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       O enterro tinha sido realizado pela manhã, no dia anterior fizeram a perícia e só pela noite liberaram o corpo para o velório, agora pela manhã após o enterro todos queimavam dinheiro falso em homenagem ao falecido. Nie Huaisang e Lan Xichen se abraçavam inconsoláveis. Lan Wangji desejava que Wei estivesse ali, seu ômega certamente teria as palavras certas para aquela ocasião, mesmo se fosse besteira.

– Lan Xichen? – Um ômega se aproximou do viúvo que o reconheceu.

– Xue Yang. – O viúvo cumprimentou enquanto enxugava suas lágrimas.

– Eu sinto muito, eu não consegui salvá-lo. – O ômega policial disse em um tom quebrado.

– Não estava sob seu controle Xue, jamais irei te culpar por isso. – Xichen esclareceu abraçando o outro que ficou sem jeito. – A culpa não é sua, mas sim daquele miserável que atirou nele.

           O policial apanhou algumas notas e as queimou, segundo o máximo que pode antes que elas pudessem lhe queimar.

– Ele me pediu para dizer que te ama muito e que sentia muito por não ter cumprido a promessa que te fez. – Xue Yang contou curvando-se em respeito.

          Após uma tontura, Lan Xichen acenou se afastando.

– É, ele não cumpriu. – Falou sendo amparado pelo irmão que o levou para se sentar um pouco.

         Quando eles foram embora, Xue Yang se agarrou mais a seu alfa esfregando seu nariz contra sua glândula aromática.

– O que foi meu capetinha? – Xiao XingChen indagou notando como seu ômega estava abatido e cabisbaixo.

– Eu não gosto de enterros, eles me dão medo. – Segredou para o companheiro.

– Medo? Mortos não fazem nada, os vivos sim. – XXC comentou se aproximando do carro.

           O ômega se afastou do maior enquanto este abria a porta para que o parceiro entrasse, em seguida deu a volta no carro entrando.

– Não é isso, é porque enterros me lembram solidão, eu tenho medo de perder você e a A–Qing, até mesmo o Song Lan. Eu não quero ser abandonado de novo. – O Yang comentou baixo choramingando sendo amparado por Xiao.

            Por outro lado, Song Lan que estava conversando com Lan Wangji voltou para o carro e Xiao pediu para ele tomar a direção, pois Xue não estava bem. 

– O que deu nele dessa vez? – Song Lan questionou enquanto os outros dois iam para o banco de trás.

– Ele apenas não está bem. – XXC disse trazendo Xue para seu abraço.

         Óbvio que Xue Yang não era um ômega comum, talvez um pouco antissocial, ele não gostava de muita gente e fazia questão de deixar claro, mas daqueles que ele gostava deixava mais claro ainda. Seu passado era cheio de marcas e ele ainda as carregava até hoje, mas seus companheiros tentavam a cada dia fazê-lo superar. Perder Nie MingJue bem na sua frente e em seus braços mexeu com ele por mais que ninguém notasse, porém bem o seu alfa notou.

– Eu não quero ficar mais sozinho. – Xue Yang murmurou contra o pescoço do alfa que naquele momento o aromatizava.

– Você não está sozinho diabético. – Song Lan declarou em um tom amigável, mas sem jamais deixar de provocar. 

         Apesar de todo sarcasmo, ironia e piadinhas, eles se amavam muito.

– Igualzinho quando nos conhecemos. – Xiao sussurrou para si mesmo. 

         O ômega não estava bem, o simples fato dele chorar tão explicitamente demonstrava isso. Não foi a toa que ao chegar em casa Song Zichen e XingChen preparam um banho quente para o companheiro, banharam-no com todo cuidado e o colocaram para dormir.

Involuntary (XiCheng/ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora