— Amber tem que ser agora. — Alan fala.
Verifico o cartucho da minha arma e vejo que o mesmo estava carregado.
— Vai dar tudo certo. — Ele me certifica.
— Obrigada. — Lhe dou um abraço.
Quando nos separamos Alan leva seus olhos no relógio que estava em seu pulso.
— Eles estão trocando de turno, é agora. Eu te dou cobertura.
— Eu não odeio você Alan. — Dou um fraco sorriso.
Dou um último olhada e vou correndo pelas sombras, mato o homem com minha pistola silenciada que estava de guarda no portão. Com o alicate que Alan deixou escondido corto com certa dificuldade os arames do portão.
— O que pensa que está fazendo Amber?
Olho para trás apontando minha arma para Ravi. Observo que em sua mão tinha um rádio que era usado para se comunicar com outros salvadores.
— Eu não vou ficar mais nesse inferno.
— Não posso deixar você ir.
— Não é você que decide isso. — Falo ainda apontando a arma, colocando o dedo no gatilho.
— Nós vamos atacar Alexandria, se você estiver lá vai morrer também. Você tem que fazer sua escolha.
— Você pode mudar de lado... Ainda não é tarde.
Ravi levanta sua mão que segurava o rádio.
— Com uma palavra os Salvadores estarão aqui Amber. Faça sua escolha, eu não quero ter que ferrar com você. Sei que você não vai atirar em mim.
— Por favor Ravi...
Um tiro é disparado em Ravi, fazendo o mesmo cair no chão. Agora tinha total certeza que Alan estava do meu lado.
— Minha escolha já está feita a muito tempo. — Falo para ele.
— No portão principal, Amber está fugindo... Repito, Amber está fugindo. — Ravi fala com dificuldade.
Passo pelo espaço que tinha e saio correndo para fora do Santuário. Vários tiros são disparados, e um me atinge no ombro esquerdo. Caio no chão, e por sorte as folhas amortecem minha queda. Coloco a ponta dos meus dedos do local e vejo que sangrava um pouco. Porcaria! Levanto-me e saio correndo sem olhar para trás, alguns caminhantes estavam na floresta, eu apenas tratava de desviar deles. Não podia colocar nada a perder, não podia parar.
Os tiros não pararam, eu estava ocupada tentando viver para sentir qualquer dor.
[...]O dia amanheceu, e eu estava exausta. Adentro uma casa e por pura sorte estava vazia. Vou direito ao banheiro, retiro minha blusa observando o ferimento. Observo a parte de trás e percebo que o mesmo não tinha atravessado.
Fico em silêncio e pude escutar alguém adentrar a casa. Se eu fosse levada de volta ao Santuário, garanto que eu não iria com vida.— Sei que está aqui Amber. — Dwight fala.
— Apareça.Suspiro, visto minha blusa caminhando até a sala.
— Eu não vou voltar. — Miro a arma na minha cabeça. — Não me faça voltar, por favor. — Meus olhos lacrimejam.
— Abaixe isso, Negan mandou homens para te procurar.
— Por isso você está aqui.
— Não, eu vim por conta própria. Se quer saber, Ravi está bem, pelo menos vai ficar. Não achei que iria atirar nele.
— Eu não ligo para aquele desgraçado.
— Você se importa sim.
— Por que você veio? Você sabe que não vai me fazer voltar. — Ignoro sua afirmação.
— Estou do seu lado, quero acabar com toda essa merda. Eu tenho um plano, mas não posso contar agora. — Avisa. — E cuide dessa merda para não morrer garota. — Ele me joga um enlatado. — Fica viva.
Essas foram as últimas palavras de Dwight antes de sair da casa. Coloco minha mochila nas costas e volto a andar pela floresta, no momento era o local mais seguro, levando em consideração os caras que estão me caçando.
[...]Em Hilltop os moradores apontavam suas armas para mim, ninguém ali me conhecia, todos acreditavam que era uma emboscada. E se não tivesse ninguém de Alexandria eu iria morrer ali fora.
Já estava difícil permanecer acordada, meu braço queimava e a desidratação me matava.
Finalmente os portões se abrem e vejo Maggie juntamente a Glenn. Ambos me olham desacreditados e vem correndo até mim.— Você está viva! — Digo abraçando Maggie.
— E você está baleada. — Diz preocupada.
— Não é nada de mais. — Forço um sorriso e cambaleio para o lado.
Os braços de Glenn me seguram e sou carregada para o lado de dentro. Cansada de lutar contra meu próprio cansaço me rendo e acabo desmaiando.
[...]Quando acordo, ao olhar pela janela percebo que já era de noite. Um homem estava na sala de costas para mim. Observo que meu ombro estava com o ferimento limpo. Quando tento mexer meu braço, gemo de dor. Acabo chamando a atenção do doutor.
— Que horas são? — Pergunto lhe encarando.
O homem sorri.
— Por sorte não perde o movimento do seu braço.— Pelo visto não sou tão azarada como achava.
— Nem tanto. Sou Dr. Carson.
— Carson? — Fico gélida.
O homem concorda com a cabeça.
— Algum problema?— Nenhum...
— Descanse, logo cedo já estará bem melhor. Precisar de algo me grite, vou estar na sala ao lado.
Concordo com a cabeça observando o homem sair. A sala estava escura e fria, puxo mais o lençol para cima e fecho os olhos tentando dormir.
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Choices | The Walking Dead
FanficEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...