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12 𝚍𝚎 𝙹𝚞𝚕𝚑𝚘 𝚍𝚎 2023. - 𝙲𝚊𝚗𝚌𝚞𝚗, 𝙼𝚎𝚡𝚒𝚌𝚘.

Aɴʏ Gᴀʙʀɪᴇʟʟʏ

O avião pousava em um aeroporto exclusivo para jatinhos particulares. O jatinho é disponibilizado para todos as pessoas que trabalham para o governo, é claro, quem me dera receber um valor tão alto para poder comprar um avião próprio, ainda não cheguei a esse ponto. – Se vemos dentro de algumas horas, irei visitar a base que ficaremos. – Todos assentiram sem falar algo, sempre foram assim, obedientes e sempre disponíveis para todos os casos. Até os impossíveis de serem resolvidos.

Entrei no carro e em seguida entrou Diarra, olhei para ela e sorri por alguns instantes. – Vamos para mais um caso. – Disse, com um olhar triste por saber o que esperava ver pela frente.

– Vamos prendê-lo, por todas as mulheres que ele matou. – Girei a chave, ligando o carro e dirigindo até o local. Prestava atenção em cada rua, que aliás não havia mudado nenhum pouco.

– Você conhece? – Perguntou ao passarmos por uma loja de café. Olhei para trás e vi a cafeteria mais famosa de Cancún. Assenti quieta. – Você morou por aqui?

– Sou mexicana, Di. – A respondo, com um sorriso no rosto que poderia cobrir quaisquer traços de tristezas em meu rosto. Eles não precisavam saber da minha dor. – Meus pais se mudaram para Los Angeles quando complete exatamente dez anos e desde então não voltei para cá.

Nunca tive vontade alguma, na realidade. – Uau. Quem me dera ter morado em uma cidade tão linda. Infelizmente tivemos que vir em um péssimo momento. – Soltei um barulho com a garganta, para que a mulher ao meu lado parasse de falar por alguns minutos.

Diarra sempre foi uma pessoa que falasse demais, em compensação o seu trabalho sempre foi extraordinário. Sempre ajudou a resolver cada caso que pegamos e nunca demonstrou medo algum, apenas demonstrava carinho e tristeza a cada problema que vieram. – Ao virarmos a rua da delegacia, vimos uma multidão enorme em frente ao local. Olhei de relance para Diarra que já estava se preparando.

– Não temos nada concreto, acabamos de chegar. Nada de entrevistas. – Não peço desta vez, apenas mando a garota seguir o nosso plano. Estaciono o carro e saímos com a postura rígida e com um semblante neutro.

Passo por cada repórteres que estava ali, sem falar nada e atrás de mim estava Diarra, que seguia cada passo que eu fazia. – Entramos na delegacia e todos os olhares vieram para nós e antes que pudéssemos dizer algo, um policial veio até nós duas com um olhar fechado.

– Por favor, podem se retirar? – Perguntou e eu olhei para Diarra, com a sobrancelha arqueada e sem acreditar no que estava acontecendo. – Este ambiente é só para quem trabalha ou está fazendo uma denúncia.

– Certo. – Levei a minha blusa social e mostrei minha pistola e mostro o crachá do FBI em meu pescoço. – Estamos liberadas? – Olho para todos no local e vinha um homem com a postura rígida, com o cabelo cortado e liso.

– Mil perdões agente Gabrielly e Diarra. – Pisco para Diarra que estava quieta e olhando o homem em nossa frente. – Não sabíamos que chegariam cedo. Fomos pegos desprevenidos.

– É claro. – Finjo um sorriso. – Quero uma equipe que possa me ajudar, por favor não se coloque e nem ele. – Aponto e paro de andar. – Uma sala e uma ligação com a última família da vítima.

– Queremos mulheres, especificamente. – Olho para Diarra que havia pedido. – Perdão. – Abaixou a cabeça.

– Podem ser os dois. Agora por favor, esclareçam tudo que está acontecendo. – Me sento e olho para o painel com diversas fotos e a foto do suspeito.

– A data da última que foi visto é 08 de junho de 2023, o que significa que ele pode ter feito alguma mudança física. – Escuto eles dizerem, aponto para a última foto.

– Quero saber como ele deve escolher as vítimas. – Digo olhando para a Diarra e meu telefone toca, mostrando o nome do Steve. – É o Steve.

Any, o corpo da última vítima não tem nenhuma pista. – Suspiro e fecho meus olhos. – O que significa que o suspeito está pensando em tudo, em cada consequência.

– Isso. E o que mais? – Pergunto olhando para a foto do corpo. – Como está o pulmão da garota?

Inchado... – Silêncio enquanto Steve pensava. – Ela devia estar viva enquanto foi jogada no mar.

– Steve, o que você achou de baixo das unhas? – Diarra perguntou, na esperança que tivesse alguma prova.

Está limpo. Não tem nenhum índice de luta ou alguma coisa do tipo, as marcas presentes pelo corpo são de cordas. – Passo a mão em minha cabeça, se preparando para pensar em algo. – Any, vou pedir exames mais concretos. Ela foi estuprada, não quero deixar passar nada.

– Você que manda Steve. – Desligo logo em seguida. – Quero falar com a família da vítima. – Olho para a fixa e vejo o nome da garota cujo havia perdido sua vida por um homem psicopata que seria encontrado.

Karol. – Eles estão aqui, esperando por vocês. – Me levanto e saio da sala, sendo acompanhada pelo homem que havia me barrado.

– Sra. Sevilla. - A chamei, ela se virou e milhares de cenas se passaram em minha cabeça. - Soy una agente del FBI, ¿puedo hacer algunas preguntas? - A mulher assentiu. Olhei para a Diarra e fiz um sinal para que ela saísse, assim foi feito. - Consegue entender inglês? - perguntei, me sentando.

– Consigo. – Sorri, amarelo. – Me diga, encontrará o assassino de minha filha? – Perguntou, com um lencinho em sua mão prontamente para levar sobre seu rosto.

– É claro senhorita. – Abro o arquivo e leio por cima. – Com as suas respostas, irá me ajudar demais. – Ela sorriu e fungou. – Podemos começar, certo?

– Sim.

– Senhora Sevilla, a sua filha ficava demais na internet? – Perguntei, com os olhos na fixa e se levantaram devagar, a encarando e procurando alguma resposta.

– Ficava. – Fez um silêncio. – Ela não gostava que eu perguntasse algo com esse assunto, mas no último mês ela ficou irritada por eu ter lido uma mensagem. Eu estranhei o tipo de mensagem que recebia, até porque era assunto inapropriado. Ele seria um desconhecido.

– Qual foi a mensagem? – Me mexi na cadeira, prontamente para dar um pulo e já agradecer pelas respostas.

"Ansiosamente para encontrá-la, para poder fazer tudo que venho planejando desde o momento em que bati meu olho em você." – Fechei os olhos e senti um no na garganta. – Ela não namorava, queria estudar e se formar na faculdade. Depois se relacionar com alguém.

– Poderia ser alguém que vocês conheciam? – Negou com a cabeça. – Por quê?

– O nome dele não me lembrou a ninguém. – Assenti e um toque na porta chamou minha atenção.

– Com licença. – Me levantei e abri a porta, dando de cara com o policial.

Mais uma vítima foi encontrada. 

Lᴀ Mᴇɴᴛɪʀᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora