Capítulo 2

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Depois do susto dessa tarde, Diana me deixou em casa. Antes de entrar em casa, tive uma discussão comigo mesma e decidi que não iria contar nada do que aconteceu. Pra ninguém. E isso se tornaria um segredo muito importante.

Entrei e de cara vi meu irmão mais novo, Brick (ele tem 10 anos, e eu tenho 16) jogando um jogo de futebol (a coisa que ele mais gosta em todo o mundo!). Avistei minha mãe, Suzana, na cozinha, provavelmente preparando o jantar.

Desde que meu pai nos abandonou, está muito difícil pra minha mãe manter a postura, ela se faz de forte na nossa frente, mas eu sei que toda noite ela chora sozinha em seu quarto. Falei um oi breve e subi para o meu quarto. Estava com medo de que se ficasse mais um pouco lá embaixo eu acabasse deixando o meu segredo escapar.

Ah, o meu quarto, o meu lugar favorito em tudo que há nesse mundo. É onde eu penso, e posso ficar olhando pra parede (lindaa), sem que ninguém me interrompa. E foi o que fiz. Eu estava muito transtornada, aliás, quem não estaria? Eu presencie um assalto!! Isso é um trauma pra vida toda! Caramba, eu precisava de alguém em que pudesse confiar. Minha mãe já está muito abalada, isso seria uma tragédia. Meu irmão é muito pequeno, ele se parece comigo, só que mais baixinho; ele é muito esperto, mas mal conhece o mundo, não posso bombardeá-lo. E tem as minhas duas melhores amigas; não é que eu não confio nelas, é só que eu acho que elas devem estar tão transtornadas quanto eu. Não vejo como elas poderiam me ajudar.

Tentei me acalmar, afinal, era só um susto. Logo eu esquecia isso, e teriam vários outros ótimos momentos na minha vida.

 Não me convenci disso. 

Tinha alguma coisa naqueles olhos que me atraíram. Deve ter sido no modo intenso que ele me olhou.

Eu pensei tanto nisso que, de cansaço, eu acabei dormindo. Mas não por muito tempo.


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