capítulo quarenta e sete

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Ret:

Quando eu bati o olho na mina, vi logo, rostinho desconhecido, tem que procurar saber dos proceder.

Tava só encarando mermo, e ela só evitando olhar, virava a cara, fingia tá entretida, pensa que o pai é besta.

Chamei o fumaça pra procurar saber de alguma coisa, e ele falou que ela chegou ontem e que tava na pensão da tia Vera.

Quando ela viu eu falando com ele, desesperou na hora, saiu andando que nem doida, pensa que passou batido, aí tem, essa mandada tá devendo.

(...)

Estacionei, desci da moto e entrei no barraco.

Ela entrou logo atrás e ficou olhando pra mim com cara de monga.

Ret: Solta o verbo. --- Falei acendendo um Beck.

Helena: Tenho nada pra falar não, você que saiu me arrastando que nem louco.

Ret: Fala direito, tá achando que tá falando com quem?

Helena: Calma cara.

Ret: Bora porra, vai falando.

Helena: Meu nome é Camila.

Ret: É não, tu nem combina com esse nome.

Helena: Até parece né? Eu em.

Me aproximei e puxei os cabelos dela.

Ret: Bora fala, se mentir já sabe.

Helena: Tá, tá, solta por favor. --- Ela falou e eu soltei. --- Meu nome é Helena, eu vim passar uns dias aqui.

Ret: Fazer o que?

Helena: Só dá rolê mesmo, curtir os bailes.

Namoral mesmo, essa filha da puta tá me estressando, eu sei quando tem mais coisa aí, ela tava muito desconfiada lá, parecia que tava vendendo.

Ret: Fala a verdade porra, tô parecendo que tô brincando? --- Falei apontando a pistola pra ela.

Helena: Tá, desculpa, desculpa, vou te contar --- Falou colocando a mão no rosto.

Ret: Pois fala caralho.

Helena: Eu vim aqui...eu descobri uma traição do meu marido e ela mora aqui, vim cobrar, vim arrasar ela toda.

Comecei a ri sem humor, é muito piranha mesmo, tô te falando cara, sem nem o que tá acontecendo com essas mulher de hoje, papo reto, pra trabalhar, fazer um curso elas não quer nem saber, só quer ser sustentada por macho, agora disposição pra subir morro alheio atrás de furdunço, as piranha tem.

Peguei no maxilar dela e apertei, encostei ela na parede que bateu a cabeça.

Ret: Tu acha que meu morro é o que sua filha da puta? A casa da mãe Joana, que tu entra só pra arrumar bagunça? --- Ela me olhou assustada e deixou uma lágrima cair. --- Se tu é corna, o problema é só teu, quer brigar por piroca? tu briga lá fora, porque aqui tu se fode todinha, tá entendendo? --- Ela assentiu. --- Pois é, última forma nesse bagulho, se eu te ver por aqui tentando arrumar confusão outra vez, tu desce logo pra vala. --- Ela assentiu e eu soltei ela. --- Bora, se manda.

Ela saiu e eu fui atrás.

Montei na moto e guiei pra boca.

PL: Qual foi? Achei que tu tava no bar.

Ret: Tava mesmo, mas fui cobrar uma garotinha ali. --- Ele riu e negou com a cabeça.

PL: Vai chegar no baile mais tarde? Último dia.

Ret: É, talvez eu cole por lá, vou guiar. --- Falei e sai.

Passei em casa, tomei um banho, me arrumei e desci de novo.

Bolei um verdinho e acendi.

Voltei para o bar, pedi mais um latão e me sentei com os cara.

Dafé: Aí Ret. --- Olhei pra ele. --- Meu mano aí, 18 anos nas costas e quer se envolver, eu posso com isso? --- Falou gastando.

Dafé era um parceiro meu do morro aliado, fecha cmg sempre.

Ret: Aí menor, se liga, vai fazer um jovem aprendiz. --- Falei rindo.

Dafé: Visão, falei pra ele já, essa vida que eu tenho, não é pra qualquer um.

Xx: Papo de viado. --- Falou com tédio.

Ret: Mas deixa ele pô, é assim mesmo, depois quebra a cara, se liga, teu irmão tá certo, não é fácil não, pra cada escolha, é uma renúncia, e tu só vai se ligar nisso mais pra frente.

Montei na moto e guiei pra minha casa pegar o whisky.

Voltei, estacionei a moto e voltei pra mesa.

O cara trouxe o gelo e eu fiz logo meu copo.

Dafé: Aulas meu parceiro. --- Falou rindo.

Ret: Eu fortaleci, fala tu.

Sentei na mesa e o menor aumentou o som.

Ret: Eu prometo te dar carinho
Mas gosto de ser sozinho, livre pra voar
Quem sabe um outro dia
A gente possa se encontrar --- Cantei batucando na mesa.

DG passou na moto e buzinou.

Ret: Coé meu relíquia, chega aí, chega aí.

Ele desceu da moto e entrou.

Ret: Senta aí, tomar uma.

DG: E pô, Dani tá me esperando.

Ret: Qual foi? Deixa de ser panda pnc.

Minha atenção foi tirada com uma gritaria lá fora e o fumaça entrando no bar.

Fumaça: Aí Ret, a novata tá causando mó problema lá fora.

Já saí daquele bar no ódio pprt, dei o aviso nessa filha da puta, quer morrer mesmo.

Cheguei lá e tinha um cara segurando ela, que tava gritando e mais na frente a Ana e a Priscila indo embora.

Helena: Não corre não sua piranha, eu vou te pagar, vou te dar uma surra, vagabunda. --- Falou gritando.

Ret: Tá doida sua filha da puta? O que foi que eu te falei, sei nem o que tu ainda tá fazendo aqui.

Helena: Você não tá nem aí né? Seu corno.

Foi no automático, só um murrão na cara dela que desceu o melado.

Helena: Pode bater, mas é verdade, você foi corno, a Ana te traiu, sentou pro Fp, teu rival, otário.

Deixem seus votos e comentários pf, eu só estou escrevendo e não estou vendo retorno.

Só precisamos de nós. {M}Onde histórias criam vida. Descubra agora