Especial Mason-Parte 3

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Cheguei correndo no hospital, mas sentia como se estivesse em um mundo paralelo. As pessoas á minha volta choravam e estavam muito aflitas, mas eu não importava. Eu simplesmente não conseguia acreditar que o meu amor tinha morrido. Precisava ver com meus próprios olhos.

E o meu bebê? O que aconteceu?

Andava de um lado pro outro até que um doutor me chamou e me levou para uma sala. Era um cubículo todo branco e em seu centro estava uma maca com um corpo coberto. Eu não queria fazer isso.

O medico, cuidadosamente, retirou o pano que cobria o corpo e eu não aguentei.

Lá estava Mary, branca e sem expressão. Não podia acreditar que nunca mais veria seus olhos, nem seu sorriso, nem escutaria sua risada, nem envelheceríamos juntos. Era demais pra mim. Tentei manter a calma e perguntei.

  --E o bebê?

O médico balançou a cabeça negativamente.

Não, não, não.

Comecei a chorar e o médico falou alguma coisa, mas eu não consegui escutar mais nada. Saí correndo da sala, passei pela recepção e saí do hospital Estava muito frio, mas eu não ligava. Tudo estava dando errado com a minha vida.

Por quê?

Andei sem rumo até chegar á uma pracinha. Sentei-me em um banco, sentindo-me miserável. Não sabia que horas eram, mas o céu já estava escuro.

Senti uma estranha movimentação ao meu lado. Curioso, virei-me. Sentado no mesmo banco que eu estava um senhor fitando o nada á sua frente.

  --Oi. –Ele disse percebendo que eu o encarava.

  --Oi?

  --Você quer sua esposa de volta?

Mas que pergunta era aquela? Só podia ser uma brincadeira de mau gosto. Eu não estava gostando nada daquilo.

O velho finalmente me olhou e eu percebi que seus olhos eram vazios. Me assustei, mas não conseguia deixar de encarar aqueles olhos. Eles me faziam sentir cada vez mais melancólico e vazio.

  --Eu tenho uma proposta a lhe fazer.

Desviei meu olhar de seus olhos.

  --Olha, será que você, por favor, pode me deixar em paz? Vá embora.

  --Eu posso lhe devolver sua esposa e te conceder mais dez anos de vida. –Ele continuou, ignorando-me. –Eu posso te proporcionar isso. Você aceita?

  --Mas que brincadeira sem graça é essa?

  --Responda á pergunta. –Sua voz aumentou e ficou mais rouca. Ele parecia impaciente.

  --Mas é claro que eu quero isso. Só que isso não vai acontecer. Minha esposa está morta. MORTA  –Aquilo passou como féu pela minha garganta e eu comecei a chorar mais ainda.

  --Ela está morta, mas eu posso trazê-la de volta. Basta você aceitar a minha oferta.

   --Mas que oferta é essa?

  --Eu trago sua esposa e te dou dez anos pra você usar do jeito que quiser. Mas, quando seu prazo esgotar, você me dará a sua alma.

  --O quê? Você realmente acha que eu vou acreditar nisso?

  --Acredite no que quiser. Eu estou te fazendo uma oferta. Sua esposa e dez anos. O que você me diz?

  --O que você vai fazer com a minha alma?

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