Só precisamos de nós. {M}

capítulo trinta e seis

Ana

Aí gente, eu tava farta dessas situações, sabe? As vezes eu me pergunto onde eu tava com a cabeça pra me envolver nisso.

O cara já deixou claro que vai seguir em frente, mas adora passar um vexame.

A minha vontade agora era de largar o foda-se e ir pra minha casa, mas eu fiquei preocupada com o que podia acontecer com o Danilo, se bem que ele subiu porque quis, nem eu sabia que ele tava por aqui, e da última vez que ele saiu daqui, saiu avisado.

Ana: Que desenrolo o que cara? --- Falei com tédio --- Meu deus, pra que isso? A gente já resolveu.

Ret: Cala a tua boca, tu é uma piranha, isso sim, mal saiu de cima de mim, e já montou em outro. --- Falou no ódio.

Ana: Eu sou uma piranha? Porque eu sou uma piranha? Fala aí, porque eu não tô sofrendo por ti enquanto tu tava comendo outra? Ou porque eu não confio o bastante em você pra tentar de novo?

Ret: Teu mal é esse, achar que pode se crescer pro meu lado e ficar por isso mesmo, as coisas mudaram viu Ana?! Antes eu ainda tinha consideração por ti, mas hoje eu não tenho mais não, então se precisar ter que levar na cara pra aprender, vai levar.

Ana: Tá ameaçando me bater? Eu juro por tudo que é mais sagrado Ret, no dia que você subir uma mão pra mim, o nojo que eu vou ter de você vai ser tão grande, que vai ser impossível conviver no mesmo mundo que você.

Ret: Meu papo contigo acabou já, num fez tua escolha? Então jae, agora esse filho da puta vai ter o dele, já não tem mais nada haver contigo, eu não sou dois papo não, se eu falei, tá falado.

Danilo: Qual foi cara? Sabe vim mão a mão não? Ou tu tem que usar todo esse teu porte de bandido pra bater de frente? Vem na igualdade porra, eu posso apanhar, mas tu também leva.

Danilo nem precisou dizer mais nada, Ret já meteu um socão na cara dele que cambaleou pra trás, ele voltou e deu um soco no Ret, e aí foi só sequência de socos.

Os dois já estavam sangrando no rosto.

Nós estávamos na rua do baile, do outro lado da rua, tinha geral vendo, mas ninguém separava, nem nada.

Danilo caiu no chão e o ret deu só sequência, ele já tava meio desacordado.

Fiquei desesperada né? Ele ia matar ele.

Empurrei o ret que caiu para o lado, mas levantou e ia voltar de novo.

Ana: Me ajuda porra. --- Gritei e uns caras vieram correndo.

Seguraram o ret e eu ajudei o Danilo a levantar.

DG apareceu junto do PL.

PL: Porra, de novo menor? Cara gosta de apanhar né? --- Falou rindo.

Ana: Vai tomar no seu cu, não tá vendo o estado dele não idiota? --- Ele botou logo o serinho pro meu lado.

PL: Qual foi Ana? Quero nem sair da lógica contigo.

Me abaixei do lado do Danilo, e ele tava bem mal mesmo.

Ana: Vem, consegue levantar? --- Ele assentiu.

Ana: Me ajuda DG? --- Ele olhou para o ret e depois pra mim.

DG: Pô Ana, tu vai me desculpar, mas não vai rolar não, o cara já sabia já, subiu de novo pra provocar mesmo.

Ana: Já é então --- Fiz legal com a mão.

Danilo passou por o ret e falou "Agora tu tem motivos pra ter a penha como rival, otário." 

Ret veio pra cima de novo, mas os meninos seguraram ele.

Eu fui com ele até em casa, coloquei ele no sofá e fui pegar um kit de primeiros socorros.

Passei um pano molhado pra tirar o sangue, e vi os lábios e a sobrancelha dele cortada.

Danilo: Desculpa Ana.

Ana: Cala a boca.

Danilo: Eu vim...

Ana: Que merda cara, o que você veio fazer aqui? Você sabia que isso podia acontecer.

Danilo: Eu vim a mando do meu tio, mas foi justamente pra falar com o Ret.

Ana: E quem é teu tio?

Danilo: Barão, ele tava puto com o Ret, agora vai ficar mais ainda.

Fiquei calada.

Danilo: Agora ele se fode todinho. --- Sorrio e me olhou. --- Qual foi? Tá com ele ainda?

Ana: Não tô com ninguém, mas também não desejo o mal dele.

Danilo: Depois do que ele te fez? --- Ele negou com a cabeça. --- Achei que tu fosse diferente.

Ana: Você não tem que achar nada, acho que já deu a hora de tu ir embora né? Vou chamar um moto táxi pra te lavar até a barreira.

Falei e sai, chamei um que tava passando por ali e o Danilo saiu batendo a porta.

Ana: Deixa a porta seu otário. --- Gritei.

Entrei no banheiro e fui tomar um banho pra depois ir dormir.

As meninas não voltaram, peguei meu celular, deixei uma mensagem pra elas e capotei.

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