Choices | The Walking Dead

49

Estava sentada em minha cama olhando para a parede. Era assim que eu andava passando todos meus dias, dentro desse quarto sem a menor vontade de sair para fora.

— Levante cordeirinho! — Negan dizia ao lado de fora batendo na porta, assobiando.

Levanto rápido e abro a porta de forma bruta, encarando o homem ao lado de fora com raiva.

— Que bom que não me fez esperar! — Sorri.
— Tenho algo para você, venha. — Ele dá um puxão no meu ombro.

O sigo contra minha vontade pelo longo corredor, subimos por mais alguns andares. Negan abre uma porta e espera que eu entre. Olho ao redor e permaneço em pé, vendo o mesmo sentar-se em sua cadeira e apoiar seus pés sobre a mesa.

— Então Amber, deixei você pensar por alguns dias sobre o que queria de sua vida. — Ele pausa. — Espero que tenha pensando... — Sorri. — Então... Quero que responda uma pergunta.Quem é você?

O olho por longos segundos permanecendo séria.

— Eu sou a Amber.

— Resposta errada cordeirinho, vou perguntar uma última vez... Quem é você? — Ele tira seus pés da mesa e se levanta com o taco em mãos.

— Eu já disse tio, eu sou Amber. — Sorriu irônica.

— Ótimo, vamos lá. — Ele sorri.

Negan manda que eu ande, assim eu faço. Chegamos ao lado de fora do Santuário, onde haviam pessoas trabalhando em baixo de sol, prendendo zumbis em estacas. Olho para Negan confusa. Daryl estava de cabeça baixa, ele vestia uma calça de moletom e uma blusa de moletom com um grande A gravado em cor laranja.

Dwight agarra Daryl pela blusa e o arrasta até as cercas, onde os trabalhadores deixaram um caminhante escapar, e em poucos segundos um zumbi devoraria a cara de Daryl.

— Quem é você? — Negan pergunta.

— Tira ele dali por favor! — Imploro com lágrima nos olhos.

— Quem é você!?

Olho para Daryl naquela situação e as lágrimas começam a descer descontroladamente.

— Eu sou Negan! — Digo.

Quando o zumbi iria morder o rosto de Daryl, Dwight o puxa da cerca. Negan me olhava com um sorriso sínico.

— Diga de novo Amber, eu não escutei.

Estava com a respiração pesada, olhava para Daryl chorando, ele também me olhava, dava para perceber que ele não queria que eu dissesse isso. Mas não poderia deixar que ele se machucasse, não quando eu poderia evitar.

— Eu sou Negan. — Digo em alto e bom som.

— Era isso que eu queria ouvir! — Ele sorri. — Está vendo Daryl? Isso é uma resposta inteligente.

Dwight leva Daryl para dentro, deixando apenas eu e Negan sozinhos.

— Muito bem, muito bem. — Negan molha os lábios. — Vou pensar em um serviço para você Amber...

Negan estava jogando comigo, testando meus limites. Então se ele quisesse jogar eu iria jogar também, porém com as minhas regras.

Seco meu rosto e o encaro nos olhos.

— Vamos ver o que irá preparar para mim. — Dou um leve sorriso.
[...]

Enquanto caminhava vejo Ravi fumando.

— Isso vai matar você. — Paro ao seu lado.

Ravi me olha e sorri.
— Todos já estamos mortos mesmo. — Dá de ombros.

— Como você sobreviveu aqui todo esse tempo?

— Negan gosta de mim, eu mostrei que poderia ser útil de alguma forma. — Me encara.

— E como você exatamente se mostrou útil?

— Matando. — Diz.

— Sincero. — Concordo com a cabeça.

— Fique acordada de noite, com a porta aberta.
— Avisa e se retira.

Fico parada refletindo sobre seu pedido. Alan chega atrapalhando-me.

— Não ande com aquele cara. — Alan fala sério.

— Com o Ravi? — O olho confusa.

— Sim, ele é problema Amber.

— Obrigada pelo aviso Alan. — Sorriu de sua cara.

— Estou falando sério!

— Eu sei me cuidar, relaxa. — Digo de modo simples.

— Não diga que eu não avisei. — Suspira e sai me deixando sozinha novamente.

Nego com a cabeça. Saio andando pelo local, algumas pessoas me olhava de soslaio. Passo perto de alguns homens, que já estavam encarando-me a distância.

— Aquela é a vadia de Alexandria, matamos uns amiguinhos dela. — Um homem zomba.

Resolvo ignorar e seguir meu caminho, porém ele continua falando, era notável que ele queria que eu perdesse a cabeça. Suspiro e olho para trás com um sorriso irônico.

— Pode repetir?

— Qual parte? A que você é uma vadia ou que matamos seus amigos?

Retiro a faca do meu coldre.

— Olha seu tênis está desamarrado. — Me aproximo, agacho e cravo a faca em seu pé com todo o ódio que eu sentia. — O que disse mesmo cuzão? — Tiro a faca e o olho nos olhos.

O homem da um grito de dor e abaixa colocando a mão no pé ferido. Limpo a faca em sua blusa, logo a guardando.

— A próxima vez que voltar a falar de mim ou de alguém que eu conheça, eu faço questão de cortar sua língua fora.

Olho para seus amigos que não ousaram intervier em nada. Provavelmente por terem consciência que eu era sobrinha de Negan, e se eles ousassem em faze algo comigo meu tio iria dar o que eles mereciam.

Simon andava rápido em minha direção com sua cara nada boa. Ele me impede de andar dando um puxão forte em meu braço.

— Acho que Negan não vai gostar de saber o que você fez ali. — Diz num tom ameaçador.

— Eu sou Negan. — Dou um sorriso a ele.

Simon fica desconcertado por alguns instantes, mas rapidamente se recupera e dá um sorriso irônico.

— Você é esperta garota. — Balança a cabeça. — Mas não vai durar muito tempo.

— Estou cansada Simon, vou para meu quarto. Melhoras para seu amigo.

Em alguns minutos já estava dentro do meu quarto, a noite começava a chegar. Tranco a porta e adentro o banheiro para tomar meu relaxante banho.

Ligo o chuveiro, quando a água atinge minha pele sinto todo o estresse do longo dia ir junto com a água pelo ralo.
[...]