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– Sério Jiang Cheng, eu odeio aquele alfa! Ele me pertuba todos os dias, sempre caça alguma desculpa para entrar no meu caminho e me fazer perder tempo. – O funcionário do pet shop murmurou em insatisfação varrendo o chão a ponto de fazer o mais velho preocupar se pedaços do piso iriam voar por aí.

– Quebre as pernas dele! – Jiang WanYin sugeriu em graça enquanto digitava algo no computador da recepção.

         Zhou Zishu apenas bufou e virou para o chefe como se fosse óbvio.

– Acha que já não ameacei fazer isso? Ele é muito insistente.

– Acho que ele está a fim de você.

           O ômega ergueu uma sobrancelha e o observou em descrença, parecia um absurdo o que o outro lhe disse.

– É sério Zhou, nós alfas tendemos a fazer algumas coisas idiotas para chamar atenção dos ômegas que estamos gostando. – Jiang Cheng explicou rindo ao lembrar suas próprias palhaçadas.

– Eu só digo que, se eu quebrar as pernas dele, não será por falta de aviso. Vou ir lá atrás pegar alguns pacotes de ração para reabastecer a estante.

– Está bem. – Jiang concordou enquanto o ômega se distanciava.

         O sino da porta anunciou a chegada de mais um cliente, o homem trazia uma caixa nas mãos e parecia apreensivo. Logo que o viu Jiang Cheng seguiu até o balcão surpreso.

– Sr. Wen?

         O outro alfa ficou ainda mais surpreso e sorriu pequeno, mas este logo se desfez.

– Eu preciso de ajuda urgente!

– O que houve? – Jiang questionou e recebeu a caixa.

– Eu acabei atropelando o bichinho de estimação do meu vizinho, ele vai me matar. Por favor, fale que ele está bem. Eu não poderei ficar bem se ele ficar triste por causa desse coelho.

              Jiang Cheng apanhou o bichinho com cuidado e naquele momento Zhou Zishu retornou com alguns pacotes de ração. Olhou para o cliente, para seu chefe e para o coelho, em seguida deixou as embalagens caírem no chão.

– Você machucou o meu coelho? – Perguntou apanhando a vassoura que usara anteriormente.

– Foi sem querer! – Wen Kexing se defendeu ficando atrás do Jiang.

– Eu hein, resolva teus BO sozinha irmão. – Cheng comentou se afastando para examinar o pobre animal ali na bancada.

           A última coisa que queria era apanhar por um fato que ele não tinha nada haver.

– Eu vou quebrar seu pescoço sem querer também! – Zhou Zishu ameaçou indo até seu coelho.

– Visualmente ele está bem, mas acho que quebrou a pata. Vou precisar tirar um raio-x para ter certeza. – O veterinário explicou alisando as orelhas do animal.

– Faça o que for necessário. – Wen Kexing pediu em confirmação.

– Tudo bem, Zhou venha comigo.

          Jiang Cheng chamou e seguiu para dentro de outra sala. O ômega antes de seguir o chefe ao ver que ele não estava no campo de visão ergueu sua mão e beliscou Wen Kexing.

– AI!

– Idiota. – Zishu reclamou antes de ir atrás do veterinário.

         No fim o coelho não tinha quebrado a pata, mas havia deslocado, por isso foi necessário colocar no lugar e imobilizar.

– Foi sem querer A-Xu! – Wen Kexing tentava se desculpar.

– Você me perturba tanto, só esquece que eu existo.

– Espera, ele é o alfa? – Jiang Cheng perguntou para seu funcionário.

          Zhou Zishu acenou positivamente enquanto estava abraçado com o coelhinho.

– Me perturba sempre e eu não aguento mais.

– Desculpa Zhou Xu, eu vou parar de te encher. – Wen Kexing falou desesperado pelo perdão do ômega.

       Pagou pelo atendimento do bichinho e depois foi embora. Quando deu horário de almoço eles fecharam a loja e foram almoçar.

          Jiang Cheng seguiu para sua casa e preparou a comida, pouco depois o interfone foi tocado e ao saber quem era permitiu a entrada.

– Olá alfa. – Lan Xichen cumprimentou dando um beijo no outro.

– Oi A-Huan. Como você está?

– Bem, mas estou com saudade dos filhotes. – Lan Xichen explicou esticando o corpo se livrando da preguiça.

– Verdade. É estranho chegar aqui e estar tudo em silêncio. – O alfa contou olhando ao redor.

            Eles colocaram suas comidas e foram para a mesa, foi um bom tempo em silêncio e por fim o Jiang o quebrou.

– O que foi A-Huan? Você tem estado distante e preocupado.

O ômega suspirou e piscou algumas vezes.

– Falta menos de um mês para o fim das aulas. A escola que estou trabalhando vai fechar as portas, eu vou ficar desempregado e honestamente eu estou muito preocupado.

– Você ama isso, não é? Cuidar de todas aquelas coisinhas. – Jiang WanYin indagou mesmo já sabendo da resposta.

– Eu amo isso. Acho que a família Lan tem um dom para ensinar, eu gosto mais das crianças e meu irmão prefere lidar com acadêmicos surtados.

            Jiang Cheng parou para analisar um ponto e começou a rir.

– O que foi A-Cheng?

– Desculpe, é que eu fiquei imaginando como devem ser as aulas de Lan Wangji. Ele explicando em múltiplas frases. Desculpa, mas não deu pra evitar.

             Lan Xichen sorrindo enquanto movia a cabeça em negação.

– Acredite em mim, Lan Wangji era uma criança falante, difícil era fazê-lo se calar.

– Nem consigo imaginar isso.

– Quanto éramos pequenos nossos pais foram assassinados, quem encontrou os corpos foi o Lan Zhan. Isso ferrou com o emocional dele e ... o meu também por um bom tempo. Acho que Lan Wangji só começou a conversar mais depois que conheceu o Wei Wuxian. – Xichen contou em baixo tom.

– Oh, sinto muito. Eu não sabia disso. Desculpe te trazer essas lembranças. – O alfa pediu querendo se bater por ter feito o ômega se lembrar daquelas coisas que o deixavam triste.

– Eu senti isso tudo de novo quando o MingJue foi tirado de mim. Eu não estou pronto para dar um passo a frente A-Cheng, eu gosto do que temos, mas eu queria saber se você pode esperar por mim. Eu ainda tenho feridas que não cicatrizaram, podemos seguir desse modo? Um dia após o outro.

         Jiang WanYin levantou–se e ficou de frente para o ômega, estendeu suas mãos esperando que este se levantasse. Quando foi feito o alfa abraçou o Lan.

– Eu sempre vou respeitar o seu tempo e sempre irei te esperar. Eu gosto de você A-Huan, quando estiver pronto eu irei cuidar de você e não deixarei seus dias cinzas.

– Obrigado. – Lan Xichen agradeceu e pousou sua cabeça no ombro do alfa.

– Por nada. Quanto a seu emprego, certamente irá conseguir outro rapidamente. Irei te ajudar como puder.

             O celular de Jiang Cheng tocou interrompendo aquele momento e ele praguejou quem fosse.

– Melhor atender A-Cheng, pode ser importante.

            O alfa apanhou o aparelho na mesa e atendeu a chamada. No fim era um estagiário que estava a fim de trabalhar com ele na clínica, Ye Baiyi era seu nome.

Involuntary (XiCheng/ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora