Capítulo 5

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Eu estava em um lugar que nunca tinha visto antes. Parecia ser uma sala bem escura e pequena., sem móvel algum. Do nada apareceu uma luz muito forte de algum lugar do quarto. Levei um susto. Logo essa luz tomou a forma de um homem muito bonito, com uma beleza rara. Olhos azuis muito claros, quase brancos; cabelo branco; muitos músculos, e... asas!

  --Jennyfer, você está prestes a tomar uma decisão muito difícil de voltar atrás. Uma vez que você tomar essa decisão, você estará entrando em um caminho de escuridão e trevas. Estou aqui para te avisar: cuidado com suas companhias, elas podem ser muito perigosas e podem colocar sua vida em risco.

  --Quem é você?--Que cara louco! Aparecendo do nada, não tá falando coisa com coisa, não pode ser normal...

  --Em breve você saberá, mas por hora, aceite esse conselho como se fosse de um amigo. É para o seu bem.

Falando isso, outra luz forte veio em minha direção. Por que ninguém me responde nada? Isso só me deixa mais curiosa! Depois disso, eu acordei.

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Retomando meus sentidos percebi que continuava no mesmo carro, com o mesmo cara bonito, e que esse aviso não passou de um sonho louco. Olhei para o lado e meu companheiro estava focado na estrada. Nós já tínhamos entrado em alguma cidade.

  --Já estamos chegando?--Imitei uma criança mimada e impaciente. Mason pode ser lindo, mas isso não diminui minha vontade de que tudo isso acabe logo .Eu só quero voltar á minha vida norma. Será que isso é pedir demais?

  --Falta pouco. Tá com fome?--Percebi que ele tinha comprado salgadinhos. Não que eu tivesse alguma experiência anterior, mas que tipo de sequestrador dá tal liberdade para sua sequestrada?

  --Dispenso--Eu estava com fome, mas não queria comer nada que ele me oferecesse.

Ele me olhou, abriu a boca pra falar algo, mas pareceu mudar de ideia e voltou a se concentrar nas ruas. Minutos depois ele estacionou em frente á uma loja de materiais de construção.

  --Desce--chegou o momento que eu temia.

  --Mas você tinha dito que eu não precisava participar do assalto.

  --Não, eu disse que você não precisava assaltar, o que significa que você não precisa segurar uma arma nem colocar máscara. Agora você vai ser minha refém.

Mas o quê? Como ele ousa?

  --Mas...

  --Desce agora, por favor. --Ele disse calmamente, enquanto colocava a máscara.

Não sabia o que era pior: ter que assaltar, ou ter que ser refém. Realmente eu tinha que ter feito muita coisa errada pra merecer isso.

Desci do carro.

  --Agora você não vai fazer nada, a não ser ficar quieta e tentar não arruinar tudo. --Ele disse.

Chegamos até a porta de madeira da loja. Então ele apontou a arma pra minha cabeça e segurou meus braços atrás do meu corpo. Nessa hora eu realmente queria gritar, não sei bem ao certo se era por estar com muito medo, ou pelo aperto dele estar me machucando. Mas, com medo de contrariá-lo, eu escolhi permanecer quieta.

Ele entrou na loja, quase me empurrando, e nem precisou falar nada, o cara que estava no caixa já levantou as mãos, e os cliente já abriram espaço, deixando claro que não iriam se opor ao assaltante/sequestrador. Então sem dizer uma sequer palavra, Mason se dirigiu ao caixa e pegou quase tudo, deixando umas 100 libras mais ou menos.

Mason se dirigiu á saída. Assim que saímos ele me soltou e logo em seguida segurou meu pulso me levando para o carro.

Eu estava quase chorando, mas me contive. Entrei no carro e logo em seguida ele entrou também. Eu achei que o assalto foi quase calmo demais.

  --Tá bom, aquilo foi estranho--Ele falou, lendo meus pensamentos. --Mas você até que se comportou direitinho, estou pensando em te contratar como minha refém oficial--E aquilo pareceu ser uma espécie de piada interna pra ele. Bem, pra mim não foi. Calmo ou não, aquilo foi errado.

  --O quê?!NUNCA!! Você me obrigou a participar de um assalto de pessoas inocentes.

  --Inocente é uma definição muito relativa. Eu acredito que todo mundo já cometeu pelo menos uma besteira, grande ou pequena, na vida; portanto, inocente é uma palavra relativa.

Caramba, ele disse isso com uma sinceridade que eu resolvi ficar quieta. Vendo minha atitude, Mason ligou o rádio e nossas conversas a partir daí foram sobre qual radio eu preferia, quais músicas, etc. Ele fazia as perguntas e eu apenas respondia o mais brevemente possível. Depois de um tempo ele também ficou quieto e eu agradeci o seu silêncio. Precisava pensar sobre a grande besteira que fiz hoje, e não conseguiria fazer isso com uma pessoa tagarelando.

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