capítulo 32.1: a grande guerra

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"se transformou em algo maior
em algum lugar em meio a névoa,
eu tive a sensação de que havia sido traído".
- the great war, taylor swift.


CHRISTOPHER MADDOX.

Tenho uma estranha sensação de dejá vu enquanto levo Nat pro meu quarto, longe de toda a confusão e caos na sala. Ela está tremendo e assustada, e acabou de passar por mais uma experiência traumatizante.

Jason nunca devia ter deixado ela sozinha com Lennox. Ele é um mercenário, uma máquina de matar. E apesar de toda a evolução que Nat teve na luta corporal, ela não tinha como derrubar ele sozinha.

Sinto a culpa me corroer.

- Você está pensando demais.

Ergo meu olhos pra encará-la. Ela se sentou na ponta da cama e está tirando os saltos com uma expressão séria. Me recosto na mesa, cansado demais pra rebater.

- Maddox, eu não sou mais aquela garota indefesa e medrosa que não tinha forças pra lidar com nada. - Ela prossegue. - Eu aprendi a lutar. Aprendi a controlar minhas fraquezas. E não deixo mais meus medos me dominarem.

- Ele te machucou. - Sussurro. Mesmo no escuro, consigo ver as marcas que ele deixou no pescoço dela.

- Mas eu ainda estou de pé. E não vou recuar. Você me ensinou a ser forte. A continuar lutando, mesmo depois de perder uma batalha.

Suspiro frustado e me sento ao lado dela, segurando suas mãos frias. Estão tremendo. Mas a expressão dela é a mais suave possível.

- Você não vai sempre poder me proteger. E eu nem quero isso. Faz parte do processo se machucar às vezes. Só vai me fortalecer. - Ela sorri. - Você me ensinou isso também.

- Parece que eu fui um bom professor então. - Sorrio contrariado.

- O melhor que eu poderia ter. - Ela aperta minhas mãos. - Eu estou bem. De verdade.

- Mesmo depois de tudo o que passamos essa noite? - Franzo o cenho. - Como isso é possível?

Ela me encara com seus olhos pacíficos. Eles sorriem pra mim. Uma de suas mãos tocam meu rosto e eu relaxo instantaneamente.

- Porque eu tenho você.

A devoção em suas palavras envia um calor eletrizante por todo o meu corpo. Com todo o caos nos perseguindo e todas as ameaças iminentes , é exatamente aqui que eu sinto paz. Olhando no fundo de seus olhos e vendo tudo o que não consigo dizer em palavras.

Ela está olhando pra mim como se eu fosse a única coisa que importasse no mundo, e eu quero beijá-la. Não há nada me impedindo de fazer isso, então eu pressiono meus lábios nos dela.

Não é como os últimos beijos que trocamos ultimamente, cheios de carinho e suavidade. Ela agarra um punhado do meu cabelo e me beija profundamente. Solto um suspiro trêmulo quando sinto sua língua quente se fundir com a minha de forma insistente, quase desesperada.

Esqueço o resto do mundo.

Afasto minha boca da dela quando já estou sem fôlego e começo a trilhar toda sua mandíbula até o pescoço com beijos quentes, mas paro abruptamente quando vejo as marcas ali. Ela está machucada.

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