Cheguei correndo no hospital, mas sentia como se estivesse em um mundo paralelo. As pessoas á minha volta choravam e estavam muito aflitas, mas eu não importava. Eu simplesmente não conseguia acreditar que o meu amor tinha morrido. Precisava ver com meus próprios olhos.
E o meu bebê? O que aconteceu?
Andava de um lado pro outro até que um doutor me chamou e me levou para uma sala. Era um cubículo todo branco e em seu centro estava uma maca com um corpo coberto. Eu não queria fazer isso.
O medico, cuidadosamente, retirou o pano que cobria o corpo e eu não aguentei.
Lá estava Mary, branca e sem expressão. Não podia acreditar que nunca mais veria seus olhos, nem seu sorriso, nem escutaria sua risada, nem envelheceríamos juntos. Era demais pra mim. Tentei manter a calma e perguntei.
--E o bebê?
O médico balançou a cabeça negativamente.
Não, não, não.
Comecei a chorar e o médico falou alguma coisa, mas eu não consegui escutar mais nada. Saí correndo da sala, passei pela recepção e saí do hospital Estava muito frio, mas eu não ligava. Tudo estava dando errado com a minha vida.
Por quê?
Andei sem rumo até chegar á uma pracinha. Sentei-me em um banco, sentindo-me miserável. Não sabia que horas eram, mas o céu já estava escuro.
Senti uma estranha movimentação ao meu lado. Curioso, virei-me. Sentado no mesmo banco que eu estava um senhor fitando o nada á sua frente.
--Oi. –Ele disse percebendo que eu o encarava.
--Oi?
--Você quer sua esposa de volta?
Mas que pergunta era aquela? Só podia ser uma brincadeira de mau gosto. Eu não estava gostando nada daquilo.
O velho finalmente me olhou e eu percebi que seus olhos eram vazios. Me assustei, mas não conseguia deixar de encarar aqueles olhos. Eles me faziam sentir cada vez mais melancólico e vazio.
--Eu tenho uma proposta a lhe fazer.
Desviei meu olhar de seus olhos.
--Olha, será que você, por favor, pode me deixar em paz? Vá embora.
--Eu posso lhe devolver sua esposa e te conceder mais dez anos de vida. –Ele continuou, ignorando-me. –Eu posso te proporcionar isso. Você aceita?
--Mas que brincadeira sem graça é essa?
--Responda á pergunta. –Sua voz aumentou e ficou mais rouca. Ele parecia impaciente.
--Mas é claro que eu quero isso. Só que isso não vai acontecer. Minha esposa está morta. MORTA –Aquilo passou como féu pela minha garganta e eu comecei a chorar mais ainda.
--Ela está morta, mas eu posso trazê-la de volta. Basta você aceitar a minha oferta.
--Mas que oferta é essa?
--Eu trago sua esposa e te dou dez anos pra você usar do jeito que quiser. Mas, quando seu prazo esgotar, você me dará a sua alma.
--O quê? Você realmente acha que eu vou acreditar nisso?
--Acredite no que quiser. Eu estou te fazendo uma oferta. Sua esposa e dez anos. O que você me diz?
--O que você vai fazer com a minha alma?
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A Lua
ParanormalPLÁGIO É CRIME, NÃO CAIA NESSA!!!PENA DE TRÊS MESES ATÉ UM ANO OU MULTA! Um romance sobrenatural entre uma garota, Jenny, tomada pelos fantasmas do passado e um garoto, Mason, que, de jovem, só tem o rostinho bonito. O começo deles não foi o mais co...