Quando somos crianças, nos ensinam a distinguir entre um herói e um vilão, o bem e o mal, um salvador e uma causa perdida. Mas e se a única diferença real for apenas quem está contando a história?
Cinco anos se passaram desde a fatídica noite de 24...
"Esperando a bola cair Acabei de chegar no chão Esperando que o mundo pare Não posso mais fazer isso Eu pensei que tivéssemos uma chance de lutar Mas estávamos rolando no caminho errado".
- i know what you did, michael mceachern.
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As primeiras flores da primavera estão começando a aparecer, e finalmente, o frio congelante está começando a desaparecer. Abril está chegando, junto com as inúmeras festividades. A primeira delas, é a semana do aniversário de Weston hills.
— Você já viu a nova placa da cidade? — Regina pergunta ao se juntar à mim no sofá.
— Não. É tão "encantadora" e "moderna" como estão falando?
— É só um pedaço de madeira enfeitado que deixa os idiotas sem classe e bregas com os olhos brilhando. Eu sou arquiteta, sei do que tô falando. — Ela bufa. — E ainda por cima, estão babando no Langdon, já que foi ele quem financiou tudo.
— Deve ter sido difícil pra você ficar tão perto dele e não poder ofendê-lo, né?
— Deus, demais. — Ela concorda imediatamente. — Eu arrancaria meu braço só pra ter alguma coisa pra jogar na cara dele.
Acabo rindo.
— Ele não mexeu com a gente nos últimos dois meses, acha que isso é algum tipo de sinal?
— Sinal de que ele vai nos afogar no nosso próprio sangue. — Retruco.
— Eu não discordo. Mas é agonizante ficar esperando ser assassinado. — Ela reclama. — Por que ele não nos ataca logo de uma vez?
— Vai saber o que se passa na cabeça psicopata dele.
Ouço a porta da frente abrir e ergo minha cabeça só pra ver Maddox entrando com pressa.
— Hoje é dia de parque, baby! — Ele comemora e faz uma dancinha desengonçada. Não sei se ele acha que dança bem, mas ao meu ver, parece que está tendo um derrame.
— Quantos anos você tem, 10? — Regina questiona mal humorada.
— Eu estou aproveitando a vida. — Ele sorri. — Estamos em paz há dois meses, quem sabe não tem uma bomba prestes a explodir a nossa cabeça em qualquer lugar, huh?
— Seu otimismo é estranho. — Digo com uma careta.
— De qualquer forma, eu vou me arrumar e vamos todos pro festival de hoje à noite encher a cara e comer.
— Comer? — Regina se anima. — Agora eu quero ir.
— Nós vamos todos os anos, sua falsa. — Cerro os olhos pra ela. — Claro que vamos hoje.
— Você às vezes pede por um soco.
Sorrio cinicamente.
Maddox nos ignora e sobe as escadas, cantarolando como uma garotinha apaixonada.
