Acordo assusta e ofegante, olho ao redor e vejo que estava no meu quarto. Os pesadelos no começo de tudo eram recorrentes, com o tempo foram passando aos poucos, fazia tempo que não havia tido um, com exceção de hoje.
Coloco os pés para fora da cama e já escutava meus pais conversando no andar de baixo. Saio da cama silenciosamente e parecia que estavam discutindo, mas não conseguia ouvir o que diziam.— Bom dia. — Digo bocejando.
— Bom dia querida. — Meu pai da um sorriso forçado para mim, antes de sair de casa percebo ele é mamãe trocando olhares.
— Aconteceu algo mãe? — Me sento na cadeira.
— Nada que você precise se preocupar. — Ela sorri tentando me confortar.
Como todos os dias minha mãe havia me passado lições, eu fazia enquanto tomava meu café da manhã.
[...]Meu pai estava sentado no tronco de árvore, ele estava pensativo, o que me preocupou.
— Oi pai. — Me sento ao seu lado, ele da um pequeno sorriso de cumprimento.
Ficamos em silêncio até que eu volte a falar.
— Pai, me escuta antes de brigar comigo. — Ele me encarava sério esperando que eu prosseguisse.
— Ontem de noite eu sai de casa para treinar arremesso de faca aqui, mas algo estranho aconteceu...— Você foi muito irresponsável Amber!
— Eu sei, eu sei. — O interrompo. — Deixa eu continuar... E eu escutei alguns grunhidos...
Meu pai suspira e passa a mão pelo seu rosto.
— O que eu temia está acontecendo.
— O que pai? — O olho preocupada. — E não fala que eu não preciso me preocupar.
— A cidade está ficando sem comida , e eles estão vindo cada vez mais longe, não vai demorar muito para que cheguem aqui.
— Que merda...
Ele me repreende com um olhar ao escutar a palavra que eu disse.
— E o que vamos fazer?
— Não sei, mas espero ter a resposta antes que seja tarde. — Ele suspira. — E não saia para fora de noite Amber, o mundo não é o mesmo de antes.
— Eu sei pai, me desculpa.
Enquanto ficamos conversando ali, escutamos gritos agudos da minha mãe.
Meu pai imediatamente se levanta e corre em direção de onde vinha o barulho. A apenas uma coisa que eu quero saber, ela está bem?
Chego alguns segundos após meu pai perto do poço onde minha mãe estava. Observo os dois, mamãe estava sentada no chão com 2 monstros já mortos, e meu pai estava agachado ao seu lado tentando a acalmar.— Ela está bem. — Meu pai informa ao perceber meu olhar preocupado.
— O que aconteceu?
— Agora não é hora de perguntas Amber! — Ela se levanta estressada e caminha até nossa casa.
O que eu havia feito de errado? Eu só estava preocupada.
— Não ligue para a sua mãe filha, ela está meio... Cansada. — Concordo com a cabeça e vejo meu pai também se afastar.
Eu sinto que a cada dia o relacionamento dos meus pais está desmoronando, eles iriam dizer que não, mas ambos estão cansados, agora seria a hora para eles se unirem para sobrevivermos juntos, porém estão mais distantes. Os adultos são tão complicados!
Vou até a árvore de sempre e começo a lançar a faca para ocupar minha mente, será que ainda há muitos humanos vivos? Provavelmente sim, não acho que os mortos vão dominar tudo. Suspiro em frustração.
Estava totalmente concentrada lançando a faca, escuto barulhos estranhos, quando levanto minha cabeça vejo uma horda imensa daqueles monstros. Era assustador ver aquelas coisas vindo em nossa direção sedentos por carne, se quiséssemos viver não podíamos continuar ali. Quando volto a realidade forço minhas pernas a correrem em direção a casa onde meus pais estavam descansando tranquilamente.

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Choices | The Walking Dead
FanfictionEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...