Eu acordei no meio da noite, devido á um barulho vindo do corredor. Estranho porque nem minha mãe, nem meu irmão acordam no meio da noite...
De repente eu ouvi a porta se abrindo e passos chegando mais perto da cama. Fiquei com muito medo, porque eu tinha 99% de certeza de que era um assaltante. Eu realmente estava com muito azar. Dois assaltos em um só dia!
Minhas opções estavam se esgotando. Eu poderia fingir dormir e ver o que "ele" faria. Eu poderia tentar lutar com "ele", mas provavelmente não daria certo porque sou fraca. Eu queria gritar, eu queria chorar. Infelizmente "ele" já estava muito perto da minha cama. Não daria pra fazer nada, então esperei pra ver o que acontecia. Ele pousou um pano sobre o meu nariz. Droga, era éter.
Minha última lembrança foi de estar sendo carregada por "ele".
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Acordei com a luz do dia na minha cara. Olhei ao redor e constatei que estava no banco de trás de um carro. Imediatamente as lembranças da noite anterior voltaram, e já comecei a ficar desesperada. Uma voz me tirou dos meus devaneios:
--Bom dia.
Fiquei assustada por dois motivos:
1-sua voz me tirou de meus devaneios.
2-o dono da voz era simplesmente o homem mais lindo que já vi em toda a minha vida. Parecia ser alto, usava um jeans preto rasgado, uma camiseta dos Ramones (pelo menos tinha bom gosto...), e quando ele se virou para trás, pude ver seus cabelos totalmente negros, sua pele muito branca e seus olhos... AQUELES olhos, o único ponto de cor em todo o resto, e destacavam de uma maneira surpreendente, pois eles pareciam estar brilhando. Me repreendi, ele era o cara que me raptou/assustou.
--Não sabe falar não?--Ele me 'acordou' de novo. Então caí na real e gritei como nunca. Ele se assustou e pareceu ficar meio nervoso. Ele parou o carro e tapou minha boca com sua mão(Deus, como era macia!).
Tudo o que eu queria era sair daquele lugar, voltar para a vida normal que eu tinha com minhas amigas, com minha mãe e meu irmão Brick. Meu Deus!! Brick! Será que ele estava bem?
Eu não conseguia parar de pensar em como sairia dali. E se sairia. E o meu pânico não parava de crescer. Foi só depois que eu percebi que o cara continuava me encarando com uma expressão confusa no rosto. Assim que ele percebeu que eu tinha me acalmado ele retomou à estrada (que por sinal eu não reconheci...).
O caminho estava seguindo em silêncio, mas eu precisava de resposta pras perguntas que não paravam de se formar em minha mente: pra onde estávamos indo, Quem era ele, como ele conseguia ser tão bonito,...não, espera, essa última não! Mas tudo o que consegui dizer foi:
--Por que eu?-- Essa era a questão que eu não entendia. Eu nunca fui uma garota popular, que são adoradas, desejadas e nunca confrontadas. Nunca me destaquei em nada na escola, embora dedique uma quantidade de tempo aos estudos considerável... Então, por que eu?
Essa pergunta, além de quebrar o silêncio o pegou de surpresa. Acho que nesse tempo ele ainda não tinha formulado uma resposta. Ou talvez ele só não quisesse me contar. Então, após pensar um pouco, ele voltou seu foco na estrada e simplesmente me ignorou. Aí eu comecei a fazer as minhas perguntas:
--Quem é você? Para onde estamos indo? O que você quer de mim?--Eu fiquei repetindo essas perguntas até ele não aguentar mais e começar a me responder:
--Tá bom, já chega, eu respondo! Eu me chamo Mason e você está prestes a praticar o seu mais novo medo: assaltar.
O quê??? Ele estava insinuando que eu iria assaltar uma loja?? Mais nem morta!!
Apesar disso, o nome Mason combina com ele...
Sem mudar de assunto, ele só podia estar louco que eu iria assaltar. Já estava começando a calcular quais seriam as consequências de pular pela porta do carro quando me lembrei de uma coisa: eu ainda estava de pijama. Olhei para baixo e confirmei. Eu vestia uma linda camiseta com uma girafa na frente e uma calça de flanela e ainda por cima estava descalça. Não que eu fosse uma completa antenada em moda, mas se eu iria assaltar (também não insinuando que eu concordava com isso) eu deveria estar ao menos apresentável.
Eu já estava cansada! Como minha vida tinha mudado tão rápido? Eu não conseguia entender mais nada, e a única coisa que eu pensava naquele momento era que tudo é culpa dele! O maldito par de olhos azuis entrou na minha vida e tirou tudo dos eixos. Eu era uma pessoa boa e me recusaria a assaltar qualquer coisa. Eu precisava sair daquele carro imediatamente, mas como?
--Eu preciso de roupas, pelo menos. --Tomei coragem e disse. Ele olhou para trás e apenas confirmou, parecendo achar graça do meu pijama. Ele parou em frente á uma loja de conveniências que tinha no meio da estrada. Infelizmente, antes de sair ele me prendeu no carro, fechou a janela etc. Resumindo: eu estava ferrada. Não tinha como fugir. Ele não demorou pra voltar com algumas sacolas pardas. Ele me entregou uma que continha uma camiseta cinza, um jeans normal, um tênis tipo All Star azul marinho. Sem escolha, tive que trocar de roupa no banco de trás mesmo.
Eu já sabia que eu não tinha como sair dessa roubada agora. Próximo passo: acostumar-me com a ideia de que pra tudo se tem uma primeira vez.
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A Lua
ParanormalPLÁGIO É CRIME, NÃO CAIA NESSA!!!PENA DE TRÊS MESES ATÉ UM ANO OU MULTA! Um romance sobrenatural entre uma garota, Jenny, tomada pelos fantasmas do passado e um garoto, Mason, que, de jovem, só tem o rostinho bonito. O começo deles não foi o mais co...