"você pode me ouvir?
você pode me ouvir correndo?
você pode me ouvir em execução,
você pode me ouvir chamando você?"- silent running, hidden
- Ele estava bem na nossa frente esse tempo todo.
- Não tínhamos como saber. - Respiro fundo antes de tirar outro caco de vidro encravado em minha pele.
A queimação é insuportável, sinto cada parte do meu corpo se dilacerar. A casa ainda está pegando fogo e grande parte da fumaça cobre o céu acima de nós. Ao longe, ouço as sirenes da ambulância que chamamos se aproximar.
- Ela vai ficar bem, Jason.
Regina está nos braços dele, desacordada. Sua perna está com uma queimadura profunda e ela está com o rosto cheio de cortes causados pela explosão.
- Você não tem como saber disso. - Ele rebate amargurado.
- Ela vai. Todos nós vamos.
Ele não responde nada. A ambulância chega e os paramédicos se apressam em levar Regina. Quando Jason se levanta, eu vejo vários cacos de vidro em suas costas. Até então, eu não tinha notado o quão machucado ele está.
- Jason, as suas costas...
- Eu estou bem. Precisamos voltar pro Arsenal.
- Não, você precisa cuidar desses ferimentos. - Tento me aproximar pra ver melhor, mas ele me empurra.
- Você primeiro. Eu nem consigo contar quantos buracos tem no seu corpo.
- Ótimo, então vamos lá salvar os nossos amigos ferrados desse jeito.
Começo a andar, morrendo de dor, quando vejo Valerie sair do carro com Héctor em seu encalço. Minha visão começa a embaçar, mas me mantenho firme. Vejo ela dispensar a ambulância enquanto Héctor vem afobado até nós.
- Vocês estão horríveis.
- Precisamos ir. - Jason tenta dar um passo, mas ele tropeça em seus próprios pés.
Héctor o segura em um ombro e me puxa pelo outro. Com dificuldade, caminhamos juntos até o carro.
- Vocês me devem uma.
- Cala a boca, idiota. - Dizemos em uníssono.
Valerie nos alcança no meio do caminho e me ajuda e entrar no carro. Estou tão desnorteado que só caio de qualquer jeito apoiado em Jason. Tento me manter acordado, mas apago antes mesmo do carro começar a andar.
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Knockout #2
RomanceQuando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história? Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...