"é tão quieto aqui
e eu me sinto tão frio
essa casa não me faz sentir
como lar".- so cold, ben cocks.
Aparentemente, eu sempre faço a escolha errada pelas razões certas.
Quando eu tinha treze anos, escolhi salvar a minha irmã de ir pra longe de mim achando que estaríamos a salvo se ficássemos juntos. Anos mais tarde, descobri que ela teria sido adotada por uma família boa se eu não tivesse me intrometido. Por causa do meu egoísmo, ela teve que ver o irmão se tornar um assassino sanguinário e viver com o medo constante de não me ver vivo no dia seguinte. Isso se repetiu quando eu tive que escolher entre ela e meu melhor amigo. Izabelly é tudo o que eu tenho. Eu faria qualquer coisa pra mantê-la a salvo. Até mesmo arruinar a vida de duas pessoas que só mereciam ser felizes.
A nostalgia é cruel.
O olhar que ele me lança agora é o mesmo daquele noite. O assombro em seus olhos, como se me encarar abrisse velhas feridas. Sei que é exatamente isso, pois eu sinto a mesma coisa. É como se estivéssemos lá outra vez, ele gritando pra eu deixá-la, que eu era um amigo. A sensação é tão dolorosa que eu preciso desviar o olhar antes que abra a boca e despeje tudo de uma vez.
É quando eu a vejo. Ela está me encarando com o cenho franzido, provavelmente se perguntando quem eu sou. Seus olhos são de uma cor âmbar extremamente intimidadora. Olhar pra ela é como olhar pra um fantasma. Meu estômago se contorce com a sensação.
— Então... vamos ficar nesse silêncio perturbador pra sempre ou já podemos pular pra parte dos socos e xingamentos? — A garota morena pergunta atrás de nós.
— Natalie... você pode nos deixar sozinhos? — Jason pergunta baixo, direcionando seu olhar a ela. — Por favor.
Ela fica em silêncio por um tempo, provavelmente pensando em contrariar ele e exigir por respostas, igualzinha a irmã. Mas então, ela assente silenciosamente e passa por mim, me encarando com uma expressão curiosa. Quando ela sai, o silêncio volta a me sufocar.
— Jason...
Começo a falar, mas então sinto seu punho fechado me atingir com força e cambaleio pra trás com a surpresa, levando a mão ao olho atingido. Eu não esperava que ele me recebesse com beijos e abraços, mas não imaginei que partiria pra violência tão rápido.
— O que diabos você está fazendo na minha cidade? — Sua voz cheia de ressentimento me dói mais que o soco.
Engulo em seco e puxo uma longa respiração, encarando-o sério.
— Sei que eu sou a última pessoa que você gostaria de ver, mas eu não estaria aqui se não fosse realmente necessário. — Começo, olhando pros três atrás de nós. — Isso é entre eu e ele.
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Knockout #2
RomanceQuando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história? Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...