capítulo 21: queda do céu

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"este é o fim
segure sua respiração e conte até dez
sinta a terra se mexer e então
ouça meu coração explodir novamente
pois este é o fim"

skyfall, adele.

Ouço o som alto da TV antes mesmo de entrar em casa

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Ouço o som alto da TV antes mesmo de entrar em casa. Mal anoiteceu e meus olhos já estão pesando de sono. Com alguma sorte, Jason vai me dar sossego e deixar a fofoca pra amanhã.

— Já cansou de brincar de casinha com a Regina? — Pergunto quando vejo uma cabeça acima da poltrona.

— O que?

Arregalo os olhos quando vejo Adam me encarando com as sombrancelhas franzidas. Sorrio amarelo.

— Nada não, Adam. É só uma brincadeira minha com o Jason. — Tento não atropelar as palavras. — Aliás, onde ele está?

— Estávamos jogando videogame, mas aí a Regina chegou e eles foram lá em cima resolver uma coisa do trabalho dela.

— Cruz credo! — Praguejo com a voz afiada. Adam fica ainda mais confuso. — Q-quer dizer... eles não deviam te deixar sozinho aqui.

— Tenho 13 anos. — Ele diz orgulhoso. — E tenho comida e uma TV enorme só pra mim.

— Você é incrivelmente bem resolvido.

— Você vai ficar aí resmungando ou vai jogar comigo? O Jason tava perdendo feio.

— Vou jogar, mas primeiro vou tomar um banho e comer batata frita. — Respondo indo em direção às escadas.

Quando estou prestes a subir, Regina vem lá de cima. Faço uma careta enojado ao ver o estado dela. Com o cabelo desgrenhado e abotoando a blusa toda amassada, ela fica branca ao me ver.

— Maddox. Oi. — Ela me encara desconfortável.

Jason vem logo atrás dela, todo amassado também. Ele quase cai da escada ao me encarar.

— Você chegou há muito tempo? — Regina pergunta sem me encarar.

— Não. — Sorrio de volta, tão desconfortável quanto ela. — Acabei de entrar.

— O-oi... — Jason me encara paralisado. — Você chegou cedo.

Então, um silêncio torturante cai sobre nós três, que nos encaramos sem saber o que dizer.

— É como estar no inferno. — Sussurro pra mim mesmo. — Eu vou pro meu quarto. Tentem não traumatizar o garoto. Pelo amor de Deus.

Eles sorriem amarelo. Subo sem dizer mais nada, tentando tirar as imagens do último minuto da minha mente. Tomo um banho demorado, aproveitando a água fresca.

E apesar de tudo, pela primeira vez em muito tempo, eu estou genuinamente feliz. Mesmo que o perigo esteja constantemente nos perseguindo, eu me sinto em paz. Ela é meu ponto de paz.

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