Chegamos ao nosso destino, olho para fora do vidro e vejo Rick, Hershel e Carl, estavam os três bem. Na moto estava Daryl e Carol, e na picape azul T-Dog, Lori, Beth.
Todos descem do carro abraçando seus amados, eu olho ao redor tentando achar meu pai. Rick se afasta de Lori e vem até mim.— Rick... — Chamo seu nome com medo de fazer a pergunta já sentindo minha voz embargar.
— Eu sinto muito Amber. — Rick abaixa a cabeça.
Todas as lágrimas que eu havia suportado desabam ali naquele estante que recebi a notícia que meu pai estava morto. Eu não podia acreditar.
Saio correndo dali me afastando de todos o máximo que consigo, sento-me na lataria de um carro escondo minha cabeça no meio dos joelhos e ali eu caio em lágrimas. Por que ele? Ele não merecia ter morrido. Era a única pessoa que me restou, e agora ele também se foi.Não sei quanto tempo se passou, mas escuto passos de alguém se aproximando.
— Amber. — Rick me chama.
Eu levanto a cabeça o encarando, provavelmente meus olhos estavam inchados. Eu não chorava mais pois não me restavam mais lágrimas.
— Temos que ir... Aqui está ficando perigoso.
— Vão vocês... Rick, você tem sua família para proteger. — Digo num tom seco.
— Amy, seu pai antes de... morrer pediu que eu cuidasse de você, e é isso que eu vou fazer. — Ele me olha com pena.
— Ele sofreu? — Pergunto olhando para nenhum local específico.
— Não... Foi rápido.
— Você atirou nele? — Rick excita mas logo balança a cabeça em sim. — Obrigada. — Digo num sussurro suspirando fundo.
— Vamos? — Eu nego.
— Vá vocês, preciso ficar sozinha.
Ele me entrega uma garrafinha d'água, não nego pois estava morrendo de sede, após beber quase metade lhe entrego de volta.
— Desculpe, mas é pelo seu bem.
— O que? — Digo e sinto meu corpo ficar mole.
Tento dizer algo mas as palavras saem todas emboladas, Rick me carrega em seus braços, sou colocada no banco de um dos carros antes de apagar por completo.
[...]Acordo meio desnorteada, olho ao redor e vejo que os carros estavam parados próximos a grama, me sento no banco e vejo todos conversando do lado de fora.
— De alguma forma... Estamos todos infectados.
— Rick fala.— Por que não nos falou? — Glenn pergunta se alterando.
— Eu achei melhor assim... Que ninguém soubesse.
— Quando eu soube dos zumbis no celeiro, eu contei a todos!
Todos encaravam Rick, o julgando. Ele sai andando e Lori vai atrás. Procuro minha arma e minha faca, haviam pegado. Suspiro tentando manter a calma para não acharem que estou instável. Olho ao redor e noto que havia um lago, o local era calmo daria para passar uma noite.
Tento abrir a porta e por sorte estava destravada, saio do carro o tempo estava nublado e minha cabeça doía horrores.
Quando bato a porta para fechar chamo a atenção de todos, que me olhavam com certa pena.— Amber... — Daryl se aproxima.
— Não fale se sente muito, só vai piorar a situação.
— Suspiro olhando para o céu para impedir que as lágrimas de escorrerem.— Você é durona garota, se mantenha firme.
Balanço a cabeça em concordância vendo ele se afastar.
Quando Rick volta vêm direto falar comigo.
— Eu te dei calmante e um remédio para dormir.
— Se explica. — E sua faca e sua arma eu peguei.— Obrigada por não me deixar lá.
— Somos uma família Amy, você não está sozinha.
Concordo.
— Pode me devolver minha arma?
Rick me olha duvidoso mas me entrega junto com a faca.
— Eu confio em você. — Ele da um beijo no topo da minha testa e sai.
Não sei explicar o que eu estava sentindo. Não tinha mais lágrimas para derramar, mas o vazio que eu sentia em meu peito era inexplicável. Como se tivessem ferido algo a faca e agora levará um tempo para de recuperar novamente. Eu não estava sozinha, mas minha alma se sentia despedaçada. Tudo estava de volta a tona. O que eu mais temia voltou a acontecer.
— Amy? — Carl chama fazendo-me voltar a realidade.
— Ah, oi. — Diz sem expressar nenhuma reação.
— Como você está?
— Olha para mim Carl... Como você acha que eu estou?
Ele me olha de cima abaixo e fica em silêncio.
Todos tinham medo de falar algo e me ferirem, eu odiava isso! Não gostavam de falar o que pensavam e estavam me tratando como uma porcelana! A todo momento me lançavam olhares de pena, eu não queria isso.
— Eu sinto muito... — Tenta me consolar.
— Eu também sinto, todos sentem.
Carl me puxa para um abraço, eu não esperava por aquilo porém retribuo. Ele limpa uma lágrima solitária que escorre pela minha bochecha.
[...]A noite cai, estávamos em uma fogueira a beira do lago, escutamos alguns grunhidos. Todos se levantam e pegam suas armas começando a matar os zumbis que apareciam.
— Precisamos ir, o que estamos esperando? — Carol fala.
— Irmos para onde? Não temos para onde ir. — Digo num tom neutro.
— Tudo o que não precisamos e sairmos correndo na escuridão. — Rick fala. — Não temos veículos, nada adianta viajar a pé. Não entrem em pânico.
— Não vou ficar sentada esperando que outra horda apareça! — Maggie fala.
— Ninguém vai a lugar algum! — Rick diz firme.
— Faça algo! — Carol fala.
— Estou fazendo! Mantendo este grupo unido, vivo. Matei meu melhor amigo pelo bem de vocês, pelo bem de TODOS vocês.
Carl fica boquiaberto com o que acabará de descobrir, assim como os outros ficam chocados. Menos eu.
— Ele matou Randall, uma emboscada para me levar a floresta e me dar um tiro pelas costas. Shane não me deixou opção!
Carl abraça sua mãe e começa chorar.
— Talvez vão estar melhor sem mim. Vão, podem ir. — Ele abre os braços indicando que o caminho estava livre. — Se eu disse quer haverá um lugar para nos mantermos em segurança, vou estar mentindo para mim e para vocês! Por que não vão lá e descubram vocês mesmo? Podem fazer melhor?
Ele da uma pausa, todos se entreolham porém continuam quietos.
— Não estão interessados? Bem. Mas vou esclarecer uma coisa... Isso não é mais uma democracia!
Todos ficam em silêncio, eu permanecia neutra encostada em uma das árvores. Rick da as costas e sai andando para esfriar a cabeça.
Me sento novamente e rodo a faca entro os dedos observando todos.
[...]

VOCÊ ESTÁ LENDO
Choices | The Walking Dead
FanfictionEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...