Capítulo 48

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Não chore em despedidas silenciosas

Obito on

Já fiz muita coisa nessa vida de lá pra cá para chegar aonde eu cheguei agora e, me fragilizar com tão pouco como esse sentimento de nostalgia gritante que aquilo me dava, eu finalmente me senti em casa mas ao mesmo tempo que eu sentia isso eu sabia que ali era o meu purgatório, o meu próprio inferno pessoal.Tantas lembranças boas me vieram agora na cabeça e elas me fazem sorrir mas eu já chorava pelas mesmas, pena que entre elas as vezes me vinham coisas bem mais tristes e que me marcam de uma forma cruel, mas justa.

Retirei a minha fiel e típica máscara laranja em espiral que foi a minha segunda identidade, também foi minha amigai inseparável, apesar de tudo nada mais ela importa para mim agora, todos os meus personagens, os quais eu interpretava bem morreram,  agora só resta o que é definitivo e real.
Fui direto ao prédio da atual Hokage que era o mais chamativo de todos na vila pois dava para ver ele perfeitamente mesmo bem de longe, se não me engano e se os boatos são verdadeiros, agora a Hokage era a Tsunade Senju, uma loira com uma força monstruosa e um temperamento nem um pouco fácil de lidar.O que eu não enfrento pelo amor da minha vida?

As luzes inúmeras eclaras que iluminavam os cômodos sem muito esforço saiam pela grande janela, o que  denunciavam que ainda havia alguém ali trabalhando depois do horário aceito.Algué dedicado e cheio de coisas para resolver, alguém de um alto posto, alguém como ela.

E então eu fiz questão de andar lentamente enquanto contava os passos para dentro do prédio e todos que me olhavam sentiam algo por mim.Ninguém aqui lembra de mim, não sabem quem é esse estranho que está na vila mas eles parecem sentir algo a meu respeito.
Medo, pena, horror, nojo ou nervosismo?Pelo o que eles esboçavam não dava para saber, era indecifrável mas chegava a ser divertido ter vários olhares em minha direção.
Um grande ninja com a capa da Akatsuki, um rosto desfigurado e o olho...Talvez eu seja uma atração para eles.

Ao que eu ia me esgueirando para dentro do prédio ninguém nem tentou me impedir, eu a encontrei com facilidade ainda focada em algo importante.Praticamente varei a porta de sua sala e a vi com uma expressão cansada em sua face.Ela parecia estar irritada com alguma coisa no meio daqueles papéis que ela revirava na mesa grande de madeira.Ela estava tão concentrada naquilo que fazia no momento que nem mesmo notou a minha presença no ambiente.Só notou quando eu comecei a derrubar algumas coisas acidentalmente enquanto eu tentava me controlar e não fazer alguma besteira e sair quebrando tudo que parecia ser frágil ali apenas para chamar a sua atenção de outra forma.Sempre tive o dom de estragar coisas frágeis, principalmente as que custavam muito dinheiro.

Depois de muito barulho da minha parte, ao me ver eu não sei se ela se espantou com o meu ser, com o meu rosto ou as minhas vestes e por isso deu um pulo para trás em espantou, ou se simplesmente queria a minha morte instantânea por ter tirado a sua atenção dos papéis e principalmente por ser um Akatsuki, mas sabe ela que eu sou o cabeça de tudo nesse jogo.

Eu até que confesso, estou com medo do que pode acontecer.Meu medo de morrer nunca esteve me batendo tão forte quanto está agora mas já não dá mais para voltar.Kakashi não merece passar o resto da vida sendo visto como um criminoso apenas por ser meu namorado e ter que fugir da própria vila, ele não merece um criminoso como seu namorado.Estou mudando por ele.Só espero que ele entenda o que estou fazendo pois assim estarei sendo uma pessoa melhor.

Eu caminhei até ela um pouco impaciente e de punhos fechados para não mostrar a minha tremedeira constante nas mãos, eu queria no mínimo parecer estar no controle da situação toda mesmo sabendo que nunca estarei.Com mais alguns passos decisivos e fortes no chão de madeira, olhando no olho dela, que tinha a pupila contraída, se encontrava paralisado, nem mesmo me impediu de me aproximar dela.

-Um Uchiha...Como...?Eu pensei que...Mais um Akatsuki! Céus... - a pobre mulher tentava formar alguma frase mas o seu nervosismo claramente a impedia disso.Uchihas são inconfundíveis mas aposto que ela não pensou que houvesse mais um de nós vivo, vivo para contar a história.

-Eu vim me entregar a vocês de bom grado.Fiz muito mal a minha vila e quero me redimir se possível!

-E quem é você?De onde você veio?!

Eu me mantinha calado, queria responder "Vim daqui!"  Ou pelo menos pular a parte da história que me toca e prosseguir com tudo.

-ME RESPONDA!

Talvez eu tenha me exaltado um pouco com ela mas eu odeio gritos.

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