Estamos lidando com um ataque pessoal.
Eu soube disso no momento em que vi a assinatura na parede no dia da explosão. As mesmas letras maiúsculas brutas escritas com sangue na parede do Crono's agora marcavam a parede do Rousseau's.
CULPADOS.
Maddox e eu com certeza somos os alvos. A bomba foi apenas um lembrete disso.
E mesmo depois de um mês investigando sem parar, nós ainda não possuímos nenhuma pista. A tensão só aumenta a cada dia com a minha paranoia descontrolada de outro ataque. Natalie não sai do meu pé, exigindo por respostas e fazendo perguntas que eu sempre tento fugir. Isso já está saindo do meu controle. A pressão em cima de mim com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo é tanta, que eu sinto que vou explodir a qualquer momento.
Além de Artemis, eu ainda preciso conciliar a minha amizade cada vez mais complicada com Natalie, a minha não amizade com Maddox, e ainda estou no meio de uma crise ridícula entre Emma e Regina, que continuam fingindo estar bem uma com a outra, quando na verdade estão perto de voar no pescoço uma da outra.
Com o início de Dezembro e os preparativos pro Natal a todo vapor, tudo o que eu queria era mandar todo mundo ir pro inferno e me isolar em uma ilha deserta.
- Eu estou prestes a assassinar alguém. - Disparo irritado quando avisto Maddox brincando com um ursinho de pelúcia idiota. - E por alguém, quero dizer você.
Ele me encara com um mínimo sorriso, então vem até mim e me entrega o urso.
- Jason, esse é o Hugsy. - Ele diz com a voz divertida. - Hugsy, Jason.
Faço uma careta confusa e devolvo o urso pra ele.
- Não ignore o Hugsy. Ele melhora o humor de qualquer pessoa de qualquer idade. - Maddox reclama, segurando o urso com cuidado.
- Você é tão esquisito. - Digo convicto. - Onde conseguiu isso?
- No Hospital Infantil. Eu fui lá com a Ariel distribuir presentes pras crianças doentes.
- Você roubou o urso de crianças doentes? - Me exalto.
- Eu não roubei das crianças, eu não rou... - Ele solta um suspiro culpado. - Tá, tecnicamente eu roubei. Mas, ele tava esquecido lá na mesa de presentes. Nenhuma criança quis ele. - Ele sorri sem graça. - Mas eu quis.
- Eu vou fingir que não ouvi nada disso.
Ele dá de ombros, pouco ligando.
- E a Nat? Ela veio aqui? - Pergunto olhando ao redor.
- Ainda não. Mas, é provável que apareça. - Franzo o cenho quando vejo um sorriso diferente no rosto dele.
Encaro ele em uma pergunta silenciosa. Maddox para de sorrir imediatamente e assume uma expressão neutra.
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Knockout #2
RomanceQuando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história? Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...