capítulo sessenta e sete

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Ana ✨

Alex: Quer comer alguma coisa?

Ana: Quero não, tô bem.

Alex: E beber, quer? Vou abrir um vinho pra gente, calma aí. - Assenti e ele foi lá pra dentro, minutinhos depois voltou com a garrafa de vinho e duas taças.

Alex: Aqui. - Me entregou a taça e me serviu.

Ana: Obrigado.

Ele sentou do meu lado no sofá e eu coloquei uma perna em cima da dele.

Alex: Folgadona mané. - Falou e ri.

Ana: Pra quem tava na minha intenção, colocou logo nos storys né? Quer dizer que a primeira que respondesse vinha é?

Alex: Que nada cara, privei geral, deixei só tu.

Ana: Até parece, nasci ontem né? - Falei rindo.

Alex: Aqui ó. - Falou me mostrando o celular.

Ana: Acredito não cara kkkkkk.

Alex: Meia hora fazendo isso mané, mas pelos menos valeu a pena.

Ana: Tu é doido, antes me chamasse direto, eu viria.

Alex: Será? - Falou e começou a mexer no meu pé.

Ana: Para, eu tenho cócegas. - Falei rindo.

Alex: Vi uma foto tua hoje, no painel na avenida, tava gatona.

Ana: Obrigada, tava de biquíni? - Ele assentiu.

Alex: Tava com uma saia longa e a parte de cima do biquíni.

Ana: Foi a coleção verão, eu amei fazer essas fotos.

Alex: Antes tu trabalhava com o que?

Ana: Eu era manicure, na verdade, ainda sou, se me procurarem, eu faço a domicílio, mas eu tinha um salão com a minha amiga e minha irmã lá na Rocinha. - Ele pareceu meio surpreso quando eu falei.

Alex: Sério? - Assenti.

Ana: Não só tinha um salão, como morei lá.

Alex: Nunca imaginei, de verdade, já andei em algumas favelas, e você é muito diferente das mulheres que moram por lá, tem postura, não sei.

Ana: E você andava por lá porque?

Alex: Antes dos meus pai abrirem a vinícola, a gente tinha um depósito de bebidas, era bem simples mesmo, e a maioria dos nossos clientes eram de favelas, já até cheguei a curtir um baile, mas não gostei não. - Falou rindo.

Ana: Sério? Eu até curtia um pouco, pagode também, não era muito de sair não, mas ia as vezes. - Falei e ele assentiu.

Alex: E o que te fez se mudar? - Falou e eu fiquei um pouco tensa e ele pareceu perceber. - Olha, se não quiser falar, tudo bem, foi só uma pergunta, mas pode descartar.

Ana: Não, tá de boa. Eu me envolvia com um cara de lá. - Ele arqueou as sombrancelhas. - Um traficante. - Ele pareceu muito surpreso e me deu vontade de ri. - Só que aconteceu algumas coisas e a gente terminou, até aí maravilha. - Falei nervosa. - Só que no carnaval desse ano, eu fiquei com uns caras, que era de outro morro rival, mas eu não sabia, juro! Aí ele descobriu, me bateu, e eu fui expulsa do morro. - Falei e ele ficou calado.

Alex: Porra.

Ana: Sabe nem o que falar né?

Alex: Não. - Falou rindo. - Tô rindo de nervoso tá?

Ana: Pois é, tem esse detalhe da minha vida que eu nunca te contei, e que eu me envergonho muito sempre que lembro.

Alex: É foda, eu não entendo muito sobre essas leis de favela, mas é um milagre ser sair viva né?

Ana: Sim, no começo eu não entendi muito bem, mas depois eu parei pra pensar, e vi na merda que isso deu.

Alex: Mas você ainda mantém contato com ele? - Neguei.

Ana: Não e nem quero, Deus me livre.

Alex: Mas também, se ainda mantivesse.

Ana: Você já se relacionou com alguém?

Alex: Sim, faz uns 5 meses atrás, eu morava em Copacabana, conheci uma mulher na praia, rolou aquelas coisas e tal, 3 meses depois começamos a namorar, curtia ela, no começo tava bacaninha, mas depois, meu amigo, desandou tudo, ela era muito ciumenta cara, possessiva igual, papo reto.
Nossa última briga foi por causa de uma curtida, sem caô, bagulho feião que rolou, a gente tava na fazendo do meu pai nesse dia, ele quebrou quatro garrafas de vinho, deixou maior prejuízo na vinícola, se pá tô pagando até hoje. - Falou rindo.

Ana: Meu deus, maluca.

Alex: Mas e aí, vamos ficar a madrugada toda só na conversa? - Falou subindo a mão pela minha perna e eu fiquei meia sem graça. - Tá com vergonha? - Falou rindo. - Fica não, vem cá.

Ana: Cadê o Alex tímido que eu conheci a dois meses atrás? - Falei e me sentei no colo dele.

Alex: Deu confiança, já era bebê. - Falou e me deu um beijo.

Ele chupou meu lábio inferior e cessamos o beijo com selinhos.

Alex: Vamos subir? - Assenti beijando ele de novo.

(...)

Alex: Tá pedindo arrego aninha?

Ana: Tô sim, cansa nunca você?

Alex: De você não, muito fraquinha.

Ana: Quem vê pensa, mais uma sentada minha e tu desmaia.

Alex: haha, brinca muito você. - Falou e eu dei um selinho nele.

Olhei o relógio e já eram 05:23, virei de lado e ele me agarrou pela cintura, dormimos de conchinha.

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