Capítulo 40
Eu não tinha ideia do que fazer. Estava cansada, destruída. A dor física era grande, mas o vazio no peito era maior. Saí da mansão me sentindo perdida e sem chão. Segurei as lágrimas e olhei para frente, tentando decidir o que fazer a seguir. Atravessei o campo até chegar perto da estrada pela qual tínhamos vindo. Eu e Mason. E agora eu estava sozinha. Não muito longe eu consegui ver o carro de Mason e segui até ele.
Chegando perto eu testei a porta do motorista e me surpreendi quando vi que estava aberta. Em cima do banco um objeto reluzia a droga do brilho da Lua. Ao pegar, vi que era a chave e quase não podia acreditar na "sorte".
E então eu me sentei no banco e as malditas lembranças vieram. O seu cheiro, seu sorriso, sua risada, a cara que ele fazia quando eu dizia alguma coisa absurda ou a careta irritada quando eu ficava enchendo o saco dele. Tudo veio à tona e, mais uma vez, eu não consegui mais segurar. Chorei tudo que eu podia por raiva, amor, saudades.
Meus olhos já doíam e estavam muito inchados e eu lembrei que tinha uma vida e que minha mãe já devia estar preocupada. Mesmo sabendo que era perigoso, eu coloquei a chave no carro e girei, ligando o carro. Lembrando-me das aulas de direção que minha mãe me dera e torcendo para ter um pouco de sorte, eu acelerei o carro e voltei para a estrada, indo para casa. O caminho foi tranquilo porque a ruas estavam deserta, com exceção de um outro bêbado que perambulava sem rumo.
O alívio tomou conta de mim quando eu estacionei o carro em frente à minha casa. Mas ao sair do carro pontadas de dor percorreram meu corpo todo e eu caí de volta no banco. Usei toda a minha força de vontade para conseguir ficar em pé e mais ainda para conseguir chegar até a porta.
Assim que eu pisei no capacho da entrada a porta abriu de supetão e minha mãe respirou de alívio, que durou pouco tempo. Assim que desceu o olhar para o resto do meu corpo o horror instalou em suas feições e eu me senti muito mal mesmo por não ter pensado como minha mãe ficaria. Eu tinha um arranhão no braço, cortes que ainda estavam sangrando no ombro e na barriga, fora os hematomas por todo o meu rosto.
-Jennyfer... -Minha mãe falou com a voz vacilante e com muito medo e algumas lágrimas escorreram por seu rosto. Eu tentei forçar um sorriso para reconfortá-la mas não fui capaz e eu acabei me juntando ao seu choro. Ela abriu algum espaço para eu entrar e o calor da lareira acesa foi bem-vindo. Embora tivesse parado de nevar, ainda estava muito frio. Ela me abraçou e, sem querer, eu deixei escapar um gemido de dor.
-Me deixe ver. -Minha mãe mandou e foi levantar a manga do meu casaco, mas eu me afastei. -Caramba Jennyfer, me deixa ver!-Ela falou mais alto e eu cedi. Eu tirei o casaco, ficando só com a regata por baixo, que estava toda cheia de sangue. Minha mãe desviou o olhar por um momento mas logo voltou a me fitar. -O que aconteceu? O que você fez?
Eu ia responder, mas uma tontura muito forte me atingiu e eu acabei caindo, sendo engolida pela escuridão.
-
Meus sentidos voltaram e eu podia ouvir alguns sussurros muito confusos para mim. Tentei abrir os meus olhos, mas parecia que as minhas pálpebras pesavam uma tonelada. Ao fundo, eu consegui identificar um bip.
Espera, eu estava no hospital?
Bem devagarinho eu fui abrindo meus olhos e pude ver o teto branco.
Logo minha mãe apareceu e me abraçou forte, me deixando um pouco incomodada. Vi Carol e Brick se aproximando de onde eu estava. Minha amiga apertou levemente minha mão, tentando me transmitir certo conforto. Era bom ver as pessoas que eu amava ali, mesmo com a ausência dele...
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A Lua
ParanormalePLÁGIO É CRIME, NÃO CAIA NESSA!!!PENA DE TRÊS MESES ATÉ UM ANO OU MULTA! Um romance sobrenatural entre uma garota, Jenny, tomada pelos fantasmas do passado e um garoto, Mason, que, de jovem, só tem o rostinho bonito. O começo deles não foi o mais co...