capítulo dez

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Ret

Acordei cedinho, a gata tava deitada toda aberta lá na cama, até pensei em acordar ela, mas parecia que o sono tava tão bom que até babando ela tava, tomei um banho, coloquei um corta vento e um calção tactel, hoje tava fazendo um friozinho maneiro, bom mesmo era tá se esquentando com a mandada no quarto, mas tinha que dá um pulo na boca ver o carregamento que chegou nessa madrugada.

Fumaça: fala aí patrão

Ret: manda o que?

Fumaça: carregamento chegou já, tá lá no quartinho, general tá dando trabalho de novo, quer que tu der mais 8 mil em cada mês

Ret: 8 mil o cu dele que eu vou já arrombar, 15 mil tá pouco pra merdinha que ele faz?

Fumaça: o problema é que é a única via que não tá aprendendo os carregamentos patrão, só semana passada a estadual aprendeu dois, sem contar a federal que tá no nosso encalço toda hora - bufei com ódio já

Ret: então pronto, diminui os dias de carregamento, antes eram 5 em uma semana, agora vão ser 8.

Fumaça: é arriscado não patrão?

Ret: claro que é pau no cu, mas tem o que fazer não, vou ficar dando dinheiro de graça pro arrombado lá? vou não, mas deixa está, que ele vai ter o dele. - fui para o quartinho e fiquei separando cada droga pra levar pras bocas, e anotando os valores e quantidades.

Ret: aé fumaça

Fumaça: fala

Ret: dá um toque no DG aí e manda ele colar, inclusive já eram para os dois tá aqui, tô muito sem moral mesmo viu

Fumaça: jae

Uns 30 minutos depois os patetas apareceram com as caras mais lavadas

Ret: se esqueceram que trabalham?

DG: foi mal aí ret, tomei uma canseira da daniele ontem, se é que me entende

Ret: é um gala seca mermo - dei um peteleco na cabeça dele - ação, carregamento já tá ai, bora porra, fumaça vai cobrar aquele drogado da 13, filho da puta já encheu o saco já, sem caô nenhum, apaga logo, e tu PL vê lá os bagulhos das cestas dos morador, pra ontem

Sempre em datas comemorativas era distribuídas as cestas pela favela, mas também se precisasse de alguma coisa, era só falar comigo, eu fortalecia mesmo, o único foda era as invasões mesmo, que ai morador sofria, fora isso eu tentava deixar meu morro mais em ordem possível, só não colo com o errado, vacilou? vai pra vala mesmo, quero nem saber não, aqui a gente só não mexe com criança e mulher, a não ser que seja pilantra, aí não tem outra não, é bala mesmo, outra coisa que me deixa putão é o estupro mané, já mandei o papo várias vezes aqui no meu morro, tolero isso não, e se rolar, eu mato da pior forma possível, pprt.

Peguei meu celular e tinha uma mensagem da Ana.

Mensagem

Minha gata: podia ter me acordado pelo menos pra dá bom dia, inferno

Ret: foi mal gata, tive que dá um pulo aqui na boca, mas já tô voltando já, tá aí em casa ainda?

Minha gata: não, tô na minha

Ret: hum, vou colar aí jajá

Ela não respondeu mais, eu tbm não dei mais moral, vi umas mensagens de algumas putas, e  te falar o que tem de foto de buceta e peito aqui, não é pouco não, dou nem moral mais, vi algumas mensagens na camila me chamando pra colar lá hoje, isso aí é papo pra outra hora, ajeitei mais alguma coisas e desci pra casa da ana.

Cheguei lá e ela tava lá deitada na cama toda aberta, rindo horrores em uma chamada de vídeo com dois homens e uma mulher, fiquei putão na hora, fiquei só encarando ela na porta quarto, até que ela percebeu e desligou.

Ana: não bate na porta não?

Ret: quem era?

Ana: só alguns amigos da faculdade

Ret: e tavam rindo de que?

Ana: aí pelo amor de deus né ret, pode ri mais não?

Ret: falo nada pra tu, e desde quando tu faz faculdade?

Ana: tranquei quando eu vim pra cá, mas vou voltar quando as coisas se estabilizarem mais - deu de ombros e desceu

Ret: vai passar o natal aonde?
Ela ficou calada, já estranhei - vai negar voz?

Ana: eu tava combinando com o álvaro de ir para uma social na casa do danilo. - ela falou e eu já fiquei putão na hora.

Ret: e tu vai? - ela assentiu - vai não

Ana: eu vou

Ret: não vai porra

Ana: eu falei sobre isso com você, odeio que mandem em mim, e outra a gente não assumiu nada.

Ret: a gente não dá junto não?

Ana: você fez algum pedido? você só falou que a gente deixasse rolar e é o que eu tô fazendo

Ret: meu pau, nem precisa disso não, nós tá junto e é o que importa

Ana: olha, vou falar uma coisa pra você, eu só te peço que me fale a verdade, independente de qualquer situação ou momento, me fale a porra da verdade, enquanto não estivermos assumidos eu não vou te cobrar fidelidade, assim como eu espero que você também não cobre, eu posso te amar demais, mas sempre, sempre eu vou me amar mais, antes de nós dois, vem eu, eu preservo muito minha saúde mental, então no seu primeiro vacilo eu vou cair fora, tô falando sério!

Ret: eu tô ligado, eu sou todo errado mermo, vou mentir não, depois que a doida lá saiu fora, eu me joguei na putaria mermo, tava nem vendo, então eu não vou te prometer fidelidade não, mas eu quero tentar alguma contigo, vou tentar mudar, eu quero fazer dá certo se liga? - ela assentiu - mas sem caô, vai passar o natal aqui comigo - ela negou - vai cara, tem terror nenhum não

Ana: eu já decidi isso, o ano novo eu passo com você

Ret: tu quer ir pra lá porque? deixa eu te fazer uma pergunta aqui, tu já deu para aquele cara?

Ana: não, a gente nem se quer se beijou

Ret: e nem vão, tu sabe que tu tá no meu nome né? então não vacila não que tu vai ser cobrada

Ana: vai tomar no cu - saiu andando

Ret: tá doida porra? mandar sujeito homem tomar no cu - falei puxando o cabelo dela devagar porque eu sabia que ela odiava

Ana: solta meu cabelo - só de ruim puxei mais ainda.
Ela deu uma ajoelhada nos meus ovos que na hora eu fui no céu e voltei, puta que pariu, dor ruim da porra. 

Ret: aí aí aí, tá doida sua filha da puta? - falei colocando a mão em cima

Ana: para de drama, nem deve tá doendo assim, e eu odeio que mexa nos meus cabelos

Ret: pois deixa eu dá um chute bem no meio dessa tua xota aí piranha - ela segurou a risada

Ana: desculpa - veio se aproximando

Ret: sai daqui sai, sabe nem brincar, se eu não puder mais fazer filho ana, eu juro que eu te encho de porrada

Ana: eu vou pegar gelo - falou rindo

Já fazia uns vinte minutos, e a gente tava deitado na cama e eu tava colocando gelo em cima.

Ana: desculpa tá? - falou beijando meu queixo descendo para o pescoço

Ret: só tem uma coisa que talvez pare de doer

Ana: o que? - falou foda inocente

Ret: uma mamada, vem cá vem

Ana: sai palhaço, tava tentando ajudar, agora se fode aí

Ret: eu tô falando sério cara, ele precisa relaxar e eliminar a tensão - ela me deu dedo e virou para o outro lado, aproveitei e dei um tapão nesse bundão dela.

Tava amarradão na dela pprt.  

Só precisamos de nós. {M}Onde histórias criam vida. Descubra agora