Involuntary (XiCheng/ABO)

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         Ninguém havia dito que seria fácil até porque isso seria mentira. Assim que recebeu alta do hospital, três dias depois, Lan Xichen voltou para sua casa com seu filho, este vestido em pequenas roupas parecidas que haviam sido feitas para um príncipe herdeiro, cortesia de Jin GuangYao.

            Este logo que chegou à casa do amigo percebeu algumas cartas de contas e as guardou, iria paga-las e depois falar com o amigo. Sabia que se não fosse assim o outro jamais iria aceitar. Ajudou-o a cuidar do recém-nascido da melhor forma que podia como se fosse seu próprio filho, o pouco que sabia de cuidado infantil se resumia em tudo que aprendeu com Jiang Yanli ao ajudá-la com Jin Ling.

              Wei Wuxian por sua vez ajudava seu shidi na mudança, isso quando não se desdobrava para trabalhar, cuidar de A-Yuan, dar conta do fogo de Lan Wangji e outras milhares de coisas. Teria que ir a casa de seu cunhado para ver seu sobrinho, insistentemente adorava provocar Jin GuangYao para ver até quando ele segurava aquele sorriso dele, mas não passava de pura birra, pois o beta tinha a mesma facilidade para manter um sorriso quanto Lan Zhan tinha para manter a face sem expressão.

– Wei, eu tenho uma notícia não muito boa para você. – Jiang Cheng comentou olhando para a tela do celular.

– Já me recebe assim? Não poderia nem dizer uma boa noite primeiro? – Wei Wuxian reclamou invadindo a casa do alfa e indo até a geladeira. – Diga.

– Lembra que falei do nosso jantar de família? – O alfa indagou mordendo a ponta da carne do dedo.

– Claro, Lan Zhan já está feliz de não ter que cozinhar nem que seja uma vez na vida. – Wei respondeu retirando uma vasilha da geladeira e pegando um copo.

– Então, aconteceu um imprevisto. – Jiang Cheng contou enrolando para ir direto ao ponto.

           Em resposta Wei ergueu uma sobrancelha e bebeu um pouco da água esperando pela manifestação do outro.

– Meu pai e minha mãe vão vir.

           O ômega engasgou e começou a tossir.

– A madame Yu vai vir? Pode cancelar minha participação nesse jantar. – Wuxian avisou guardando a vasilha de água de volta na geladeira.

– Não seja dramático Wei Ying. – O alfa resmungou vendo o irmão dar a volta pelo balcão da cozinha e parar em sua frente o encarando.

– Dramático? Não foi você que apanhou da última vez que esteve com sua mãe. Entenda A-Cheng, sua mãe me detesta não importa o que eu faça, ela sempre vai me criticar.

– Ela também gosta de você. – JC tentou explicar buscando alguma forma de entender ambos lados.

– Gostar de mim? Ela só me aceitou na casa de vocês porque o tio Fengmian tinha aceitado ser meu padrinho e tutor se alguma coisa acontecesse com meus pais. Você sabe que antes de casar com sua mãe, o seu pai era prometido da minha mãe e gostava dela, como você acha que sua mãe vai olhar para mim? Ela me detesta. – O mais velho falou irritado colocando as mãos contra o balcão para não quebrar nada.

– Não é bem assim Wei. – Cheng tentou mediar a situação sem saber exatamente o que dizer.

– Então como é? – O irmão questionou apoiando o cotovelo sobre a pedra de granito e o queixo sobre a mão. 

       Seu olhar fitou friamente o Jiang que se embolou no meio da conversa e não soube como responder.

– Apenas venha, sabe como o meu pai é louco pelo A-Yuan e por você. Apenas ignore a minha mãe. Além disso, ela vai cair de cima de mim, afinal eu que acabei tendo um filho antes do casamento. – Ele falou buscando argumentos para convencê-lo.

– Como se ela não fosse falar que eu te influenciei, escuta o que eu te digo. Eu posso até ficar aqui ouvindo ela dizer poucas e boas, eu aceito o que for, mas ela não é nem louca de falar do meu filhote. Eu vou embora na hora e deixo Lan Wangji falar poucas e boas. Você sabe o que ela fez comigo, sabe o quanto eu tive minha cabeça ferrada e agora quer que eu fique sorrindo quando ela tentar me colocar no chão? – Wei declarou controlando sua respiração.

– Não precisa nem olhar para ela, ignore a existência dela. Outra coisa é que Lan Wangji nem abre a boca. – Jiang Cheng fez piada tentando acalmar o outro.

– Pisa no calcanhar dele para ver se ele não deixa aquela cara de buda de lado. – Wei respondeu sem paciência.

– A Yanli também estará lá, é a primeira vez que nos veremos todos juntos desde um longo tempo. – Jiang Cheng pediu novamente.

– Eu vou pensar nisso. – O mais velho determinou pondo fim àquela discussão.

           No fim Wei Wuxian não deixaria de lado a chance de comer de graça mesmo, mas não hesitaria em jogar metade da refeição em quem mexesse com sua família.

         Já na casa de Lan Xichen, este brigava com o beta que lixava as unhas pacientemente.

– Eu sei que as coisas não estão boas parra você Xichen, por favor aceite a minha ajuda. Depois se você quiser, pode devolver doando para caridade, sei lá, mas apenas aceite. Lembra? Irmãos jurados. – GuangYao falou depositando a lixa sobre a cama.

– Eu não posso aceitar. – Lan Xichen negava ao receber os prints dos comprovantes de quitação de suas contas.

– Oh bichinho orgulhoso meu pai, que eu saiba orgulho não é uma virtude bem vista pelas regras de sua família. O MingJue iria perder a cabeça se soubesse que você está assim. Apenas cuide do seu filho, daqui alguns dias eu terei que voltar para o Canadá, mas por favor o que você precisar não hesite em me ligar. – O beta explicou segurando firme as mãos do amigo contra as suas.

              O ômega concordou, embora se negasse a fazer isso, e em seguida foi até seu quarto pegar sua doce criança que começou um choro baixinho.