♠ I Wanna Go Back To You (IBWY Sequel) ♠

♠ Capitulo 1 ♠

Lauren POV

XX: Mamã. – A sua voz angelical despertou-me dos meus pensamentos.

Eu: Diz amor. – Apertei mais o seu casaco pois estava um pouco de frio.

Melodie: Eu não quero ir embora. – Olhei para os seus pequenos olhos verdes. – Eu quero ficar aqui.

Eu: Mel, nós temos de ir. – Ajeitei os seus cabelos por baixo do pequenino gorro que protegia a sua cabeça. – Vamos voltar para casa princesa, não tens saudades da tia Jade?

Melodie: Sim.

Eu: E não queres ir ter com ela? – Ela não me respondeu, apenas baixou a cabeça. – Vai correr tudo bem bebé. – Abracei-a e ouvi a última chamada para o nosso voo. Peguei na sua mochila das princesas, que continha o que era necessário caso precisasse-mos de algo dentro do avião, e coloquei-a às suas costas pegando nela de seguida. Coloquei a minha mala no meu ombro e seguimos caminho até ao avião onde nos sentámos nas cadeiras. Mel rapidamente adormeceu com a cabeça no meu braço e eu apenas olhava pela janela onde se via Londres a ficar cada vez mais pequenino.

Depois de eu ler aquela carta que Austin me deixou no dia em que se foi embora, eu estive uns dias mal, sentia muito a sua falta e cada vez que lhe ligava dizia que o número não estava disponível, o que eu calculei que ele o tivesse mudado, mesmo para não ser encontrado. A minha “mãe” e a minha “irmã” estiveram preocupadas comigo o tempo todo e quando eu as confrontei com aquele assunto da minha verdadeira família, elas contaram-me tudo e pediram desculpas por ter acontecido daquela maneira mas, elas apenas queriam o meu bem. Eu achei que não valia a pena ficar chateada com elas por uma coisa destas por isso continuei a trata-las como se nada fosse, como se eu não soubesse de nada, não me vejo a tratar a minha mãe por Anne, ou até mesmo tia, é demasiado estranho. Mais ou menos um mês depois descobri que estava grávida, isso mesmo, grávida. Acho que não é muito difícil de saber quem é o pai, por isso não vou estar aqui a explicar tudo. Como vim parar a Londres? Simplesmente estava a precisar de apanhar “um novo ar” e decidi mudar de país, mas não fui sozinha, no tempo em que estive grávida o Mathew ajudou-me imenso, imenso mesmo, ele foi, e é, o meu melhor amigo. Ele deu-me uma casa, um emprego, tudo, ele deu-me tudo e, acima de tudo, ele ajudou-me com a minha filha, Melodie. Ela é uma linda menina com cabelos castanhos e olhos verdes, sinceramente acho que ela é uma mistura dos dois, não tenho a certeza. Vou voltar para o Texas apenas porque o Matt me disse que um tal de Zach, um amigo seu, tinha uma empresa e que, como estavam a precisar de gente ele disse para eu ir pois assim sempre estava na minha terra Natal e mais perto da família. Como não tinha nada a prender-me aqui em Londres, decidi aproveitar e ainda vou ganhar muito mais do que ganhava na loja do Matt. Se vi o Austin novamente? Não, não vi e nem o pretendo ver. Ele morreu para mim no momento em que foi um cobarde em me deixar aquela carta e abandonar-me no momento em que eu mais precisava dele, no momento em que eu estava com a cabeça a andar às voltas. Eu não sabia o que fazer naquela altura, eu estava completamente confusa e não sabia se havia de fugir para bem longe ou se voltava para minha casa e comportava-me como se nada fosse, e ele era essencial para me apoiar e ajudar a tomar este tipo de decisões. Neste momento podíamos estar felizes e com uma linda filha com apenas 5 anos de idade, que nem sabe quem é o pai. Se eu lhe contei? Ainda não, mas já lhe disse que ela tem um pai e, felizmente ou infelizmente, ela não faz muitas perguntas acerca dele. Acho que se fizesse eu não estaria tão à vontade para lhe responder fosse o que fosse, porque, quer eu queira quer não o Austin irá sempre fazer parte de mim, eu tenho comigo um fruto do meu amor com ele, ou pelo menos eu penso assim. Ao fim destes anos todos eu mentalizo-me que Austin nunca me amou e apenas me usou para seu prazer sexual e porque sabia que eu era sua irmã, então porque não levá-la a conhecer a sua família inteira e, assim de repente, a sua avó diz-lhe que eu estive “desaparecida” estes anos todos? Pois, acho que o esquema já estava todo planeado. Eu arrependo-me, arrependo-me imenso de alguma vez o ter deixado entrar na minha vida, porque eu não continuei com a minha vida normal, solitária e sem ninguém para me chatear ou atormentar? Eu estava bem como estava antes de ele aparecer no dia do baile e oferecer-me uma bebida. Porque é que ele teve de fazer isto comigo? Ele não podia simplesmente dizer-me que era meu irmão e depois tratar-me como tal? Ao menos ele não me fazia apaixonar por ele e depois despedaçar-me o coração. Porque é que a vida tem de ser tão complicada para o meu lado? Eu só queria ser feliz, encontrar realmente alguém que me amasse, a mim e à minha filha, e construísse-mos uma família e que cuidássemos um do outro, assim como dos nossos filhos.

XX: Boa tarde senhora. – A voz de uma hospedeira despertou-me. – Deseja tomar algo? – Sorriu-me.

Eu: Não obrigada, estamos bem. – A senhora assentiu e após sorrir mais uma vez saiu do meu campo de visão.

(…)

XX: Entre. – Ouvi uma voz grave falar depois de eu bater à porta.

Eu: Posso Mr. Dorsey? – Espreitei um pouco para dentro da sala e o homem sorriu-me.

Mr. Dorsey: Claro. – Ajeitou-se na sua cadeira. – E trate-me por Zach por favor, somos praticamente da mesma idade. – Sorri-lhe entrei sentando-me na cadeira à sua frente. – Então Mrs…

Eu: Roberts. – Completei.

Zach: Mrs. Roberts, o meu amigo Mathew disse que você viria cá para saber mais pormenores acerca do que irá realizar, certo? – Assenti. – Bem, - Retirou uma pasta da gaveta. – Tem aí tudo o que precisa de saber e inclusive alguns trabalhos para começar amanhã, está bom para si?

Eu: Claro. – Levantei-me e apertei a mão ao rapaz loiro. – Voltarei amanhã então. – Ele sorriu-me e eu dirigi-me à porta para sair mas parei em frente desta. – E já agora, - Virei-me para ele. – Trate-me por Lauren por favor, afinal somos praticamente da mesma idade. – Ouvi a sua gargalhada antes de fechar a porta e dirigir-me para casa.