Come Back

Live or die

     

Eu não conseguia simplesmente respirar naquela cadeira fria de hospital,eu tentava controlar meus batimentos mas era inútil,eu mal ouvia, eu na verdade queria ser aquela garota convalescida nos braços daquele belo homem que eu mal conhecia,eu ainda desejava não estar aqui,e embora não soubesse o destino daquela garota pelo menos ela não estava próxima o bastante daquele ser que sentia tanto asco,aquele menino envolto em meu colo procurando conforto, me apertava ainda mais o  peito então pergunta triste e chorando assustado:

-Ela vai ficar bem?Perguntou com os olhos cheios de medo, papai não me perdoaria,eu deveria cuidar dela.

-Sim ela vai meu querido,e não era sua responsabilidade,existem coisas que não podemos controlar disse tentando acalma-lo, sorrindo forçosamente.

Os minutos custavam a passar,mas eram ainda mais lentos quando "Ele"nervosamente caminhava de um lado ao outro no telefone,demostrando certo desconforto e irritabilidade,com sua voz grossa, tentava afasta-lo tentava me afastar.

Estava confusa com a contagem dos dias e  em como eu contava o tempo,levantei me delicadamente para não assustar o menino ao meu colo, procurando por algo que pudesse tomar,minha garganta estava seca,no corredor existia um bebedouro  movimentando me naquela direção caminhei quando fui bloqueada sendo puxada pelos braços…brutalmente -Onde vai?

-Posso beber água pelo menos e oferecer ao garoto? disse gaguejando...olhando para o bebedouro engolindo em seco tremendo custando a manter o peso sobre as pernas.Álava ignora a ligação poucos segundos.-claro mas nem pense… levemente deixou parecer a arma,beijou me a bochecha sussurou ao meu ouvido:-mato todos nessa sala se tentar algo,e continuou a conversa.

Recepcionista, pacientes, médicos enfermeiros, ninguém absolutamente ninguém desconfiava que fossemos sequestrados e que estávamos acuados,a rotina era simplesmente mantida, desconfortável respondi:-Me solte,eu ja entendi,tirando suas mãos  grossas e as ásperas de cima de mim.

Era começo da noite de sábado, quando percebi  finalmente me dando conta caminhando notando os espaços e tudo ao meu redor, presos a um mural no corredor com desenhos de várias crianças o calendário do ano,na data tinha uma florzinha circulando o dia de hoje...o mural era uma mistura de cores e de sonhos,era a vivacidade. Vida.pensei.

-Ah que lindo pensei.Eu nunca terei isso.

Família,filhos que eu realmente quisesse.

Séria difícil ter algo que eu realmente quisesse...Divagando em meus pensamentos...eu deixei me ir nas pequenas lembranças da infância,na alegria das brincadeiras,dos sorrisos… o amor que tinha,do cuidado,voltei o olhar para o Lucca e me perguntei como essa criança poderia um dia esquecer isso… nem eu acho que posso,bom pensei em como suavizar as coisas e deixar aquela criança menos tensa, preocupada, infelizmente ele era  criança e não sabia o que está acontecendo e a mim também aproveitando que "Ele" não nos notava,deveria ser importante talvez mais absurdamente aprisionando mais mulheres…sinto me gelar, parando o pensamento. Pegando um copo de água para o garoto,finalmente 

Percorrendo o olhar por entre a enorme e silenciosa sala, vejo a um canto várias mesinhas  pequenas com papéis em branco, lápis em cera, cola papéis coloridos… alguns brinquedos,estamos na ala pediátrica,onde crianças eram cuidadas então não era de causar estranheza e deixe me permitir,caminhei até Lucca entreguei o copo de água ele agradeceu sorrindo,bebeu um pouco e depois o arrastei docemente por entre  as mesinhas e  falei:

-Vamos desenhar, colorir? Você gosta?

Ele assentiu positivamente com a cabeça e então continuei.