" pois você só precisa da luz quando está escurecendo
só sabe que estava bem quando se sente mal
só odeia a estrada quando sente saudade de casa
só sabe que a ama quando a deixa ir
e você a deixou ir ".— let her go, passenger.
Moscou, Setembro de 2020.
Eu tenho o péssimo hábito de deixar minhas emoções agirem por mim. Sempre que as coisas ficam difíceis, eu perco totalmente a cabeça e afasto qualquer um que tente se aproximar. Minha vida inteira tem sido assim. Eu sou meio que um tipo de pacote de insegurança, insuficiência, anos de sentimentos ruins reprimidos e um medo constante de ser substituída.
Sinto minhas mãos tremerem. A já conhecida sensação da minha garganta se fechando e começando a me sufocar.
Olá, ansiedade. Minha velha amiga.
Às vezes, eu sinto que não nasci com o direito de ser feliz. Todos que eu amava se foram cedo demais. Nós éramos uma família completa. E adivinha só quem ficou sozinha no mundo? Isso mesmo. A mais fraca e quebrada. Eu.
Respiro fundo. Continue sorrindo.
— A culpa não foi minha, senhor. — Digo com a voz contida. — O paciente tinha o dever de nos comunicar sobre o metal.
— Isso não importa agora, Rostova. — Cooper me encara com seus olhos severos. — O hospital vai ser responsabilizado e alguém precisa ser punido.
Sinto uma pontada dolorosa em meu peito.
— Eu nem estava na sala, senhor.
— Mas você deu a ordem da ressonância. É a sua assinatura. Eu sinto muito.
Me controlo pra não rir.
— Então, eu estou demitida?
— Não. Apenas suspensa.
— Isso é pior que ser demitida. — Digo baixo.
— Eu vou marcar uma reunião com o Conselho. Vou resolver essa situação.
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Knockout #2
RomanceQuando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história? Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...