão, para porta fora do quarto que dava no corredor escuro e vazio, ninguém.

Mais um barulho alto vindo da sala e vozes, como se tudo estivesse vindo lá de baixo, uma parte de mim gritando para ir até lá, outra implorando para que eu ficasse calada.

Um tênis diferente ligou a luz do corredor, não me permitindo ver muito por estar debaixo da cama, só permitindo ver a calça e um pouquinho acima do joelho.

— Revira tudo, até achar a mulher dele, não falaram que ela tava aqui? Cadê ela agora? — uma voz grossa falou alto, mais pessoas apareceram

Minha visão embaçou mais ainda, tudo do quarto era jogado no chão, boto a mão na boca e prendo a respiração, perfumes, roupas, as coisas do Richard tudo pelo chão, um cheiro forte de perfume subiu, eles gritavam e falavam alto.

— Tudo errado! Cadê essa filha da puta? — perguntaram

— Ela não aqui — uma mulher falou — Já reviramos a casa toda — as roupas no chão não me davam visão para ver o que eles estavam fazendo

— Não demora ela tá na pista, não é isso que falaram? Ela não tá trabalhando? — perguntou

— É mas deram certeza de que ela estaria aqui — chutaram alguma coisa, eles sabem tudo sobre mim.

— QUE ÓDIO! — o homem da voz grossa gritou

— Calma, tava tudo muito fácil, nós vamos prender um por um, Gui. — a mulher falou — Vamos indo, já tá batendo o horário — chutaram mais coisas

Tudo ficou em silêncio, por um fio, eu seria presa ou serei, eles sabem absolutamente tudo sobre mim, e se eles voltarem?

3h40 da madrugada.

— CARALHO, CARALHO, CARALHO — escuto o Richard gritar — PEGARAM A ANA CLARA PORRA, PEGARAM MINHA MULHER — gritou muito próximo

Amor? — murmurei rolando para fora da cama, me enrolando em algumas roupas e fechando os olhos com a claridade da luz, a sensação de que algo ruim aconteceria agora mais forte

— O QUE.....PORRA — ele falou se abaixando do meu lado, sem camisa, com um machucado aberto perto da sobrancelha, todo suado, me olhando desesperado — Ana, fala comigo, fala comigo, amor — pediu

— E-eles e-eles estiveram a-aqui — me sentei sendo abraçada por ele — Eu vou ser presa, Richard, eles sabem t-tudo da g-gente,  e-eles — solucei negando com a cabeça, minhas mãos tremiam

— Ou, ou — segurou meu rosto — Ninguém vai te levar presa não, que papo é esse? Tu acha que eu vou deixar? — me encarou sério — Fizeram alguma coisa contigo? — perguntou

— Não me viram, estavam atrás de mim, mas quando eles chegaram eu já estava escondida — agarrei o pescoço dele — E-eu não posso ser presa, por favor, Richard, me ajuda — coloco o rosto no pescoço dele — Tem alguém dando t-tudo pra e-eles, e-eles falaram q-que — murmurei embolado

— Vem! — me suspendeu e me botou no colo, Miller e Orochi entraram no quarto falando alguma coisa — Tô indo já — Richard falou pra eles — Descansa tua cabeça, ninguém vai fazer nada contigo, confia — beijou minha testa e me botou deitado no banco do carro

Ele dirigia rápido, falando o tempo todo no rádio, mais nervoso do que o normal, entramos um apartamento que o Richard tem e só tinha um colchão no chão, ele saiu e por ali mesmo eu dormir.

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Richard: Escolhas.Onde histórias criam vida. Descubra agora