--Sabe, existe um mundo diferente que vive entre nós. São seres que se parecem com humanos, e que realmente um dia já foram um, porém, esses seres se tornaram, em sua maioria, malvados e impiedosos. Eles são chamados de demônios. Demônios são nada mais do que humanos que, de alguma maneira venderam sua alma e, quando morreram, foram parar no inferno, literalmente. É um lugar horrível, de puro sofrimento e torturas. Um ano aqui na terra corresponde a dez anos lá, o que torna tudo pior. A maioria das pessoas que vão parar lá, depois de um tempo, esquecem seu lado humano, e começa a praticar o mal na terra. É assim que acontece com a maioria dos demônios.
-- Entendi. Então aqueles caras lá na lanchonete eram demônios? -- Perguntei, ainda processando.
--Sim
--Tá bom, mas o que você tem a ver com tudo isso?
-- Você ainda não entendeu?
Fiz que não com a cabeça.
--Jenny, eu sou um demônio, mas eu ainda me lembro com é ser humano. Eu não perdi a minha humanidade.
--O quê??
--É isso mesmo, Jenny. Há muito tempo atrás eu gostava muito de uma pessoa. Quando ela morreu, eu simplesmente não aceitei. Então, vendo o meu sofrimento, um homem me fez uma oferta; eu teria minha mulher de volta por mais dez anos. Em troca, quando esse tempo se esgotasse, eu teria uma consequência. Eu não podia recusar! Mal sabia eu que estava fazendo um pacto com um demônio.
-- E aí? O que aconteceu?
--Eu tive a minha mulher por mais dez anos, como prometido, mas, exatamente no dia em que expirou o prazo, vieram me pegar. Foi horrível, uma tortura incalculável. O tempo era confuso, e para mim, ele não passava. Todos os dias (ou pelo menos eu pensava assim) Um dos demônios me perguntava se eu queria me juntar a ele e conseguir mais almas, ou se eu queria continuar preso lá. Eu resisti por muito tempo, mas chega uma hora que você não suporta mais, entende. E foi quando eu desisti. Eu aceitei a oferta dele. Cometi o mesmo erro duas vezes. Mas dessa vez eu sabia que eu estava muito errado, e não me orgulho do que fiz.
--Mas, então, como você se livrou disso?--Eu perguntei, muito espantada.
--Na verdade, eu arrumei um jeito de me livrar de tudo isso, mas eu não quero falar sobre isso. Eu consegui me livrar daquele trabalho repugnante, mas como tudo tem um preço, minha situação não foi diferente. Mesmo depois de ter caído fora, ainda tenho demônios na minha cola, como você viu. Além disso, eu consegui sair do inferno, mas as lembranças daquele lugar permanecem comigo. E tem também mais um fardo do qual nunca vou me livrar.
Fiquei confusa, mas nem precisei perguntar nada, pois ele sabia o que eu queria. Calmamente, ele fechou os olhos, e quando os abriu, eles estavam completamente negros! Como os olhos daquele grupo e daquele cara de que me lembro quando criança.
Eu estava muito chocada. Mason fechou os olhos e quando abriu, eles tinham voltado ao seu tom de azul lindo e perfeito de antes.
--Agora, eu fujo dos demônios que ainda tentam me pegar, porque eu sei que essa perseguição nunca irá acabar. Mas, ao mesmo tempo, eu caço outros demônios e os bano para o inferno com essa adaga. --Ele tirou a adaga do cinto e me mostrou. --Ela é uma das únicas capaz de matar demônios. Então sempre que eu vejo um, eu o extermino, tentando diminuir a minha culpa pelo meu erro enorme. Eu sei que isso nunca vai passar, mas eu acho que já ajuda matar os outros da minha espécie que querem acabar com a humanidade.
-- Mas isso é horrível, Mason.
--Eu sei, mas não tenho como voltar atrás.
Seguiu-se um momento de silêncio, e eu fiquei com vontade de abraça-lo. Ainda bem que essa vontade passou. De repente eu não sabia o que fazer.
-- Você não precisa fazer nada. -- Ele disse como se lesse meus pensamentos. -- E nem sentir pena, porque eu não mereço.
O.K. Depois disso eu fiquei quieta e apenas olhei pela janela do carro. Levei um susto quando percebi que já estava de tarde, quase anoitecendo. Provavelmente daqui á pouco nós pararíamos em outro motel barato.
Porém, outra pergunta ainda me intrigava:
--Mason, por que você me raptou?
Ele não respondeu.
--Mason? Responda á minha pergunta!--Eu disse um pouco autoritária.
--Jenny, pra tudo há seu tempo.
--Sim, mas se isso me envolve, eu acho que mereço saber.
--Não, você não vai saber até a hora certa.
--Mas, por quê?
--Porque é assim que as coisas devem ser.
--Eu não aceito, Mason.
--O quê você não aceita?
--Tudo!! Você me raptou!! Você me tirou da minha vida normal e me trouxe pra essa, onde eu não tenho direito sobre nada e sinto que, além dessa pergunta que você não quer me responder, você ainda me esconde muitas coisas. Só me responde isso, Mason. Por favor. Por que você me raptou?
--Jenny, PARA!--Ele gritou--Eu não vou responder! Não agora. Quando você estiver pronta você saberá a verdade.
--Por que... --Mas ele me olhou bem profundamente e aí percebi que não deveria continuar, senão ele perderia a paciência.
--Quando eu vou estar pronta? --Uma última pergunta escapou de minha boca bem baixinho.
--Eu não sei.
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A Lua
ParanormalPLÁGIO É CRIME, NÃO CAIA NESSA!!!PENA DE TRÊS MESES ATÉ UM ANO OU MULTA! Um romance sobrenatural entre uma garota, Jenny, tomada pelos fantasmas do passado e um garoto, Mason, que, de jovem, só tem o rostinho bonito. O começo deles não foi o mais co...