Capítulo 27

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Naquela mesma madrugada eu cheguei em casa antes de amanhecer. Eu estava cansada mas não consegui dormir. Como eu já esperava, aquela noite tinha sido improdutiva porque, fora as fotos, não conseguimos pensar em mais nada. Quer dizer, eles não pensaram, eu já tinha falado a minha ideia.

Eu fiquei encarando o teto até ouvir passos no corredor, provavelmente minha mãe, então eu levantei e desci para a cozinha, onde, de acordo com minhas suspeitas, minha mãe estava cantarolando e preparando o café-da-manhã.

--Bom dia. -Eu disse chamando sua atenção.

--Oi, querida. Dormiu bem? -Ela disse alegre.

--Sim. -Eu menti.

Não, a última coisa que eu tinha feito essa noite foi dormir.

--Que tal me dar uma ajudinha? -Minha mãe me perguntou.

--Claro! O que posso fazer?

--Você pode fazer os ovos mexidos.

Eu fui até a bancada e fiquei de frente pra minha mãe. Comecei a quebrar os ovos e mexer, mas, enquanto isso, minha mãe estava com uma cara estranha.

--Pode perguntar. -Eu falei pra ela, deduzindo que ela queria me perguntar algo.

--É que... nada não. Deixa pra lá. -Ela desconversou.

--Mãe. -Eu pressionei.

--Tá bom. É que já passou da hora de você voltar pra escola.

E era verdade. Com tantas coisas na minha cabeça eu tinha esquecido da escola. Era pra eu ter voltado alguns dias atrás.

--Amanhã eu começo a ir, então. -Eu respondi e minha mãe suspirou, mas eu pude perceber que algo mais a incomodava.

--E tem outra coisa. -Ela falou antes que eu pedisse. -Jenny, você vai fazer 17 e... Bem, querida, você nunca trouxe um namorado pra nós conhecermos.

Eu quase ri com essa preocupação tão inocente. Mal minha mãe desconfiava do mundo paranormal que nos era escondido.

--Tem aquele garoto, Maxon? Maison?-Ela começou e eu fiquei tensa. -Você tem certeza que ele é só um amigo?

Eu não sabia o que responder. Como ela sabia de Mason? Será que eu tinha mencionado ele alguma vez pra ela? Devia contar pra ela? Devia contar que o cara que eu estava namorando era o mesmo que tinha me sequestrado? Acho que não seria justo com ela ficar guardando mais segredos.

--Mãe, Mason, na verdade, Mason me pediu em namoro. -Eu soltei e vi seus olhos brilharem. Que mãe era essa que não briga? Respirei e conclui. -E eu aceitei.

Ela soltou um maravilhoso sorriso e seus olhos se encheram de água.

--Minha pequena garotinha, até que enfim. -Ela falou e veio me abraçar. -Você tem que trazê-lo logo para eu conhecer. Marque com ele o dia que eu irei fazer um jantar maravilhoso.

Eu fiquei um pouco atordoada com o fato dela estar tão feliz por eu estar namorando, mas o seu sorriso me contagiou. Ficamos conversando e rindo até Brick chegar com cara de sono e se sentar em um dos banquinhos da bancada.

--Bom dia, meu amor. -Minha mãe disse.

--Bom dia. Pra que todas essas risadas? -Ele perguntou com voz de sono.

Eu olhei pra minha mãe, que soltou um risinho.

--Nada, não. -Minha mãe respondeu e Brick a olhou desconfiado. -Nada mesmo. Agora tome o seu café.

Brick apenas concordou, começando a comer e eu me juntei a ele. Quando terminei eu subi para o meu quarto. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem de Mason.

Mason: oi. Jenny, desce. Preciso falar com você.Tô te esperando na porta.

Eu fiquei muito curiosa na hora. Peguei meu casaco e coloquei o celular no bolso. Desci vendo que Brick e mamãe ainda estavam na cozinha.

--Mãe, vou sair. -Eu falei da porta.

--Onde você vai?

--Sair com Mason.

--Ok. Me ligue se acontecer alguma coisa. Divirta-se.

Eu abri a porta e vi Mason me esperando encostado em seu carro. Caminhei até ele e o beijei antes de tudo.

--Oi. -Ele falou, sorrindo.

--Oi. O que aconteceu?

Imediatamente após essa pergunta o seu sorriso sumiu e formou uma carranca.

--Novidades de Beatrice. Ela nos deu o último pedaço. -Ele falou.

--Nossa! Deixe-me ver.

Ele me olhou nos olhos por um tempo, parecendo decidir se me mostrava ou não a foto. Por fim, ele pegou um papel todo remendado do bolso e me entregou.

Ele tinha colado todos os pedaços da foto, formando a imagem de um campo de trigo com um celeiro bem velho e abandonado no lado direito e o céu bem embruscado. Eu conhecia aquele lugar.

--O que você vai fazer?

--Eu e os outros vamos nesse lugar pra ver o que tem lá.

--Eu quero ir.

--Nem pensar. Você tem que ficar em casa, onde sabemos que estará em segurança.

--Mason, eu tenho que ir! -Eu protestei.

--Jenny, você não pode. É perigoso demais, não posso te perder. Fique em casa até eu voltar.

--Eu não posso fazer isso, Mason. Eu vou com você!

--Jenny, NÃO. -Ele gritou me fazendo estremecer. -Volte para casa e me prometa que não vai sair até eu voltar.

Eu virei a cabeça, mas Mason pegou meu queixo, me fazendo encará-lo.

--Me prometa!

--Tá bom. -Eu falei.

--Diga.

--Tá bom, eu prometo, Mason. Agora me solta.

Mason me soltou e suspirou, tenso. Eu me afastei um pouco dele e desviei o olhar porque aquela atitude dele realmente tinha me pegado de surpresa.

--Jenny, me desculpe, mas é a única forma de eu saber se quando eu voltar pra casa você estará bem e em segurança. -Ele falou e eu apenas concordei. -Jenny. Fala comigo.

--O que você quer que eu fale, Mason? -Agora ele que virou a cabeça. -E se acontecer alguma coisa com você?

--Não vai acontecer nada. Eu prometo. Vem cá. -Ele disse abrindo os braços e eu me aninhei nele, ficando assim por um tempo.

--Quando vocês vão?

--Agora. Austin e o resto só estão me esperando.

Eu suspirei. Não queria que ele fosse embora e me deixasse.

--Então vá. -E falei me afastando para olhar em seus olhos. Ele pareceu meio surpreso por eu não estar insistindo com ele sobre eu ir.

--Ok. -Ele falou beijando minha testa. -Se cuida. Eu te amo. Tchau.

--Eu também te amo.

E é justamente porque o amo que não posso deixa-lo ir desse jeito. Jamais me perdoaria se alguma coisa acontecesse á ele. Teria que quebrar minha promessa. Só espero que ele me perdoe.

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Oláaaa.

Me desculpem pela demora, mas cá está.

Espero de coração que gostem, enão, por favor, votem e comentem.

Beijossssssss.

A LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora