Sentimentos Perversos

44: 𝘂𝗺𝗮 𝗮𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮?

EVA COOPER

— É que assim, hoje ma-

— Amber e Eva, venham comer. Agora! — A mais velha me interrompeu entrando na sala.

— Agora? — Amber resmungou.

— Sim, agora.

Levantamos do sofá indo em direção a cozinha.

— Sabe onde o nosso pai 'tá? — Perguntei enquanto caminhávamos.

— Não,chegamos e ele não estava mais aqui. E minha mãe falou que não iria ficar perdendo tempo com ele. — Amber sussurrou puxando uma cadeira assim que chegamos na cozinha.

Nós sentamos na mesa e começamos a comer em silêncio, na verdade um clima bem mais agradável sem aquele porco na mesa. Eu ainda pretendia contar para Amber sobre o que aconteceu, mas não hoje. Já tinha sido um dia conturbado, eu não conseguiria entrar em detalhes.

Assim que acabei, me retirei da mesa. Dei "boa noite" para as duas que ficaram e subi para o meu quarto afim de dormir. Arrumei minhas coisas para o outro dia e então deitei na minha cama.

•horas depois.

𝗦𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮-𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮, 𝟬𝟳:𝟯𝟬 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮̃.

Joguei meu cabelo para trás e dei minha última olhada no espelho finalmente pegando minha mochila para à escola. O que não demorou muito, o colégio estava mais cheio hoje, provavelmente teria jogo, na verdade não faço ideia.

Entrei dentro daquele lugar procurando James, fazia um tempo que eu não falava com ele. O avistei mexendo em seu armário e me aproximei pegando em seu ombro.

— Bom dia. — Sorri fraco esperando uma resposta.

— Bom dia,na verdade é um bom dia mesmo para ter uma amiga que esconde as coisas. — Falou James sorrindo.

Franzi o cenho o encarando.

— O quê?

— Quando você iria me contar que estava se envolvendo com aquele garoto inconsequente? — Perguntou cruzando os braços.

— James, eu...

— Não tenho tempo para suas explicações, aliás, olha quem chegou? Kayo. Vai lá falar com ele. — O garoto deu as costas para mim e foi sei lá pra onde.

Um desespero interno me atingiu, aconteceu o que eu mais temia do jeito que eu imaginei. Um sentimento ruim me assolou de uma maneira inexplicável.

Vi Kayo se aproximar e fui até o mesmo.

— E aí? Tudo bem? — Perguntou pegando no meu braço.

— Não, nada bem e você? — O encarei cabisbaixa.

— Vem, vamos para as arquibancadas. — O garoto pegou em minha mão, puxando-me para esse tal lugar.

Assim que chegamos, nos sentamos nos bancos de cima e o encarei.

— O que aconteceu? — O vento frio que vinha contra seu rosto fazia suas bochechas ficarem vermelhas.

— O James sabe de tudo sobre eu e você. — Bufei passando a mão na cabeça.

— E o que ele disse? — Charmont se inclinou para frente com dúvida.

— Ele te chamou de garoto inconsequente. — O olhei e o mesmo riu.

— Ele não mentiu. Mas e aí? Vai cair fora?

— Não, claro que não. Já era de se esperar que ele iria agir assim. Provavelmente vai contar para o resto dos meus amigos e eles vão sumir.

— Eu não vou sumir, eu sempre 'tô aqui. — Ele falou de um modo brincalhão.

— Eu sei, mas sei lá. Eu vou voltar a ficar sozinha de novo. — Olhei em volta.

— Quem disse? — Kayo colocou seu braço ao redor do meu pescoço — Seremos nós contra o mundo.

Ri daquilo e depois o olhei.

— Profundo. — Bati palmas com ironia.

— Não... — Uma de suas mãos seguraram meu rosto para sua direção. — Caso eles te deixem, literalmente seremos nós contra o mundo.

Sorri e o mesmo selou nossos lábios dando início a um beijo delicado. Uma de suas mãos se puseram em minha perna.

Finalizamos e Kayo olhou para trás de mim logo abaixando a cabeça provavelmente para rir. Olhei para trás e Jaden, Anthony e Thomas nos encaravam surpresos.

— Caramba... — Jaden disse quebrando o clima constrangedor que estava ali.

— Apaixonado. — Anthony cruzou os braços ainda chocado.

Olhei para Kayo que deu os ombros chegando mais perto de mim.

— Há quanto tempo isso acontece? — Thomas perguntou nos encarando.

— Não faço ideia. — Kayo disse sorrindo.

— Que bonitinhos. — Reeves falou forçando uma voz fofa.

— Vamos Jaden, você e o Jackson já podem descolar o nossos duzentos dólares. — Thomas cobrou e Anthony concordou.

— Dinheiro? — Franzi o cenho confusa.

— É, da aposta.

Encarei Kayo e depois olhei para eles arqueando as sobrancelhas.

— Aposta...?