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01 𝚍𝚎 𝙹𝚞𝚗𝚑𝚘 𝚍𝚎 2018 - 𝙼𝚒𝚊𝚖𝚒, 𝙵𝚕𝚘𝚛𝚒𝚍𝚊.

Jᴏsʜ Bᴇᴀᴜᴄʜᴀᴍᴘ

Acordei com uma dor de cabeça e fiquei sentado na cama, recuperando cada memória da noite anterior, de como Any havia descoberto a mentira do nosso relacionamento e de como eu fiquei perdido quando eu a vi indo embora para longe. Perde-la não era algo que estava dentro dos meus planos. – Fiquei ao lado de Savannah até o último instante dela aqui e quando ela caminhou até o portão de desembarque, nem ao menos se virou. Eu entendo a sua raiva, nunca julgaria, quem seria capaz de perdoar uma traição?

Hoje é um dia importantíssimo, pelo menos era. – Cheguei na universidade e todos me encaravam fixamente, sem disfarçar o seu olhar e principalmente os cochichos. Fui até o meu armário e abri, escutei algumas vozes se formando perto de mim.

A Sabina, irmã da Any conseguiu convencer o diretor enviar o diploma para sua irmã mais cedo. – Congelei no mesmo momento, fiquei apenas escutando.

– É claro que ela vai embora, ficar no mesmo ambiente que seu ex-namorado imbecil. – Revidou outra garota. – Tenho até dor do Josh, mal sabe que foi traído também.

Bati a porta do meu armário no mesmo instante e as garotas me olharam assustadas, com seus olhos arregalados e a boca formando um enorme O. – Se me permitem meninas dizer... Eu acho que vocês merecem um gatinho de estimação para cuidar. – Começo a andar em direção a saída da universidade, Any entrava pela porta com sua cabeça abaixada e acompanhada por Sabina de um lado e Charles do outro.

Os três mosqueteiros. – Ela levantou o seu olhar e quando nossos olhares bateram foi como se tudo estivesse passando em câmera lenta, como se cada cochicho havia ficado baixo e só existisse eu e ela naquele momento.

– Vamos? – Escutei sua irmã dizer, mas não obtive uma resposta de Any. Charles a cutucou mas ainda não falava nada e nem se mexia, continuava a me encarar sem reação alguma.

Olhei seu rosto e já não estava como os outros dias, com seus olhos fundos e roxos, como se tivesse passado uma madrugada péssima, a sua mão tinha alguns machucados e suas roupas já não eram coloridas, apenas pretas... – Precisamos conversar. – Falei em um sussurro e Any negou com a sua cabeça. – Por favor. – Fechou seus olhos e respirou fundo soltando todo seu ar.

– Está bem. – Sorri. – Agora não. Vai na minha casa mais tarde. – Assenti e por um momento pude sentir que tudo ficaria tudo bem, voltaríamos a ser aquele casal perfeito.

Any passou por mim, e seu cheiro havia mudado. Estava mais forte do que antes. – Acompanhei Any pelo olhar até ela sair do enorme corredor.

Estava esperando para falar com o reitor quando Sabina estava. – Olhei para o lado e vi um cara desconhecido e moreno. – Sabina disse que Any havia sido contratado pelo FBI. Você devia saber né? – Neguei com a cabeça e fingi o meu melhor sorriso.

Se nada tivesse acontecido, eu teria sido o primeiro a saber. – Subi as escadas da universidade, indo até o andar da parte de direito. Ao chegar, bati na porta com o coração na mão, a minha nota final estava na mão do meu querido professor e depois, finalmente, poderia me tornar um advogado.

– Entre, por favor. – Pediu, fechei meus olhos e entrei na sala. – Josh, já ia pedir para te chamarem. – Se levantou e apertou minha mão.

– Pelo jeito, a nota já saiu... – Soltei o ar e me sentei na cadeira em frente a do professor. – É uma resposta boa?

– Olhe você. – Me entregou o papel e eu olhei para a minha nota... – Meus parabéns, você tirou a maior nota.

– Meu deus... – Sorri. – Eu não acredito. – Me levantei da cadeira e pulei.

– Acredite, meu querido. – O professor me abraçou forte. – Eu sempre acreditei em você! – Fechei meus olhos quando senti que ia chorar. – Seja bem-vindo Doutor Beauchamp.

– Eu nunca vou me acostumar com isso. – Eu olhei para a porta e em seguida para o papel. Se fosse alguns dias atrás, eu correria para contar a Any.

– Não vai contar a Any? – Perguntou e eu neguei. – Por quê?

– Estamos em uma situação... digamos péssima. – Ele assentiu e em seguida sorriu.

– Vocês vão se resolver, vocês se amam. – Dei o último abraço no meu professor e voltei para a casa, com uma grande ansiedade por falar com Any mais tarde.

[...] As horas foram se passando e estou em frente a casa de Any, suspirei firme e bati na porta. – Ela abriu a porta sem um sorriso no rosto, já imaginando que seria eu. – Conversamos aqui fora. – Assenti e me sentei nos degraus.

Você me traiu? – Perguntei, Any me olhou com seus olhos já avermelhados e assentiu. – Está tudo bem... Com quem foi?

– Com o Noah... – Estremeci ao escutar o nome. – Foi um beijo no calor do momento e eu estava confusa com os meus sentimentos. Só que agora não importa mais.

Não importa mais... – E o nosso amor? – Perguntei e ela me olhou. Fixei o meu olhar na lagrima que escorria pelo seu rosto lentamente. – Que é infinito e para sempre?

– Isso foi antes de eu saber o que você estava fazendo comigo. – Fecho meus olhos. – Por que você preferiu mentir do que falar a verdade? O que perdia com isso?

– Nada... – Abri meus olhos por um barulho de fungo e a vi chorando. – Eu queria ter você.

– Invés disso.. Você me perdeu. – Limpei a lágrima que caiu em meu rosto. – Eu te amava, eu te amava demais... Mas você me machucou de um jeito.

– Me desculpe, por favor. – Ela negou com a cabeça. – Eu te amo. – Dei um passo em sua direção e ela me olhou surpresa, mudou sua pose e limpou cada lágrima que caia.

– Meio tarde para falar, não acha? – Abaixei minha cabeça.

– Meus parabéns Any. – Levantei a cabeça devagar. – Soube que você foi contratada pelo FBI.

Eu recebi um e-mail, mas não tenho ideia se vou aceitar. – Abri a boca. – Eu não desconfiei do meu namorado que me traia, quem dirá que acharei um assassino.

– Você tem que aceitar! Esse é seu sonho. – Ela sorriu sem mostrar os dentes. – Eu tirei a nota máxima na prova final. Vou começar a ser um advogado...

– Parabéns Joshua... Só não defenda as pessoas erradas. – Subiu os degraus de sua casa e ficou virada para a porta.

– Como ficamos? – Perguntei esperançoso.

Você seguindo a sua vida e eu a minha em Los Angeles. – Ela abriu a sua porta e pegou uma caixa de papelão. – Obrigado por todos esses presentes, mas eu não quero nenhuma lembrança que te envolva.

– Não, Any. – Antes que eu pudesse falar algo, ela entrou e me olhou pela última vez.

Passar bem Joshua. Adeus. – E a porta se fechou. 

Lᴀ Mᴇɴᴛɪʀᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora