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Alguns dias depois...

– Xichen. Sinto muito. – Wei disse abraçando o outro ômega.

– Wei. – O Lan respondeu correspondendo ao abraço. – Ele se foi, o que vai ser de mim agora?

– Você é um dos ômegas mais fortes que conheço e sei que vai conseguir se erguer. Desculpa não ter estado aqui, você sabe que...

– Tudo bem Wei Wuxian, não há problema. Eu sei o motivo de você não ter ido.

        O mais novo saiu do abraço e guiou o grávido até o sofá, com um gesto mudo pediu para que pudesse toca-lo.

– Eu sei que vai ser difícil, mas se lembre que você não está sozinho. O Zizhen logo virá por aí e vamos cuidar dele e de você. – Comentou e acariciou a barriga de Xichen.

           O Lan pode sentir um vislumbre de dor no olhar no cunhado, existiam coisas das quais o Wei ainda não conseguiam deixar no passado.

– Como foi com seu irmão? – O Lan perguntou mudando de assunto.

          O psicólogo revirou os olhos e bufou, sua mão afastando do outro.

– O shidi está bem, por mais que ele seja todo carrancudo ele leva jeito para crianças, o Xuanyu está em boas mãos, ao menos o A-Cheng não pode quebrar as pernas dele. – O mais novo contou arrancando uma risada do Lan.

– Parece ser uma criança adorável. 

– Realmente é. O JC tem que tirar paciência até do... buda para não surtar. Digamos que meu shidi é uma versão do MingJue, só que ainda mais explosivo.

         Xichen riu e parou ao sentir seu filhote se mexer. 

– Eu também não poderia vir, porque queria fazer o A-Cheng compreender que ele pode cuidar do A-Yu. Eu não quero que ele cometa o mesmo erro que eu. Outra coisa que eu me preocupei foi quando encontrei um panfleto de adoção rasgado e ainda tem toda pressão da madame Yu,  mas ele está aguentando até bem. – Wei contou esfregando a têmpora em preocupação.

– Ele quer colocar o filho para adoção? – O Lan indagou sem entender.

– Conversamos e bem, ele apenas cogitou, mas era por desespero. Ele se viu sozinho, sem nenhuma noção de como lidar com uma criança, ele estava com tanto medo de não saber se seria um bom pai para o A-Yu que a ideia acabou passando pela cabeça, mas ele transformou aquele papel em vários e desistiu.

– Deve estar sendo bem difícil, mas tenho certeza que agora ele vai ficar melhor. Não seria melhor ele vir para cá? Digo, está mais perto dos irmãos. –  Xichen questionou em modo de sugestão.

– Cunhado, acha mesmo que não tentei? O A-Cheng consegue ser tão teimoso quanto um burro empacado, mas acho que ele vai pensar nessa possibilidade.  

          Não demorou para que Lan Wangji chegasse e junto dele Lan Yuan que já veio correndo até seu tio.

– Tio Xichen. – Ele chamou sendo recebido por um abraço do mais velho.

– Oi A-Yuan. Como você está? – Xichen indagou fazendo carinho nos cabelos do sobrinho.

– Estou bem e o titio? E Zizi? – A criança perguntou e apontou em um pedido mudo para tocar a barriga do tio que permitiu.

– Eu estou melhor e o Zizhen está muito bem também. 

– Ele vai demorar vir? Eu quero mais um amiguinho para brincar. O JiLi mora tãaaaao longe. – Lan Yuan comentou abrindo os braços para indicar que a distância e quase acertando seu pai.

         Curvando-se Wei cutucou a criança e depois cruzou os braços.

– Agora me ignora é? Esqueceu que tem pai? 

– Papai. Senti saudades. – A-Yuan falou se jogando no pai.

– Cobrinha traiçoeira. – O ômega disse abraçando o filho fazendo cócegas nele. – Como foi a aula hoje?

– Foi chato papai, quero o tio Xichen de volta, ele é mais legal que o sr. Zhao ZhuLiu. O professor novo dá medo. – Sizhui segredou para os dois na sala.

– Lan Yuan, o que eu já te disse sobre falar sobre as pessoas pelas costas? – Wangji perguntou coma cara séria de sempre.

– Desculpa. – O pequeno pediu abaixando a cabeça.

         Respirando fundo para não revirar os olhos e retirar a autoridade do Lan, Wei Ying segurou os braços do filho e o fez o encarar.

– A-Yuan, as vezes nós temos que aceitar as coisas mesmo que não gostemos delas. Eu sei que ele pode te dar medo, mas isso não significa que você deve ter medo. Apenas coloque a expressão que seu pai Wangji faz para tudo e deixe que o resto se lasque. 

– Wei Ying! – O alfa reclamou e deu uma expressão revoltada para o marido. – Não é assim que se educa uma criança.

– Faça melhor sabichão. – Wei brincou desafiando o esposo.

             Lan Xichen se segurava para não rir daqueles dois.

– Em partes seu pai está certo, mas escute. Você tem que seguir aqueles ensinamentos, seja educado e gentil, mesmo que você não goste de alguém. Respeite seu professor acima de tudo. – Lan Zhan explicou sério.

– Mas pode fazer a cara séria do seu pai que afasta até espírito. – Wei Ying brincou e quando o alfa o olhou, acabou por engolir seco. – Brincadeira, então respeite seus professores, mas se algum deles fizer alguma coisa com você que você se sinta desconfortável venha para casa e me fale, que aí o papai vai na escola e que... e tem uma conversa com seu professor. Entendeu Sizhui?

– Sim papai, mas e se um coleguinha bater em mim? – A criança indagou buscando orientação.

– Aí você fala com o professor. – Lan Wangji respondeu claro.

– Mas e se o professor não resolver e eu apanhar de novo? – A criança continuou suas indagações.

            Wei botou uma expressão de "ninguém é louco se tocar no meu filho" e respondeu:

– Você bate de volta, não seja nem besta de ficar apanhando.

– Mas só bate se alguém bater em você primeiro. – Lan Wangji explicou concordando com Wei.

         O pequeno concordou, pegou sua mochila e foi para seu quarto. Lan Xichen estava sem entender muita coisa, mas concordava.

– Wei Wuxian, as vezes eu me pergunto como que você pode ser um psicólogo que lida com crianças. – Xichen provocou tapando a boca bocejando em seguida.

– Elas me adoram, fazer o que se sou adorável. 

– Você é o melhor Wei. – Xichen comentou se ajeitando melhor no sofá, coitado já estava a beira de cochilar ali mesmo.

             Ele sabia que por trás daquela criança crescida, Wei era responsável e quebraria mesmo a cara de quem ousasse machucar seu filho, até o próprio Xichen faria isso se mexessem com seu sobrinho.

           Ninguém, absolutamente ninguém, mexe com os Lan e sai livre, ninguém.


Involuntary (XiCheng/ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora