Quando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história?
Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...
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Limpo uma gota fria de suor que escorre por minha testa, sentindo meu rosto arder.
— Você está péssimo. De verdade. — Héctor me encara apreensivo.
— Seu carro também.
O carro está destruído. A batida deve ter sido forte demais, não sobrou quase nada da parte frontal.
— O que nós vamos fazer agora?
Solto um suspiro pesado.
— Eu não sei. Eles levaram o Maddox, provavelmente pra nos deixar em mais desvantagem.
— Ou pra matar ele.
Lanço um olhar mortal a ele.
— Vai me dizer que isso não passou pela sua cabeça? — Ele cerra os olhos.
Apenas reviro os olhos. Começamos a caminhar pela floresta, procurando qualquer pista ou indicação de onde nossos amigos possam estar.
Meu corpo inteiro dói. Os vários cortes que tenho estão ardendo como o inferno, estou cansado e desidratado. Caminhar sem rumo é uma tortura.
Não sei quanto tempo se passou, se foram minutos ou horas. Mas quando vejo a cena à minha frente, meu corpo inteiro gela.
— Que porra é essa? — Héctor me encara abismado.
— A jogada final dele.
Encaro as inúmeras covas fechadas, estrategicamente cavadas lado a lado. Um zumbido de desespero ameaça me atingir quando me dou conta do jogo doentio dele.
Levo um susto quando meu celular começa a tocar no bolso da calça. Faço uma careta de desgosto ao ver a tela toda quebrada, provavelmente pela batida do carro.
— Número desconhecido.
— Sabemos bem quem é.
Solto uma longa respiração antes de atender.
— Meus parabéns, Jason! Você conseguiu chegar vivo até a nossa atração principal. — A voz grossa de Langdon preenche o silêncio. — Confesso que estou até meio surpreso.
