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        Jiang Cheng sorriu envergonhado e se aproximou mais algumas polegadas do outro. Sua destra seguiu para o queixo do ômega, acariciando a pele suave daquele região, contornando sua mandíbula firme posicionando seus toques em V deixando seu polegar livre. Seu dedo circulou os lábios rosados algumas vezes, podia sentir como a respiração do Lan acelerava com aquele simples toque.

           Seus olhos em momento algum deixou os do outro. Eram tão brilhantes e límpidos, era como se o alfa pudesse enxergar todas as suas vidas por ali. Aproximou-se cautelosamente até tocar minimamente os lábios rosados, tão lentamente que parecia que o tempo havia congelado.

          Lan Xichen olhou para o alfa ainda mais próximo, seus olhos eram tão brilhantes e alegres, até a forma que seus olhares se conectavam era único.

            O ômega se deixou escorregar para mais próximo do outro, seus lábios se aprofundaram mais nos do alfa. A suavidade do primeiro contra a superfície seca do segundo. As respirações aceleradas deles faziam cócegas sobre a ponta do lábio superior de cada um deles.

         O mais novo com cautela aprofundou aquele delicado selar, a ponta da sua língua raspou pelos dentes do outro que a abriu a boca permitindo o contato. O Lan cegamente procurou pela mão livre do outro cruzando seus dedos sobre o sofá.

              Jiang Cheng não pode deixar de sorrir por entre o beijo, fechando seus dedos sobre o do outro em uma garantia silenciosa que aquilo era real e de fato eles estavam ali.

             A mão desocupada do ômega foi parar no ombro do Jiang, enquanto que a destra deste que antes estava no queixo do Lan foi parar em seu pescoço, mais precisamente em sua nuca onde seu polegar carinhosamente movia em círculos.

          Seus lábios se chocavam sem violência, apenas carinho. A saliva facilitava todo aquele processo, eles ainda conseguiam sentir o gosto do chá que tomaram pouco tempo antes. Naquela dança lenta e suave, suas mentes estavam nubladas aquele tempo e espaço eram todos deles, mas o ar não seguia os mesmos planos.

         Eles se afastaram e se observaram com sorrisos estampados. Os toques do alfa deixavam Xichen leve e maleável, aquele era seu ponto fraco.

– Eu estou me apaixonando por você cada dia mais. – Jiang Cheng comentou baixo.

             O Lan sorriu bobo e abaixou sua cabeça a deixando sobre o ombro do outro.

– Você está mexendo comigo Jiang Cheng. – O ômega comentou contra a clavícula do outro.

               Eles ficaram em silêncio por um tempo, o Jiang acariciava os cabelos do ômega suavemente até sentir um impulso em seu ombro e ouvir um soluço escapar daqueles doces lábios que ele tinha beijado. Afastou o homem e carinhosamente ergueu seu rosto.

– A-Huan? – Chamou preocupado com o estado do homem.

– Desculpe. – Xichen pediu puxando suas mãos em direção ao seus rosto para enxugar as lágrimas.

– Eu fiz algo que você não gostou? Avancei o sinal? Eu juro que não fiz nada com más intenções. – O alfa desesperou só de pensar nessa possibilidade.

– Você não fez nada demais A-Cheng. – O ômega explicou se levantando sem dizer nada e indo para a janela respirando fundo sentindo o ar frio preencher seus pulmões e queimar um pouco seu sistema respiratório.

           O dono da casa esperou o outro decidir seu momento para falar o que quer que fosse, o que lhe atormentava. O ômega fechou a janela e seguiu até a mesinha onde havia um ursinho de pelúcia, certamente pertencia a XuanYu. Apanhou-o e aspirou aquele cheirinho de bebê, era tão bom.

– Eu tenho medo A-Cheng. – Comentou voltando seu olhar para o anfitrião.

– Medo de quê?

– Eu já perdi muito A-Cheng, meus pais, meu marido, eu tenho medo de perder mais alguém. Eu não quero mergulhar em algo que eu não posso ter certeza, não é só meu coração, agora eu tenho um filho e eu não quero que ele sofra. Eu não quero ter a felicidade de novo se for para ela escorrer entre meus dedos. – Lan Xichen falou com receio. – Eu não quero que um dia você acorde e descubra que tudo isso foi só por causa de um instinto.

Jiang prestou atenção em cada uma daquelas palavras, de certa forma ele entendia o homem a sua frente.

– Eu te entendo A-Huan, eu respeito você e sua história. Eu respeito o seu filho. Eu tenho o XuanYu e atualmente não sei o que seria se mim sem aquele pedacinho de gente. Só que eu também preciso que você compreenda que não é apenas instinto, é mais que isso. Mesmo que não houvesse um imprinting, certamente eu me apaixonaria por você. Tudo em você é apaixonante.

– A–Cheng, eu... – Lan Xichen tentou falar sendo interrompido por um erguer de dedos do outro.

– Espere por favor, apenas me deixe falar. Eu sei que você tem medo, mas eu prometo que se me permitir estar contigo, farei tudo que estiver ao meu alcance para que seus dias sejam os mais agradáveis possíveis. Você não vai me perder, pois eu não consigo ver a minha alma separada da sua. Quanto ao Zizhen, eu já adoro a sua criança e sei que você sente o mesmo pelo meu filho. Doce ômega, saiba que o XuanYu, o Zizhen e você já ocupam meu coração, a cada dia vão crescer ainda mais. Eu sei que você está quebrado, mas me deixe te ajudar a recomeçar. Me dê uma chance.

           Lan Xichen sorriu com aquilo, enquanto que o alfa abriu seus braços esperando que o outro se encaixasse neles. Assim foi feito, o cheiro do Jiang envolvia o Lan, seu peito quente o fazia se sentir em casa e bem cuidado, ele facilmente poderia se acostumar.

Involuntary (XiCheng/ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora