Quando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história?
Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...
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Jason e Regina parecem dois coelhos no cio.
3 semanas se passaram desde o fim do nosso pesadelo com Artemis e eu não poderia estar mais frustrado. Enquanto eu fico no meu quarto, tentando - e falhando em ter uma boa noite de sono, eles não se importam em quase derrubar a casa com suas aventuras sexuais estranhas.
Minha perna ainda não está totalmente recuperada, o que me impede de fazer praticamente tudo da minha rotina. Passo a maior parte do tempo deitado, assistindo Grey's anatomy e reclamando de como os médicos morrem mais que os pacientes.
Emma vem me ver quase todos os dias, sempre me arrastando pra fora de casa e me obrigando a caminhar pela praça da cidade. Ela sempre acaba se estressando com o meu mau humor e me manda ir pro inferno.
Como se eu já não estivesse lá.
A verdade é que desde que Natalie e Ariel foram pra Moscou passar uns dias enquanto processam o que aconteceu, eu me sinto abandonado. Claro, nós nos falamos todos os dias, mas eu sinto tanta falta dela que chega a doer fisicamente.
Sinto falta de ver o sorriso genuíno dela, de sentir seu cheiro me inebriar, de me perder na intensidade de seus olhos cor âmbar, de apenas admirar seu rosto sereno enquanto dorme.
Não nos vemos há algumas semanas e eu sinto como se fossem anos.
Por outro lado, vejo o quanto precisávamos desse tempo longe um do outro. Ela ainda está abalada com tudo o que aconteceu e eu também precisava assimilar tudo, colocar os pensamentos em ordem e decidir como seria minha vida daqui pra frente.
Jason deixou claro desde o início que só precisava de mim pra encontrar Artemis. Agora que estamos livres dele, me pergunto se ele vai me expulsar de casa a qualquer momento, se vai exigir que eu saia da cidade e nunca mais volte.
Afinal, eu ainda sou o Maddox. O cara que tirou a felicidade dele.
Talvez ele esteja com pena de fazer isso enquanto ainda estou com a perna enfaixada, talvez só esteja esperando eu melhorar.
E quanto mais os dias se passam e minha ferida física cura, mais eu sinto a emocional se abrindo sem pudor.
— Você está 3 centímetros maior que da última vez que nos vimos. — Declaro pra uma Hope de trancinhas que, no momento, está ocupada pintando um desenho de unicórnio.
Isso é o suficiente pra atrair a atenção dela pra mim. Seus olhos se iluminam e ela me encara interessada.
— Você acha mesmo, tio Maddox? Então isso significa que eu já tenho tamanho suficiente pra dirigir um carro?
