09: 𝗶𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲...

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EVA COOPER

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EVA COOPER

𝗤𝘂𝗶𝗻𝘁𝗮-𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮, 𝟬𝟵:𝟭𝟬 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮̃.

Terceira aula do dia, artes. Ao lado de James, eu não estava prestando nem um pouco de atenção em nada, não gostava de artes. Talvez fosse pelo fato de que o senhor Williams só passava o mesmo conteúdo de formas diferentes, acho que nem ele gosta da matéria que dá.

— Como foi ontem? — James perguntou em voz baixa enquanto encostava sua cabeça na carteira.

— Foi estranho, mas depois eu te conto. — Falo escrevendo as anotações do quadro.

Lembrei de ontem e um sentimento ruim me assolou, ontem ajudei Kayo e ele deu em cima de mim na cara dura. Lembrar da atrocidade que ele me fez, deixou-me todo o ódio dele de volta, sinto que errei no fato de ter o deixado fazer aquilo assim como errei em perdoa-ló tão facilmente.

Quatro anos atrás. Era uma manhã de segunda-feira, um dos amigos dele tinham me entregado um bilhete, era até bonitinho, e eu, completamente perdida em ilusões infantis acreditei em cada palavra escrita ali. Quatorze ou treze anos de idade -na qual eu nem me recordo direito- e ainda era tão idiota, ali dizia para eu ir no pátio porque Kayo tinha pedido.

Meu coração? Parou e assim que tocou o sinal eu fui correndo para lá, todos estavam lá como se esperassem algo. Eu fiquei totalmente confusa até ver ele de longe se aproximando, quando ele chegou perto me entregou outro papel, assim que eu o abri senti um balde de água cair sobre minha cabeça. Água suja e nojenta, olhei em volta e todos, literalmente todos dali riam de mim.

Por quê? Pra quê?

No papel estava escrito que ninguém jamais teria sentimentos concretos por mim.

Ele era tão novo, ao menos sabia o significado de "sentimentos concretos"?

Charmont saiu dali juntos com seus amiguinhos rindo feito um idiota, Amber tinha faltado no dia. E lá estava eu no meio do pátio com mais de quatrocentos alunos rindo de mim. Me senti humilhada da pior maneira possível.

O pior foi ter ido todo o resto da semana e ver crianças idiotas rindo.

Desde então ninguém se aproxima e eu também não me aproximo de ninguém. Conheci James depois deste acontecimento, ele também era meio afastado das pessoas.

Foram quatro anos vendo o garoto no qual eu gostava tirar sarro de mim, e agora eu não sei como reagir à tudo isso que começou de repente.

— Eva? — Escuto James me chamar. — 'Tá pensando em quê?

— Nada muito interessante.

— Aham... — James me olhou desconfiado e voltou a encarar o quadro à sua frente.

O sinal tocou dando fim aquela aula chata de artes. Eu e James pegamos nossas coisas e fomos guardar nos nossos armários.

— Vem, vamos para o refeitório. — James pegou no meu braço e fomos.

Sentimentos Perversos Onde histórias criam vida. Descubra agora