Quando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história?
Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...
"sinta a fúria se fechando somos irmãs se esgotando nenhum lugar para correr de todo esse estrago nenhum lugar para se esconder de toda essa loucura, loucura, loucura".
— madness, ruelle.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Natalie Rostova conseguiu me levar ao limite.
Eu soube disso no instante em que ela atravessou a porta de entrada e me encarou com seus olhos intimidadores. Tentei ficar o mais longe possível a noite toda, mas agora, percebo que só estava adiando o inevitável. Algo parece queimar dentro de mim toda vez que ela está por perto, e quando ficamos tão próximos e os olhos dela brilharam de ódio, eu fui incapaz de conter minha própria explosão.
Odeio a reação do meu corpo a ela. A química é natural, impossível de conter. Não consigo lutar contra essa atração brutal, e agora que provei o gosto dela, sei que estou perdido.
O beijo é quente, ficando mais intenso a cada segundo. Ela agarra a barra da minha camisa com firmeza, enquanto minhas mãos passeiam por seu corpo inteiro. Posso sentir ela estremecendo a cada toque. Ela geme em minha boca e tudo desaparece ao meu redor. Nunca achei que alguém provocaria esse tipo de reação em mim. Esse desejo cru e animalesco que parece me consumir até os ossos.
Eu a quero. Tanto que até dói.
Natalie me empurra bruscamente quando a voz abafada de Emma surge do corredor. Meus olhos se arregalam quando me dou conta do que acabamos de fazer. Pigarreio e tento manter a expressão firme. Ela não me encara diretamente, apenas tenta alinhar o cabelo que está desgrenhado e abre a porta depressa. Emma está de braços cruzados e nos encarando com um olhar acusador. Saímos do quarto e Emma se encosta no corrimão.
— O-oi... — Natalie diz com a voz trêmula. — Aconteceu alguma coisa?
— O que vocês estavam fazendo? — Ela pergunta com os olhos cerrados e um sorrisinho malicioso.
— Nós... nós estávamos...
— Claro que eu sei o que vocês estavam fazendo. — Ela revira os olhos. — Eu só vim te procurar, você sumiu há quase meia hora e nós já vamos jantar.
— Já faz meia hora? — Eu pergunto abismado. Emma apenas dá um sorriso de lado.— Q-quer dizer...
— Não vou contar pra ninguém o que vi. Não sou fofoqueira como o Jason e a Regina. — Posso ouvir o suspiro aliviado de Natalie. — Mas, é melhor tomarem cuidado da próxima vez.
Próxima vez.
Preciso me segurar pra não dar risada. Claro que não vai acontecer uma próxima vez.
— É melhor nós irmos, Emma. — Natalie sorri tensa e puxa a loira pelo braço.
Elas começam a caminhar em direção às escadas, mas não perco o olhar indecifrável que Natalie me lança antes de desaparecer do meu campo de visão.
